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ETERNOS. Mais de 8,5 mil dirigentes sindicais no Brasil estão em seus cargos há mais de uma década

O material é nacional. Objeto de um conjunto de reportagens que começou a ser publicado nesta segunda-feira no jornal O Globo. Mas não há como deixar de fazer a analogia. Pelo menos dois sindicatos de trabalhadores de Santa Maria, que o editor sabe (e nem vem ao caso divulgar, por enquanto) tem seus dirigentes “eternos”. Claro, eleitos por suas categorias, invariavelmente em assembleias ou eleições de escassa participação. Assim é que os associados não podem se queixar. Aguentem no osso. Ou mudem a situação.

De todo modo, é significativo dizer que há mais de 8,5 mil dirigentes sindicais nessa condição, no País inteiro. Alguns (ou vários ou quem sabe muitos) casos verdadeiras falcatruas, que existem em benefício dos próprios “líderes”, como você pode conferir na primeira das reportagens assinada por Henrique Gomes Batista e Ruben Berta. Acompanhe:

Dirigentes sindicais se eternizam no poder

Em 1990, Collor substituiu Sarney como presidente, trocando o Cruzado Novo pelo Cruzeiro e fazendo o confisco da poupança. A música mais tocada era “Evidências”, de Chitãozinho & Xororó, enquanto “Tieta” e “Rainha da Sucata” brilhavam na TV. No esporte: o Brasil sequer era tetracampeão do mundo e Neymar ainda nem tinha nascido. Em 1990, Alfredo Sampaio assumia a presidência do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Saferj). Onde está até hoje…

…Representantes de quem?

Dados do Ministério do Trabalho apontam que havia, em 2014, ao menos 8.518 sindicalistas, incluindo cargos de presidente e diretores em geral, com mais de dez anos de mandato — no Poder Executivo só podem ficar oito anos no cargo. O número pode ser maior, pois falta transparência e uma série de entidades não fornece seus dados. Mais de 25 anos após a Constituição ter avançado para garantir a liberdade sindical, fundamental para lutas e conquistas dos trabalhadores, lacunas como a falta de transparência, fiscalização frouxa e a pouca representatividade deixam um caminho aberto para os abusos. Algumas centrais sindicais já reconhecem que é necessário pensar em novas normas. O próprio Supremo Tribunal Federal (STF) indica que as entidades não tem salvo-conduto e precisam ser fiscalizadas.

O sindicato dos atletas esbarra em outros problemas: falta de representatividade (Alfredo Sampaio é técnico e não atleta); nepotismo (seu filho é o diretor da academia da Saferj), e conflito de interesses (ele tem uma empresa de marketing esportivo).

Há casos também de enriquecimento ilícito e desvios de sindicatos, que muitas vezes são verdadeiras máquinas de ganhar dinheiro. Isso num universo de 10.620 entidades por onde, no ano passado, circularam R$ 3,18 bilhões apenas de Contribuição Sindical — o chamado Imposto Sindical — obtida com um dia de salário de todos os trabalhadores com carteira assinada…”

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Um Comentário

  1. Outro assunto que mereceria uma investigação: a contribuição sindical. Como será que é gasta toda esta grana?
    Sindicatos têm dono. Partidos também ou, na melhor das hipóteses, são controlados por oligarquias. Inclusive os de esquerda.

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