OBSERVATÓRIO. Câmara é mais legalista que a lei

A Câmara de Vereadores da boca do monte decidiu, a exemplo do que já aconteceu em eleições anteriores, não transmitir, pela TV do parlamento, os pronunciamentos dos edis, no período eleitoral. Até aí, tudo ok. Afinal, o risco de descumprir a legislação eleitoral é, de fato, real. E um deslize poderia acarretar prejuízos para os candidatos (e eles são vários, de partidos diversos) e ao próprio Legislativo.
O estranho, vamos dizer assim, é que nem mesmo o registro escrito das manifestações será feito – via assessoria de imprensa e na página da Câmara na internet. É, convenhamos, ser mais legalista que a lei. Afinal, a divulgação pela imprensa escrita e pela web não tem absolutamente nada de irregular. Mais que isso: os veículos de comunicação, habituais utilitários dessas informações, é que correriam o risco, se fosse o caso.
Resumo da ópera: os edis que não concorrem a cargo algum são também eles incluídos nas restrições. Convenhamos, um exagero e tanto. Afinal, a sociedade precisa ser informada. E não será assim, com um parlamento calado por iniciativa própria.
Transmitem os pronunciamentos pela tv do parlamento. Se alguém assiste é outra história.