OBSERVATÓRIO. Única coisa certa no PMDB: divisão

A menos que algum tipo de acordo ocorra, o que não é impossível, somente em 15 de março, numa prévia, o PMDB gaúcho escolherá o nome de seu candidato ao Palácio Piratini. Presume-se, até lá também se saberá se Pedro Simon desocupa ou não o lugar, e concorre ou não a mais um mandato de Senador.

Tanto quanto em 2010, o partido, protagonista da política gaúcha desde o MDB, está dividido. E a razão é a mesma, basicamente: apoiar ou não a posição nacional da sigla, que, com Michel Temer de vice, fará dobradinha com o PT de Dilma Rousseff.

Parte dos peemedebistas, dentre os quais pontificam Eliseu Padilha e Mendes Filho, fecha com a reeleição de Dilma. Outro pedaço, e, dentre os mais ardorosos defensores, estão Osmar Terra e Alceu Moreira quer ver bem longe a atual presidente (e o vice, Temer, peemedebista). Sim, os partidos são nacionais, mas…

Ah, a diferença, em relação a 2010 é que, então, o PMDB tinha só um candidato a governador, José Fogaça (cadê ele, hein?). Agora tem dois. Desnecessário dizer que um é dilmista, Paulo Ziulkoski, e outro quer o petismo (e Temer, peemedebista) pelas costas, José Ivo Sartori.

Prefeitos do partido, majoritariamente, estão com Ziulkoski, numa bem amarrada articulação que tem Padilha à frente. E prefeitos, decidiu o Diretório Estadual, votam na pré-convenção de 15 de março. Eles, e também seus vices, os vereadores, os presidentes das seções municipais – além, claro, dos integrantes do diretório estadual e os delegados eleitos em cada comuna.

O discurso de unidade, feito pelos pré-candidatos, é muito bonito. É da política. No mundo real da busca do voto, porém, já se sabe: os que são Dilma/Temer ficarão com a dupla, os demais ficarão com Aécio Neves ou Eduardo Campos. Trocando em miúdos: o PMDB gaúcho está irremediavelmente dividido. Só falta saber, mesmo, o tamanho das duas partes.