“SETE” (3). Se a rua for fechada, 20 mil usuários de transporte coletivo serão prejudicados, informa a ATU
De todos os argumentos contrários à determinação judicial que obriga o município a impedir a passagem pela Rua Sete de Setembro em direção à zona norte, em favor da linha ferroviária, os mais significativos, até o momento, são os apresentados pela Associação dos Transportadores Urbanos de Santa Maria (ATU).
A nota divulgada no final da tarde lista uma série de prejuízos, que obviamente também atingem as empresas, mas atentam sobretudo contra a população. A foto é de Deivid Dutra, do jornal A Razão. Confira o texto, na íntegra:
“ATU é contra fechamento da Rua sete de Setembro
A Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) de Santa Maria vem a público manifestar surpresa e preocupação quanto a notícia veiculada nesta quarta-feira sobre decisão da Justiça Federal que determina o imediato fechamento da passagem de nível (PN) da Rua Sete de Setembro, um dos principais acessos viários à região Norte da cidade.
- É preciso ter o entendimento de que a determinação atende a uma demanda judicial proposta pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), tendo em vista convênio celebrado, em 2004, entre a Prefeitura de Santa Maria e o órgão federal. O documento acordou que, tão logo fosse concluída a obra de construção do Viaduto da Gare da Viação Férrea, num prolongamento da Avenida Rio Branco, que a PN da Rua Sete de Setembro seria bloqueada.
- A Rua Sete de Setembro constitui-se numa importante artéria de escoamento de veículos e do transporte coletivo urbano, planejada em consonância com o crescimento da cidade e às diretrizes traçadas pelo Plano Diretor de Mobilidade Urbana (PDMU.
- O bloqueio da Rua Sete de Setembro visa atender exclusivamente a uma demanda particular em detrimento do bem coletivo, visto que a PN é utilizada por composição férrea, no máximo, uma hora por dia. A consequência será a transformação da Rua Sete de Setembro numa artéria esclerosada, causando transtornos irreparáveis à rotina de mais de 20 mil pessoas.
- Diariamente, passam 489 ônibus pela Rua Sete de Setembro, transportando cerca de 20 mil usuários do Sistema Integrado Municipal (SIM). As dezoito linhas que operam nessa região são: Berleze, Maringá, Nonoai, Casa de Saúde, Caturrita, Bela União, Corredor Santa Marta, Kennedy, Norte, Vitória, Itagiba, Gentil Dala Lana, Presídio, Santa Terezinha, Salgado Filho, Chácara das Flores, Vila Oliveira, Itararé-Brigada e Campestre/Centro. O fechamento da PN provocará um colapso na prestação de serviços do sistema de transporte coletivo urbano na cidade sem precedentes e um prejuízo ao desenvolvimento e à economia local, tendo em vista a grande quantidade de estabelecimentos comerciais e de serviços, instalados na região Norte.
- O fechamento da PN implicará em problemas graves de segurança, visto que a mobilidade das viaturas do policiamento ostensivo da Brigada Militar e de atendimento a ocorrência serão comprometidas.
- O mesmo serve para a saúde. No Bairro Perpétuo Socorro estão instaladas uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que foi construída para atender a uma demanda de 500 atendimentos de urgência e Emergência, por dia. A UPA também opera uma das bases das ambulâncias do serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que ficará com a sua mobilidade comprometida. O tempo de resposta ao atendimento de acidentados e cidadãos que necessitam, de atendimento urgente pelo telefone 192 será maior.
- Cabe ressaltar que a posição do Dnit engessa o sistema viário e os modelos modernos de transporte utilizados em vários países do mundo, que contemplam de forma harmônica diversos modais de transporte, entre eles o rodoviário e ferroviário.
“Trata-se de uma decisão tomada em cima de um convênio em que a Cidade de Santa Maria sequer foi consultada a respeito. Somos legalistas, mas não podemos nos omitir diante do que está sendo imposto. Estamos buscando informações junto à Prefeitura Municipal e chamando a sociedade civil organizada, para sermos protagonistas na busca de uma solução que vá ao encontro do desenvolvimento, da segurança e do bem estar da coletividade. Somos totalmente contra o fechamento da PN da Rua Sete de setembro, É imperioso que os santa-marienses se unam nesse momento, sob pena de termos um colapso em segmentos importantes, afetando nosso modo de vida, sob todos os aspectos”, afirmou o presidente da ATU, Luiz Fernando Maffini.
“Desde já nos colocamos à disposição como entidade que vive os problemas e contribui para com as soluções aos desafios que nos são impostos, na certeza de que o bom senso prevalecerá nessa discussão que interfere, sobremaneira, na vida de todos os santa-marienses”, concluiu Maffini.
Atenciosamente
Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) de Santa Maria”
Curioso. O principal argumento para construir o tunel era a interrupção da rua sete provocada pelos trens. Usavam sempre como exemplo mulheres grávidas que não podiam chegar na casa de saúde (alguem pode apresentar um caso onde uma mulher pariu na rua sete esperando um trem passar?). O tunel foi construido para resolver isso.
Quanto tempo a rua sete era interrompida em 2004? E se a frequencia de interrupção constinuasse ou aumentasse de 2004 pra cá, caso, hipoteticamente, o volume de cargas por trem cresce na linha SM/fronteira/Rio Grande? O tunel não foi construido para contornar a interrupçao da rua sete? Se o tunel foi construido para contornar a interrupção da rua, os serviços publicos não poderiam ter a rua sete como eixo fundamental.
Não exagera ATU. Como o fechamento vai provocar um colapso no sistema de transporte coletivo? Os ônibus vão circular pela rio branco, borges do canto, itaimbe ou pela marechal deodoro. Nem aumenta tanto o itinerário.
E o acesso a casa de saude e upa não fica prejudicado. A rua general camara foi asfaltada. Então ambulancias podem ir pelo tunel, depois marechal, general camara e ary lagranha domingues, chegando a casa de saude e a upa, sem aumentar tanto o tempo e a distancia nesse deslocamento.
Alias, essa nota mostra um problema grave que temos em Santa Maria. O transporte público está completamente entregue a ATU. A prefeitura não administrata nenhum aspecto do sistema, apenas emite decretos com aumentos de tarifa e exigencias que não são cumpridas. Ou seja, venda de passagens, compra de insumos e equipamentos, controle da frota e pagamento de pessoal deveriam ser feitos pela prefeitura. A ATU deveria simplesmente executar o serviço, mas não gerencia-lo, nem ter controle sobre o dinheiro movimentado na prestação do serviço. O dinheiro deveria passar primeiro pela prefeitura e depois ir para pagamentos das empresas que prestaram o serviço.
A ATU diz ser legalista. Vamos licitar o transporte ATU? Porque a ATU nunca emitiu uma nota pedindo licitação do transporte coletivo de Santa Maria?