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MEMÓRIA. Sim, golpe foi em 1º de abril. Mas, mais importante é mesmo o que ele significou para o País

Na verdade, o golpe militar que depôs o governo democrático da Jango foi no dia da mentira
Na verdade, o golpe militar que depôs o governo democrático da Jango foi no dia da mentira

Por razões mais ou menos óbvias, os golpistas e seus seguidores sempre preferiram institucionalizar o 31 de março como a data de início da ação que redundou na deposição de João Goulart e na instauração da ditadura que perdurou por mais de duas décadas.

Como também por óbvios motivos, os amantes da liberdade e da democracia, sempre que tiveram oportunidade (e isso, claro, era impossível até não faz muito), enfatizaram que o golpe começou no “dia da mentira”.

Mas, afinal, quando foi mesmo que começou? Menos por entrar numa disputa e mais para preservar a memória histórica, vale a pena conferir o que escreve o jornalista Mário Magalhães, em seu blogue, no portal Universo Online. A seguir:

Por que a data do golpe é 1º de abril de 1964, e não 31 de março

Ninguém deveria perder fios de cabelos, colecionar mais rugas e encrencar por conta uma controvérsia que não altera o essencial: em 31 de março ou 1º de abril de 1964, o presidente constitucional João Belchior Marques Goulart foi deposto por um golpe de Estado que fuzilou a democracia e pariu uma ditadura. A controvérsia não altera o essencial, mas existe.

Algumas versões difundidas recentemente, com o propósito ou não de referendar o dia 31 como “a data”, não encontram lastro nos fatos. Um historiador afirma que as tropas golpistas do Exército começaram a descer de Minas rumo ao Rio ainda no dia 30 de março de 1964. Falso.

Um jornal sustenta que a queda de Jango ocorreu em 31 de março. Se a data do golpe permite legítimas interpretações, constitui equívoco grave estabelecer o dia 31 como o da saída do presidente.

Um líder estudantil daqueles tempos escreve que a polícia política atacou dirigentes sindicais, reunidos no Rio, na sede de uma entidade de estivadores, ainda em 30 de março. Errado: foi na tarde de 31.

Os três relatos mencionados conspiram para sacramentar 31 de março como o dia do golpe. Como se sabe, os golpistas sempre defenderam essa, digamos, tese. Os opositores da ditadura costumam (ou costumavam) preferir 1º de abril, o Dia da Mentira: os golpistas alegaram que apeavam Goulart do poder para salvar a democracia; acabaram por asfixiar as liberdades por 21 anos…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

 

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Um Comentário

  1. É justo. Uma coisa é opinião, interpretar os fatos de maneira diferente. Outra coisa é editar os mesmos acontecimentos para provar um ponto de vista. Além da deslealdade intelectual, falta seriedade (para não dizer vergonha na cara).
    O ex-ministro do trabalho de Jango, por exemplo, diz que o golpe só se concretizou no dia 2. O Congresso declarou o cargo de presidente vago neste dia durante a madrugada. Vale, é opinião.
    Foi feita uma pesquisa que mostrava que Jango tinha popularidade alta e grande apoio, mas não foi divulgada. Verdade. Conclusão habitual: a mídia é culpada pelo descrédito do governo, conspirações mil. Lorota. A pesquisa foi feita entre os dias 20 e 30 de março. Quando estourou o golpe os dados estavam sendo tabulados. Nunca confiei em pesquisas de opinião e não vejo utilidade. Opinião tenho a minha.
    Outra coisa: o pessoal da luta armada só queria a democracia. Humm…Por que então uma acusação de “vacilo ideológico” poderia resultar num “tribunal revolucionário” e num “justiçamento”? Justiçamentos que não serão investigados, não dão direito a indenização e são considerados “crimes comuns” e, como tais, prescritos?
    Uma bem mais moderna: gostam de comemorar a coça que um apresentador levou da dona de uma cadeia de lojas ao vivo. Cara ficou falando em inadimplência, mereceu. Deveria perguntar da grana do BNDES. Anteriormente tinha tido sucesso. Um ano antes do naufrágio tinha perguntado ao Eike se as empresas dele eram de verdade. Nisto não falam.

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