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KISS. Líder da Associação do MP fala em “ruptura” entre trabalho da polícia e de Promotores, na tragédia

Dirigentes da Associação dos Familiares das Vítimas da Tragédia, solidários, assistiram à audiência desta quinta-feira, em Porto Alegre
Dirigentes da Associação dos Familiares das Vítimas da Tragédia, solidários, assistiram à audiência desta quinta-feira, em Porto Alegre

Por LUIZ ROESE (texto e foto), de Porto Alegre, Especial para o Site

Nesta quinta-feira (29) à tarde, foi realizada a primeira audiência do processo em que o pai de vítima da tragédia da Boate Kiss Paulo Carvalho responde por calúnia e difamação, em ação ingressada pelos promotores Joel Dutra e Maurício Trevisan. Depôs como testemunha de acusação o presidente da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (AMP/RS), Sérgio Hianes Harris. O depoimento durou pouco menos de uma hora e ocorreu na sala de audiências da Direção do Fórum Central de Porto Alegre.

Harris relatou todo o seu histórico de envolvimento com o caso desde maio de 2014, quando foi a Santa Maria para “aparar as arestas”, por haver uma “dissintonia” entre o trabalho dos promotores em processos da tragédia e alguns pais de vítimas. Para ele, as divergências tiveram origem “em desinformações ou informações demais” recebidas pelos pais.

O presidente da AMP/RS também fez relato de vários encontros com os pais de vítimas, em que sempre foi tratado “com respeito e de forma cordial”, mas que a relação azedou em 2015, depois que um artigo seu foi publicado em jornal de Santa Maria com o título “O MP não joga para a torcida”, no qual defendia o trabalho dos promotores. Por isso, segundo Harris, ele nunca chegou a responder aos pais sobre documentos que lhe foram entregues e em que eram mostrados erros e interpretações equivocadas de promotores.

Harris ainda comentou que promotores e Polícia Civil “trabalhavam em conjunto” no caso da tragédia, mas que depois “houve uma ruptura”, no momento em que o inquérito apontou 16 pessoas responsáveis criminalmente pela tragédia. “Foi criada uma expectativa. As pessoas leigas não entendem que não havia elementos para os promotores apontarem todos. Esse é o ponto central”, declarou Harris, que no início de seu depoimento se declarou “anigo” dos dois promotores que ingressaram com a ação.

A audiência foi presidida pelo juiz Amadeo Henrique Ramella Buttelli, diretor do Foro Central da Comarca de Porto Alegre. Pela acusação, atuou o promotor Milton Fontana. Pela defesa, atuou o advogado Pedro Barcellos Jr.

O réu, Paulo Carvalho, é pai de Rafael Paulo Nunes de Carvalho, que morreu aos 32 anos na tragédia. Ele é diretor jurídico da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) e mora em Santo André (SP), por isso teve sua presença dispensada. As acusações têm por base dois artigos de Paulo Carvalho publicados no jornal Diário de Santa Maria e uma publicação feita em seu Facebook, com críticas à atuação dos promotores no caso. O depoimento dele está marcado para 24 de novembro, em Santa Maria.

Em outro processo, o presidente da AVTSM, Sérgio da Silva, e o vice-presidente da AVTSM e presidente do Movimento Santa Maria do Luto à Luta, Flávio José da Silva, são acusados de calúnia pelo promotor Ricardo Lozza, de Santa Maria. Os dois acompanharam a audiência desta segunda-feira (29) em Porto Alegre.

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