PartidosPolítica

POLÍTICA. “Ou o PT retorna às origens, e isso parece que está acontecendo, ou eu mudo”, fala Paulo Paim

Paim reconhece: há esforços no PT para mudar a situação com a qual ele não concorda
Paim reconhece: há esforços no PT para mudar a situação com a qual ele não concorda

Na última sexta-feira, o petista Paulo Paim, no segundo mandato de Senador e, antes, 16 anos como deputado federal, concedeu uma ampla entrevista ao jornal eletrônico Sul21. Os temas foram variados, mas giraram em torno de um núcleo comum: as relações dele com o partido que ajudou a criar e as existentes hoje entre a agremiação e o governo de Dilma Rousseff.

Defensor histórico das causas dos aposentados, por exemplo, Paim se coloca totalmente contra o “fator previdenciário” e afirma que votará, independente da posição do governo, nesse sentido quando a proposta, já aprovada na Câmara dos Deputados.

E em relação ao PT, ele que, dizem as especulações, poderia estar de saída? Aí, bem, aí ele admite o problema e até a possibilidade de, no extremo, se mandar. Mas demonstra otimismo com algumas posições que está verificando no petismo neste momento. De todo modo, vale, e vale muito, conferir a reportagem assinada por Luis Eduardo Gomes, com foto de Moreira Mariz, da Agência Senado. Acompanhe:

Paulo Paim: ‘O Fator Previdenciário é a lei mais cruel inventada nesse País depois da ditadura”

Aprovado na Câmara dos Deputados, o fim do Fator Previdenciário para o cálculo das aposentadorias pode ser votado ainda esta semana pelo Senado. Em meio a uma política de ajuste fiscal e com medo que essa mudança traga prejuízo para as contas públicas, a presidente Dilma Rousseff (PT) ameaça vetar a reforma. Contudo, Dilma pode ter seu veto derrubado no Congresso, inclusive por companheiros de partido.

Um crítico histórico do Fator Previdenciário (aprovado pelo governo Fernando Henrique Cardoso em 1999), o senador Paulo Paim recebeu a reportagem do Sul21 em seu escritório, em Canoas, na última sexta-feira (22), para falar, entre outras coisas, sobre sua posição nessa votação. Por cerca de 40 minutos, Paim também conversou sobre a política de ajuste fiscal promovida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a onda de conservadorismo que tomou conta do Congresso Nacional, a reforma política, a Lei das Terceirizações e se é a real ou não a possibilidade de deixar o PT, partido pelo qual se elegeu para quatro mandatos como deputado federal e dois como senador.

Sul21 – Ao contrário do governo federal, o senhor quer o fim do Fator Previdenciário. Por que e quais os benefícios para o trabalhador com essas mudanças?

Paulo Paim – O Fator Previdenciário é a lei mais cruel inventada nesse País depois da ditadura. Foi aprovada no Congresso Nacional logo após a posse do Fernando Henrique [Cardoso]. O fator trabalha com a idade, a expectativa de vida e tempo de contribuição. Quem sofre com o fator? Os trabalhadores do Regime Geral da Previdência e aqueles que ganham até R$ 4.623. Só como exemplo: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, o teto é de R$ 33 mil, aí não aplica o fator e aposenta com o salário integral. Não é justo que o trabalhador brasileiro do Regime Geral da Previdência, aqueles que ganham abaixo de R$ 4 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil, tenham esse redutor chamado Fator Previdenciário, que confisca pela metade o salário da mulher no ato da aposentadoria e, do homem, tira em torno de 40%. Isso daqueles que ganham menos.

Nós trabalhamos para derrubar esse fator há 14 anos, praticamente. Eu, por duas vezes, já votei um projeto, de minha autoria, que acabava com o Fator Previdenciário no Senado, aprovado por unanimidade. Foi pra Câmara, que nunca mais votou.  O primeiro, há oito anos. Depois, o Senado votou novamente outro projeto, que veio da Câmara. Nós defendemos, aprovamos e o Lula vetou na época. Agora, eu apresentei, de novo, nessa Medida Provisória, uma emenda para substituir o fator pela fórmula 85/95. O deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) apresentou na Câmara e combinamos o jogo: ‘Arnaldo, tu apresenta aí (o ideal é tu aprovar aí). Mas, se tu não aprovar, eu aprovo aqui e volta para aí’. Como ele aprovou lá, o Senado, pela minha posição, tem que aprovar essa proposta, que é igual a minha, e vai para a sanção da presidenta, que pode vetar ou não…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

3 Comentários

  1. Tem razão o Brando. O nobre senador, que já teve meu voto outrora, gosta de lamentar depois do defunto frio. Ou melhor, ajuda matar e vai ao velório. Morre de remorso.

  2. Um monte de conversa mole. Em 2011 o governo queria um salário mínimo de 545 reais. Paim até a última hora defendeu 560 reais. Foi chamado pela Dilma até o Planalto e mudou o voto. Depois foi para a tribuna do Senado chorar lágrimas de crocodilo e dizer que tinha que obedecer o partido.
    Piadista, afirma que Dilma deve vetar o fator previdenciário, mas a culpa é do Levy e dos mercados. Deve ter sido o ministro da fazenda que nomeou Dilma presidente.
    País saiu dividido das eleições, mas não deveria. Mesmo com estelionato eleitoral, "desconstruções" e "fazemos o diabo". O "democrata" pensa que é "ganhamos a eleição, não importa como, agora calem a boca".
    Detalhe: entrevista com mangas da camisa arremangadas para mostrar que "trabalha" e gestos grandiloquentes para parecer que diz grandes coisas. Depois chamam o Sul21 de chapa branca e alguns ficam brabos.
    Depois deste monte de petices só resta uma conclusão: uma mente previlegiada como esta só poderia andar por aí com uma estrelhinha vermelha espetada no paletó.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo