ZELOTES. CPI no Senado ouve presidente nacional da Mitsubishi. Eduardo Melzer, RBS, também deporá
A Operação Zelotes, da Polícia Federal e do Ministério Público, que investiga esquema de suborno de fiscais do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para reduzir multas e outros valores devidos à Receita Federal, estima em uma fraude que pode chegar a R$ 6 bilhões. Só graúdos estão sob investigação, inclusive dois dos maiore grupos gaúchos, a RBS e o Gerdau.
Na mídia tradicional, o espaço é pra lá de escasso, para essa superoperação. E, quando o assunto é tratado, a CPI em andamento no Senado não é da “Zelotes”, mas do Carf, como noticia, por exemplo, a mídia impressa do grupo RBS (confira o linque lá embaixo desta nota). Pooois é. Mas, nesta quinta-feira, em Brasília, foi ouvido o presidente da Mitsubishi. Em seguida, também irá ao Senado o presidente da RBS, Eduardo Melzer.
O trabalho, porém, avança muito lentamente, como você pode conferir no material a seguir, originalmente publicado pelo jornal eletrônico Sul21. A reportagem é de Lucas Rohan, com foto de Sérgio Vieira, da Agência Brasil. A seguir:
“Zelotes: Após depoimento pouco revelador, CPI pode pedir quebra de sigilos do presidente da Mitsubishi
O primeiro depoimento de um executivo de empresa investigada na Operação Zelotes “não ajudou muito”. A avaliação é do próprio presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), após quase duas horas de interrogatório, na manhã desta quinta-feira (9), com o presidente da Mitsubishi do Brasil, Robert Rittscher. Sem avanços, a CPI instalada no Senado aprovou um indicativo para votar o pedido de quebra dos sigilos bancário e telefônico do executivo na próxima reunião.
Os senadores não ficaram satisfeitos com as respostas dadas por Rittscher aos questionamentos. Ele negou ter conhecimento de pagamento de propina a fiscais do Carf para abater valores que a Mitsubishi devia para o fisco e afirmou que todos os processos são feitos pelo departamento jurídico da empresa. Para a relatora da CPI, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), “ficaram muitas lacunas”.
A CPI do Carf foi instalada em maio no Senado Federal para dar continuidade às investigações da Operação Zelotes. De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público, responsáveis pela investigação, empresas, escritórios de advocacia e contabilidade subornavam fiscais do Carf para reduzir valores que deviam à Receita Federal.
No caso da Mitsubishi, uma situação específica revelada pela investigação chamou a atenção dos senadores: um débito da empresa foi reduzido em 99% em 2010, quando a Mitsubishi reverteu uma dívida de R$ 266 milhões para menos de R$ 1 milhão após julgamento no Carf. O senador José Pimentel (PT-CE) leu trechos da troca de e-mails entre os advogados da Mitsubishi e atentou para o uso de linguagem futebolística para se referir ao caso. As reuniões do Carf, por exemplo, eram tratadas como “a partida” nessas mensagens.
Dos três convocados para depor na CPI nesta quinta, apenas o executivo da Mitsubishi compareceu. Eram esperados o representante da Ford, Steven Armstrong, dispensado pelos senadores porque a empresa não é considerada suspeita de participação no esquema, apesar de ter sofrido “achaques”, e o vice-presidente do Banco Santander, Marcos Madureira, que enviou carta alegando que está em viagem ao exterior e não poderia comparecer…
…Diante da falta de novidades na investigação, a reunião desta quinta-feira terminou com o encaminhamento de um pedido de quebra dos sigilos bancário e telefônico do executivo. Os senadores também aprovaram uma série de requerimentos, entre eles a convocação de Paulo Ferraz, presidente da Mitsubishi na gestão anterior a Rittscher.
Nos bastidores do Senado, assessores e senadores revelaram à reportagem do Sul21 que já esperavam essa postura por parte do executivo da Mitsubishi. A expectativa de quem acompanha de perto as investigações é que os demais empresários suspeitos também adotem a mesma estratégia: “terceirizar a culpa”. Entre os empresários que irão depor na CPI, está o atual presidente do Grupo RBS, Eduardo Melzer. Há ainda um requerimento solicitando a convocação de um representante da Gerdau, empresa gaúcha também citada nas investigações, mas que ainda não foi votado…”
…Audiência em Porto Alegre
Outra frente de investigação dos desdobramentos da Operação Zelotes é a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, que realizará uma audiência pública sobre o tema na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A comissão aprovou requerimento do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) pedindo a realização da audiência, após sugestão de 19 deputados estaduais gaúchos. Eles integram a chamada Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público Estadual e a audiência deve ocorrer em Porto Alegre em agosto…”
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LEIA TAMBÉM:
“CPI do Carf convoca ex-secretário da Receita e aprova quebra de sigilos de ex-conselheiros”, na versão online dos jornais do Grupo RBS (AQUI)
Já disse que sentiria imenso prazer em ver os hipócritas sirotskys serem algemados pela polícia, mas acho que isso nunca acintecerá.