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UFSM. Agora, são os formandos em Odontologia que produzem uma nota em defesa de docentes acusados

Depois do reitor Paulo Afonso Burmann, no início da noite de ONTEM, hoje é a vez dos alunos formandos do segundo semestre em Odontologia da UFSM. Eles também produziram uma nota, por sua Associação de Turma, sobre o episódio que levou ao indiciamento de professores do curso, por conta de, é a acusação, fraudarem a Dedicação Exclusiva.

Ontem, o reitor. Hoje, os alunos da Odonto
Ontem, o reitor. Hoje, os alunos da Odonto

O texto, que também está circulando no Feicebuqui, e que se refere às reportagens publicadas pelos jornais do Grupo RBS, é o seguinte, na íntegra:

NOTA – ODONTOLOGIA UFSM

Diante de pré-julgamentos e respostas referentes a publicação sobre Professores do Curso de Odontologia da UFSM com Dedicação Exclusiva, realizada nos dias 12/04/2015 e 13/04/2015 em jornais do Grupo RBS, a 82ª Turma de Odontologia da UFSM vem prestar apoio e esclarecimentos sobre o assunto.

A 82ª Turma de Odontologia da UFSM, representada pela Associação de Turma de Odontologia 2015/2 da UFSM, em seu último ano de curso, se considera apta para o desenvolvimento desta nota.

Gostaríamos, primeiramente, de ressaltar que a intenção não é julgar ou defender a atitude dos professores perante as autoridades competentes, pois conforme nota do próprio Reitor da UFSM “os servidores responsabilizados ajustaram seus regimes de trabalho e cumpriram ou estão cumprindo as penalidades impostas”. O que se deseja é apenas expor a realidade do nosso curso e as excelentes condições de ensino que nos são oferecidas pelos professores.

Dentro destes 4 anos de curso podemos referenciar diversas atividades que realizamos, o primeiro paciente, o primeiro atendimento, a primeira restauração, a primeira anestesia, a primeira endodontia, a primeira “raspagem”, a primeira exodontia, a primeira prótese, a primeira radiografia, o primeiro aparelho ortodôntico, dentre outras. Todas essas atividades teriam sido somente as primeiras, apenas uma lembrança, não fossem os professores competentes nos auxiliando, nos apoiando, nos ensinando, na primeira, na segunda, na terceira e quantas vezes fosse necessário. Professores que mesmo diante de dificuldades estruturais e institucionais estavam e estão presentes em todos os momentos que precisamos deles. Professores que nos fizeram e nos fazem crescer, não só como alunos, como cirurgiões-dentistas, mas também como pessoas. Professores que elevam os índices de reconhecimento do Curso de Odontologia da UFSM ao topo de rankings nacionais e internacionais, que tornaram e tornam a UFSM referência nacional em odontologia. Contudo, infelizmente, eles não são referenciados por isso.

Esses mesmos professores chegam todos os dias para dar aula, seja em clínica ou em teórica, e encontram um prédio com problemas de infraestrutura, equipos que não estão em condições de uso e precisam de manutenção constante, sistemas internos que não funcionam, projetores e condicionadores de ar estragados e escassez de materiais essenciais para uma boa prática clínica. Mesmo assim, chegam todos os dias para dar aulas, sem atrasos, desempenhando um excelente trabalho clínico, com responsabilidade e conhecimento dos casos clínicos de todos os pacientes atendidos por cada aluno, trabalho este reconhecido não só pelos alunos como pelos pacientes, além de ministrarem com assiduidade todas as aulas teóricas, mantendo seus compromissos com a instituição. Somando-se a isso, não podemos deixar de ressaltar a excelente produção científica destes profissionais, com inúmeras pesquisas sendo publicadas nas melhores revistas nacionais e internacionais.
Enfim, os referidos professores estão sempre dentro da Universidade quando se necessita deles, nunca faltam aos compromissos seja com alunos ou com pacientes, encaram a falta de materiais e estrutura inadequada corajosamente, buscando sempre as melhores alternativas para suprir as necessidades dos alunos e pacientes, até mesmo, cedendo materiais para a instituição. 

Tendo em vista todos os esclarecimentos prestados, a 82ª Turma de Odontologia da UFSM considera que os nossos professores realizam sim Regime de Dedicação Exclusiva. Dedicação Exclusiva aos alunos, ao ensino e aos pacientes. O que os professores realizam fora da Universidade não prejudica em nada nosso ensino, ao contrário disso, devido ao nosso curso ser majoritariamente prático/clínico o fato desses professores manterem seus consultórios gera oportunidades de adquirir mais experiências, conhecimentos e confiança na prática clínica, o que nos é transmitido e essencial para nossa formação acadêmica como futuros cirurgiões-dentistas. 

Acreditamos que para ser professor é preciso muito mais do que assinar um contrato como Professor Universitário em Regime de Dedicação Exclusiva, é preciso estar presente para transmitir conhecimento com empenho e dedicação a todo momento em que ele for procurado. E, dessa forma, A 82ª Turma de Odontologia da UFSM reitera que possui, sim, Professores com Dedicação Exclusiva ao ensino.

Att. Associação de Turma de Odontologia 2015/2 – UFSM

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19 Comentários

  1. Amado Jack,
    Primeiro, se você quer gastar o seu tempo ou não, pouco importa, afinal se você fosse mesmo um cara da ciência, sério, que sabe o que fala, você não teria se preocupado em momento algum em gastar o seu "precioso" tempo comentando esse texto e, principalmente, não teria ido atrás de ferramentas que provem a produção científica dos referidos professores. Segundo, se servem apenas para inflar o número de publicações, por que você está cobrando mais? Na prática, qual o impacto para a sociedade do que você ou sua área anda publicando?
    Terceiro, você já comprovou que, quando se trata de pesquisa em humanos, você não entende nada.

  2. Querido Ao Jack, deseja que eu gaste um pouco mais do meu tempo e prove que as pesquisas tem fator de impacto 0? Ou parcas citações? Ou seja, que não servem para nada, ao não ser inflar o número de publicações?

  3. Jack Baranhas, criticando a produção de "apenas" 1 artigo desses dois professores, sendo eles profissionais de Implantodontia e Cirurgia e Traumatologia respectivamente, me parece que você não entende absolutamente nada de pesquisa em seres humanos. Talvez entenda muito sobre produção em massa de artigos sobre a vida sexual das formigas de Bora bora, ou qualquer tema que exija apenas escolher, escrever e sair publicando. Mas pesquisa envolvendo intervenções em seres humanos, definitivamente, não.

  4. Comentei no outro tópico, mas esse acho mais relevante.

    Para os queridos odontólogos que estão defendendo os professores, vamos ser frios e realizar uma análise estatística sobre a produção científica de cada docente, usando uma ferramenta disponibilizada pela própria UFSM ( site.ufsm.br/lattes ).
    Analisei brevemente os currículos de 2 professores (Jamal e Carlos Bazaglia) e entre 2006-2010 por exemplo, ambos os professores publicaram 1 artigo por ano…
    Quer dizer, um doutor, com dedicação exclusiva, publicando 1 artigo por ano… E ainda em conferências locais (salvo exceção de um A2 em 2009, o resto são b3, b4 e sem qualis)…
    http://200.18.32.173/cvs//K4798511P92000202041/PB-0.html e http://200.18.32.173/cvs//K4782041Y12000202041/PB-0.html pra quem dúvida…

    Leia a matéria completa em: https://claudemirpereira.com.br/2015/04/ufsm-reitor-divulga-nota-sobre-denuncia-contra-professores-do-curso-de-odonto-e-critica-reportagem/#ixzz3Xb8uAant
    Follow us: @claudemirpe on Twitter

  5. Instância administrativa é independente das outras. A coorporação odontológica não tem o direito de determinar o que a sociedade pode ou não debater, não existe "processo administrativo acabou, não se fala mais no assunto".
    O objetivo da dedicação exclusiva é fazer com que o docente não tenha que dividir sua atenção/interesse. Se ele usou tempo que deveria ser gasto com descanso e/ou estudo para exercer a profissão em consultório particular, é complicado afirmar que não houver prejuízo (apelo à autoridade). As horas adiconais frente a aluno não justificam isto, não está em discussão, é problema interno.

  6. Muito bem colocado Marcos Paulo. Espero que o cidadão que dúvida da produção científica dos professores da odontologia tenha o cuidado, interesse e critério em buscar as pesquisas realizadas pelo curso, assim como os projetos de extensão que existem. Como já havia comentado, ninguém nega que acorreu um erro, porém o que os alunos e ex alunos do curso querem frisar é que embora isto tenha acontecido, toda esta exposição e critica ferrenha sobre os professores é desnecessária. Erraram, foram julgados e ponto final. As acusações e comentários são um tanto quanto exagerados, e na minha opinião, deveriam ser escritos com mais cuidado e conhecimento dos que os fazem.

  7. Ninguém está creclamando que eles estão ou não estão "legais" hoje em dia. O que está sendo exposto é que eles cometeram um crime.

    Mesmo que eles tenham dado aula de forma integral, quem garante que os processos de pesquisa não foram comprometidos? Como foi a produção acadêmica desses professores?

  8. Marcos Paulo foi impecável em seu comentário. Qualquer um, antes de realizar uma critica, seja por discordar, por ter uma má interpretação ou por ignorância mesmo, deveria ler este argumento. Não se trata de uma defesa imparcial e cega, sabemos que o erro existiu e ponto. O que os alunos do curso de Odontologia querem é esclarecer a real postura dos docentes frente aos alunos nesse tempo todo que, diga-se de passagem, sempre foi e é exemplar. Diferente de muitos outros cursos da nossa universidade. Parabéns pela feliz colocação, Marcos.

  9. O que pessoal parece não entender, seja por ignorância ou desonestidade intelectual, é que NINGUÉM defendeu o descumprimento da lei. Logo, acusar os alunos de "corporativismo" ou de "puxa sacos" é completamente ERRADO, simples assim.

    O que os alunos, ex alunos, pacientes e o reitor estão defendendo é o exagero e exposição de um caso já denunciado, julgado e condenado na esfera administrativa. TODOS os professores, hoje, encontram-se em situação LEGAL. Todos os condenados devolveram ou estão devolvendo o dinheiro e estão devidamente regularizados quanto ao contrato de DE (ou largaram o consultório ou largaram a DE). Portanto, HOJE, todos eles são cidadão dentro da lei, que pagam suas contas e impostos, assim como, acredito, todos que postaram aí abaixo.

    Agora vou relatar minha experiência dentro do curso (sou um ex-aluno, me formei em 2010) contextualizando e comparando com outros cursos que eu conheço.

    O descumprimento do contrato foi errado, ponto. Entendido isso, quero afirmar para vocês que JAMAIS houve prejuízo aos alunos da instituição. Em 5 anos de curso (não são 4, como o outro ali afirmou), JAMAIS algum professor meu faltou aula, chegou atrasado ou não cumpriu integralmente o horário de aula. Jamais tive aula com monitor no lugar do professor (como eu SEI que acontece em outros cursos) e sempre fui devidamente atendido quando procurava algum professor para discutir ou me inserir em projetos de extensão ou de pesquisa.

    Acontece que o pessoal entende que DE é ficar 40horas semanais frente a aluno. Não, não é. A DE exige um mínimo de 8horas/aula frente ao aluno e um máximo de 16hr/aula se não me engano (talvez sejam 12), o resto é para ocupar o tempo em projetos de pesquisa e extensão e é aí que a questão MORAL (não ética) entra em jogo. Pois saibam que alguns desses denunciados cumpriam 20horas/aula (ou seja, ALÉM do exigido pela DE), além de participarem ativamente de projetos de pesquisa e extensão.

    Tenho certeza que se alguém já cursou outro faculdade sabe muito bem que isso NÃO acontece em outros lugares. Além da imoralidade (porém legal) de colocar monitor pra dar aula, conheço muitos professores de outros cursos que respeitam a DE, mas dão menos horas/aulas frente a aluno que esses professores, se envolvem em menos projetos de pesquisa e extensão (isso quando o fazem) fora a flexibilização ao dar aula e não cumprir o horário previsto na matrícula. Além de faltarem aula e não aplicarem prova (o famoso "trabalhinho"). Pois saibam que essa não é nem DE LONGE a realidade do curso de Odontologia de Santa Maria. Aí vem gente que nem conhece essa realidade e pede a PRISÃO desses professores mesmo sendo FATO de que eles trabalham mais do que MUITOS que sempre estiveram de acordo com a ética (lei) mas não tão de acordo com a moralidade da coisa? Mesmo eles JÁ estarem legalizados e punidos com a devolução com juros do dinheiro? Será que a ânsia em pregar moral de cueca ao pedir "demissão" de todos esses professores não faz a pessoa se dar conta de que isso traria sérios prejuízos, não só para os professores, mas para o curso, os alunos, os pacientes que dependem de atendimento, enfim, à comunidade geral?

  10. Corporativismo … passam 4 anos usando roupas btancas, aventais na RUA e espaços publicos e depois usam roupas normais e aventais no consultório…. depois de formados descobrem o ridiculo de se fantasiar de branco… o probelam é o RISCO de contaminacao,,, interna e externa

  11. Acredito que a pessoa que refere está declaração ser "puxar saco" para ter um orientador depois, desconhece o processo seletivo que ocorre na instituição para ingresso na pos graduação. Os alunos estão apenas expondo o que vivenciaram dentro da instituição, ninguém nega que o erro foi cometido, porém também não é compreensível toda está repercussão e exposição, visto que já houve o julgamento de todos pela instituição e os acusados condenados estão devolvendo o dinheiro.

  12. bom os próprios alunos afirmam no texto que eles tem os professores tem trabalhos particulares.to mandando esse texto pro ministério publico pois a sujeira continua.

  13. lixo escrito por um bando de puxas que querem um orientador depois…sabem como funciona na ufsm toma lá da cá,,,o brasil não é um pais serio se fosse estavam presos e teriam devolvido a grana,,,e depois tem quem acha que a corrupção nasceu com o PT provavelmente estes mesmos ai estavam por ai gritando contra a corrupção…mas quando é com eles acham bonito.

  14. Não interessa, o crime foi cometido igual. O problema está na cultura do brasileiro de achar que só políticos cometem estes crimes.

  15. "Jeitinho". Exceção. Para alguns a lei não deveria ser aplicada, ou, dependendo da popularidade, deveria.
    Nota-se que a "formação da cidadania" da UFSM vai de vento em popa.

  16. Dedicação exclusiva assinada em contrato são 40 horas de regime de trabalho exclusivo à atividade contratada. Como diz a lei: Lei 1.711, art. 244; Lei 3.780, de 12.7.1960; Lei 4.345, de 26.6.1964. "Considera-se regime de tempo integral o exercício da atividade funcional sob dedicação exclusiva, ficando o funcionário proibido de exercer cumulativamente outro cargo, função ou atividade particular de caráter empregatício profissional ou pública de qualquer natureza."
    Exemplo, se eu roubar um banco e depois de seis meses devolver o dinheiro com juros, não houve crime? No caso as horas não foram devolvidas.

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