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Páscoa 2023 – por Elen Biguelini

É preciso voltara “valorizar a paz, o cuidado com o próximo”

A Páscoa deveria ser um momento de alegria, de celebrar com familiares e comer bacalhau na sexta feira e churrasco no domingo, finalizado com muito chocolate. Mas infelizmente mais uma notícia de um atentado a uma escola nos faz refletir na atual situação de nosso país. O ódio se tornou parte de nosso cotidiano.

Enquanto brasileiros costumávamos ser conhecidos por alegria e festas, esta semana demonstrou que muito do que definia o brasileiro se perdeu nos último anos. Gritos, horror, ódio e raiva tomaram lugar do sorriso.

A tristeza que a notícia do caso da creche de Blumenau trouxe a todos, em conjunto, poderia ser evitado. Ele não teria acontecido se nosso país não tivesse se tornado um campo de batalha.

Nos últimos anos os preconceitos pararam de ser velados. As vozes odiosas se tornaram mais altas. E aqueles que discordam delas se calaram, com medo das represálias.

Vimos isto no caso do senhor que foi morto em seu aniversário por ter escolhido um tema político, na professora que morreu ao defender seus alunos de um atentado, etc. São tantos os casos, que nesta data que representa alegria seria melhor nem os listar, ou lembrar de todos.

O preconceito precisa voltar a ser proibido. Não é normal que uma criança ouça piadas racistas, não é normal que um professor tenha medo de ensinar, não é normal que creches sejam invadidas por adultos loucos, ou que crianças entrem em grupos nazistas e ataquem seus colegas de sala.

Claramente precisamos de uma maior presença policial nas escolas, mas precisamos de mais do que isso. Precisamos retornar a valorizar a paz. Valorizar o cuidado com o próximo, o desejo de não machucar os desconhecidos com falas ou ações. Só porque alguém discorda de você não significa que esta pessoa merece ser esfaqueada! Precisamos voltar a ser os brasileiros felizes e festeiros, e não mais repetir os erros de países estrangeiros que deixaram uma situação absurda se tornar comum.

Precisamos nos unir como sociedade para impedir que estes acontecimentos se repitam. Para que possamos ter todos uma Páscoa feliz, ou um domingo entre familiares sem discórdia, independente da religião, opinião ou sexualidade de nossos familiares.

A articulista deseja a todos uma boa Páscoa. Que eventos como os recentes não se repitam, e que lembremos que o amor é a verdadeira forma de viver em sociedade.

(*)Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.

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7 Comentários

  1. ‘[…] o amor é a verdadeira forma de viver em sociedade.’ Lembra ‘o amor venceu’. Que lembra ‘”Só vou ficar bem quando eu f#der com o (Sérgio) Moro”. ‘Eu to aqui para me vingar dessa gente’. O papinho ‘sou do bem’ é só marketing. Na obscuridade ainda fazem listas de gente que devem ir para o paredão. Só se engana quem é muito trouxa.

  2. Discordar faz parte. Ficar enchendo o saco repetindo sempre a mesma coisa não. Remedio é ignorar, trocar de canal, ir para o streaming, ir embora e deixar falando sozinho(a). Quem quiser ‘se unir como sociedade’ que abrace um pé de tuna. Fatos irão se repetir, quantidade ou frequencia podem variar. Psicopatas são loucos, mas não são burros. Alás, falta assistencia social nas escolas (ou seja, mais Estado) e falta melhorar o SUS, principalmente no aspecto saude mental (ou seja, mais Estado). Não é Estado Minimo, é o necessario. Também não é o Estado Abel Braga ‘vamos para dentro deles’ levando vareio depois. Ou seja, mais razão e menos emoção.

  3. Antigamente, ao menos no RS, quem cuidava do transito na frente das escolas era um Brigadiano. Hoje em dia ao redor da capital existem adolescentes que reprovam quase todo ano na escola publica. Não estão lá para aprender, a função é vender drogas. Este papinho de ‘valorizar a paz’ e ‘cuidado com o proximo’ é muito bonito para ganhar likes na rede social. Um convite para a inação. Não se sabe se é ‘esperteza’ ou ingenuidade. Mais policia nas escolas (ou segurança privada armada) é um passo (veterinário cor de abobora pode ‘rasgar as calcinhas’ a vontade; sim, noticias correm). Mas o sintoma é que existe uma Patrulha Maria da Penha, mas as escolas estão a descoberto. Sim, porque a força publica não pode estar em todo lugar a todo tempo.

  4. Não existe ninguém mais preconceituoso(a) do que um vermelho(a). Têm sempre um diagnostico pronto sem qualquer tipo de investigação, sem nenhuma evidencia. Têm prontas as soluções para todos os problemas. Tem sempre as respostas para todas as questões. A logica e a realidade, se não coadunam com a ideologia, estão erradas. Se o problema é ‘ódio’ como ‘não é normal que creches sejam invadidas por adultos loucos’? Eis que o problema traz a solução junto, a hipocrisia e a falta de adaptabilidade é o caminho da extinção.

  5. ‘Caso poderia ter sido evitado’, todas as vezes que vi algo parecido ser pronunciado veio de alguém que passa a vida no ar condicionado esfregando a barriga na mesa. Teóricos(as). Burocratas.

  6. Brasileiros conhecidos por alegria e festas? Onde? Na Rede Trouxa? ‘”a juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes”, nesta base? O brasileiro é um estereotipo para turistas? Em 2016 numa rebelião não jogaram futebol com cabeças de detentos no Ceará? Sim, porque parece que tirando o absurdo da creche parece que o pais vive uma utopia.

  7. Discursinho politico-religioso de sempre. Comer bacalhau é muito classe media alta. Churrasco e chocolate ja vem para a media media. ‘Odio’ é mais um rótulo utilizado com finalidade politica. Ja encheu o saco, mas como a militancia não raciocina sem ajuda e a cupula não mandou parar de usar contiuam repetindo. Pessoalmente não nutro qualquer tipo de sentimento por vermelhos(as). Caminhando nas ruas da urb as vezes se pisa nos excrementos de algum pet. Não há que se odiar as fezes. É só um acontecimento desagradavel que causa alguma irritação passageira. Vida que segue.

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