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Santa Maria: alto poder de consumo, prefeitura pobre – por Carlos Costabeber

Santa Maria apresenta uma dicotomia muito interessante: de um lado, é uma cidade com uma classe média de bom poder aquisitivo. E, de outro, uma Prefeitura que arrecada muito menos do que necessita para atender às demandas da comunidade.

Esse é o grande desafio das nossas lideranças:

(1) racionalizar as despesas públicas, fazendo muito mais, com menos;

(2) buscar investimentos públicos e privados que possam agregar maior retorno aos cofres públicos;

(3) trabalhar regionalmente as ações de desenvolvimento sustentável;

(4) dispor de maior força política em nível estadual e nacional;

(5) ter maior presença nos foros empresariais e institucionais;

(6) ter uma classe empresarial com mais visão de futuro e de grandeza; e

(7) fortalecer os pontos positivos da cidade, e amenizar as questões criticas.

O problema é que estamos nos distanciando cada vez mais dos “líderes dessa competição”. As regiões metropolitanas dispõem de grandes vantagens competitivas, conseguindo sair sempre na frente na luta por novos investimentos.

Temos de correr contra o tempo, numa missão quase impossível: entrar em definitivo, no “radar” do mercado. Caso contrário, Santa Maria e toda essa região fronteiriça continuarão a crescer como rabo de cavalo: para baixo.

E o dinheiro público que irriga diariamente a nossa cidade também tem um prazo de validade, pois os governos terão de fazer ajustes sérios em suas contas públicas.

Precisamos fortalecer a nossa economia interna, para que essa grande soma de rendimentos do funcionalismo público permaneça aqui mesmo.

Infelizmente, importamos tudo o que consumimos, transferindo essa enorme riqueza para outras regiões do Estado e do país. Todos os dias a UFSM e as Forças Armadas depositam, em forma de salários, 4 milhões de reais na cidade. Só que todo esse dinheiro mal esquenta por aqui, e já é enviado para fora.

É o caso dos hortifrutigranjeiros e produtos de origem animal. Todo dia consumimos um milhão de reais em mercadorias que são produzidas bem longe daqui.

Puxa vida: quando vamos nos conscientizar de que temos tudo para produzir na região, boa parte do que consumimos? Nossos empresários precisam acelerar em busca dessas novas oportunidades que estão surgindo.

E a população local tem de fazer a sua parte, pois a Prefeitura não consegue atender de forma satisfatória a todas as nossas demandas. “Quem diz que ama Santa Maria, deveria cuidar bem de Santa Maria“.

O caminho é longo e doloroso, mas precisa ser encarado de uma vez. Precisamos recuperar o tempo perdido, pois, em caso contrário, teremos não só uma Prefeitura pobre, como também uma renda média em constante declínio.

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3 Comentários

  1. "Investimentos públicos não virão. O governo estadual está quebrado (e se renegociar a dívida vai acabar mais quebrado ainda no futuro) e o governo federal….Como consegues??, faltar descaradamente com os fatos.
    A duplicação da 509 (Faixa velha,) o dinheiro deve ser, a fundo perdido do Banco internacional de BLEF/GEF/ESCAMBAU.

  2. As soluções para SM passam por uma reavaliação do estado das coisas e por mudança de conceitos.
    Recursos escarsos e necessidades ilimitadas é economia 101. Pior: uns 40% dos recursos da prefeitura são repasses diversos. Por motivos diversos (inclusive ideológicos nos últimos governos)existe uma concentração de recursos, poder e controle pelo governo federal. Investimentos públicos não virão. O governo estadual está quebrado (e se renegociar a dívida vai acabar mais quebrado ainda no futuro) e o governo federal só financia a juros camaradas. Fundo perdido nem pensar.
    Investimento privado? Mercosul virou suco e subsídio aos governos "cumpanheiros". Uruguai é pequeno e Argentina está quebrada. Mercado mais próximo é RJ-SP e a logística é absurda. Vide a montadora da Dell computadores que se mudou para a região de Campinas.
    Aglomeração nas grandes metrópoles é tendência mundial. Uns 40% da população argentina está em BA. E uns 50% dos uruguaios em Montevidéu. RS não é diferente, tirando Caxias, POA e região de Erechim (menor grau) o resto é praticamente vazio demográfico.
    Hortifrutigranjeiros são produzidos por pequenos agricultores, no máximo médios. Ganham subsídios de formas diversas. Problemas de custo e de escala. E após a crise na Europa, o que aconteceu com os subsídos por lá? Foram congelados.
    Tempo perdido não se recupera. É preciso determinar os rumos sem jogar o "jogo do contente".

  3. Esse discurso do Sr. Carlos, é o mesmo que faço há muito tempo, e que não resulta em nada, porque simplesmente essa cidade não consegue impor um perfil empreendedor. A representação política assim como a empresarial é tacanha, medíocre, não temos força alguma nessas áreas, e que são fundamentais para que possamos mudar essa história que se repete há décadas. Esse negócio de se orgulhar de ser uma cidade de militares e servidores públicos, é no fundo a nossa desgraça.

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