OBSERVATÓRIO. Schirmer diz que não vai. Porém…

O prefeito Cezar Schirmer tem uma capacidade especial, disponível em não muitos políticos ditos de ponta. Qual? Atingiu aquela maturidade que faz os interlocutores (amplos ou individuais, pode escolher) não saberem o que exatamente vai acontecer, a partir do afirmado por ele.

Desenhando. E exemplificando. Por mais que tenha dito, em mais de uma ocasião, que não será secretário no futuro governo de José Ivo Sartori, os bastidores (e até a ribalta) políticos da comuna insistem em propagar a ideia de que sim, Schirmer assumirá uma pasta, e das importantes, a partir de 1º de janeiro. Claro que o prefeito não confirma. E também não desmente. Afinal, o ônus da prova incumbe a quem alega.

Este colunista papeou com o comandante do Palacete da SUCV, coisa de 10 dias atrás. No gabinete dele. Por pelo menos 15 minutos. Ficou absolutamente claro que o mandato para o qual foi eleito será cumprido integralmente.

Mas… Mas Schirmer, na ocasião, disse o que já havia tornado público (e voltaria a repetir, em dias subsequentes, a outras pessoas, inclusive jornalistas): “é mais ou menos óbvio que meu nome tenha sido cogitado por Sartori, como ele seria por mim, se eu fosse o governador. A história de ambos recomenda que se pense assim”. As palavras podem não ter sido exatamente essas, mas o sentido, com certeza.

Dito isto, restou a Observatório a convicção: Schirmer quer ser secretário, mas não será. Não agora. E em 2017? Talvez sim. Talvez não. Quem garante qual a conjuntura daqui dois anos. O convite que agora é natural, talvez não seja. E o sim de agora, também pode virar não, no futuro. É a política, afinal.

EM TEMPO: por mais que a questão habite os bastidores políticos, ela tem prazo de validade. Afinal, em 10 dias Sartori, como prometeu, anunciará o secretariado. E saberemos se Schirmer estará nele. Ou não.