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UFSM. Cai o número de professores em assembleia, mas rejeição à greve continua igual: 74% são contra

Uma flagrante maioria de professores se manifesta contra a greve, na UFSM. Mais uma vez
Uma flagrante maioria de professores se manifesta contra a greve, na UFSM. Mais uma vez

A direção do sindicato docente da UFSM está com um problema. E não é dos pequenos. Sua base simplesmente rejeita o que ela propõe. E em duas ocasiões. Isso só foi diferente quando os calados ficavam calados. De repente, falaram. E não há preconceito algum do editor em relação a isso. Afinal, é dos que acreditam que uma decisão de assembleia, independente do seu número, precisa ser respeitada.

Mas o fato objetivo é que, depois do fiasco da última greve (e basta relembrar os fatos da época, nem faz tanto assim), parece que o jogo mudou. E não se está fazendo juízo de mérito, aqui, sobre as reivindicações, de resto justas, até prova em contrário. Porém, é evidente que, ao menos na UFSM, a grande maioria dos docentes, das duas uma, está satisfeita com o salário que recebe ou, não estando, o que é mais provável, entende não ser a paralisação neste momento o melhor meio de resolver o problema.

Assim é que, se o sindicato continuar insistindo nas suas teses, sem entender o que está acontecendo no interior da sua base (e parece não estar entendendo), corre o risco de novas derrotas políticas. Ou, o que seria pior, não só para a Sedufsm, mas para o próprio movimento sindical, perder associados. Um impacto político. Mas não apenas. E essa circunstância já é algo observado no ânimo de muitos. Bueno, é só uma opiniãozinha. Agora, ao fato.

Na tarde desta segunda, em Santa Maria, onde se concentra quase 90% do professorado da UFSM, foram 136 votos (como o material da Sedufsm fala em “mais de 150”, deve ser gente que saiu sem votar, pois não houve abstenção). Nada menos que 100 foram contrários à greve. Só 36 se manifestaram favoráveis. Resultado bastante similar ao encontrado na primeira assembleia com o mesmo proposito, em 27 de maio. Mais detalhes você tem na página da Seção Sindical na internet. A reportagem é de Bruna Homrich (texto) e Rafael Balbueno (foto). Acompanhe:

Docentes da Ufsm em Santa Maria rejeitam greve

Reunidos em assembleia na tarde desta segunda-feira, 13, os docentes da Ufsm em Santa Maria decidiram não entrar em greve neste momento, semelhante à decisão tomada em 27 de maio, quando da primeira deliberação sobre deflagração de greve nacional. Com 100 votos contrários e 36 favoráveis, a estratégia paredista foi rejeitada, ao passo que atividades de mobilização junto à comunidade universitária e à sociedade civil foram aprovadas para o próximo período. Exemplos seriam a realização de aulas públicas para debater a importância das universidades federais; intervenções na imprensa para constranger o governo e campanhas para pressionar, via email, o Ministério da Educação (MEC) e os parlamentares.

Anteriormente à votação, o presidente da Sedufsm, Adriano Figueiró, fez uma exposição das perdas salariais docentes entre 1998 e 2012, comparando um professor adjunto I do magistério federal com técnicos de nível superior do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Das três carreiras, a do magistério federal é a única que chega em 2012 com um salário 9% inferior ao que recebia em 1998. Isso tudo descontada a inflação do período (medida pelo IPCA).

Outro dado que demonstra o arrocho salarial vivido pela categoria docente é a comparação do salário bruto de todos os níveis da carreira com o salário mínimo. Enquanto, no ano 2000, um professor Adjunto I recebia 20,84 salários mínimos; em 2015 esse mesmo docente recebe apenas 12,70 salários mínimos, demonstrando uma perda de aproximadamente 10% no poder de consumo do professor. Analisando o acordo proveniente da greve de 2012 – forçado pelo Proifes e rejeitado pela Sedufsm, viu-se que somente os professores titulares e os ingressantes na carreira tiveram algum ganho efetivo. Todos os demais tiveram perdas, já que, enquanto o reajuste proposto ficou em 33% dividido em três anos, a inflação acumulada do mesmo período ficou na ordem de 39,5%.

Já a proposta apresentada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) recentemente, após a deflagração da greve nacional em 2015 – que hoje já atinge 40 Ifes, também não contempla as reivindicações da categoria. Isso porque a proposição de aumento de 21,3% parcelado em quatro anos tende a ampliar ainda mais as perdas aos docentes, com exceção, apenas, dos titulares…”

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Um Comentário

  1. O entendimento de que "uma decisão de assembleia, independente do seu número, precisa ser respeitada" é um entre tantos outros conceitos que está em cheque neste momento. Na UFRGS, cerca de 1.300 professores disseram não à greve em uma consulta ampla e apenas umas poucas dezenas a aprovaram em uma assembléia do sindicato chapa branca. E o ANDES ainda contabiliza a UFRGS como uma das IFES em greve! Não se pode tapar o sol com a peneira. Gostemos ou não, as bases dizem que não será mais assim.

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