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MEMÓRIA. A morte de um dos grandes do futebol (e da crônica esportiva) do Estado: Larry Pinto de Faria

larryÉ verdade que a lembrança é do homem do futebol dentro do campo. Um fluminense (nasceu no interior do Rio de Janeiro) que virou gaúcho. E é, com certeza, um dos maiores nomes do esporte no Rio Grande do Sul, onde aportou no início da década de 50. Mas ele também desempenhou, e bem, a função de comentarista esportivo, nos anos 70, na TV Bandeirantes. Uma perda e tanto a do Larry Pinto de Faria, que morreu no início da manhã, na capital, aos 83 anos.

Para saber mais, vale conferir o texto publicado agora há pouco, na versão online do jornal Zero Hora. O texto é assinado por Leandro Behs, com foto (Divulgação) de Dulce Helfer. A seguir:

Ídolo do Inter, Larry Pinto de Faria morre aos 83 anos

Morreu o ex-atacante do Inter Larry Pinto de Faria. O ex-jogador e ex-deputado estadual tinha 83 anos e faleceu devido a uma pneumonia. Larry deixou a mulher, Maria Luiza, os filhos Marcelo, Larry Júnior (que foi diretor de futebol do Inter, em 1996) e Zilda Maria, além de seis netos e uma bisneta.

Larry estava com pneumonia desde dezembro do ano passado, quando foi internado na Santa Casa. Desde o dia 29 do último mês, estava no Santa Clara. Às 6h15min desta sexta, o ex-jogador teve uma parada cardíaca e morreu. A direção do Inter ofereceu a capela do Beira-Rio para o velório, mas o horário não foi divulgado. A bandeira colorada no estádio está a meio mastro, e já foi enviado o pedido à Federação Gaúcha de Futebol para realizar um minuto de silêncio antes da final do Gauchão no próximo domingo, contra o Juventude.

Fluminense de Nova Friburgo, Larry Pinto de Faria foi um dos grandes atacantes da história do Inter. Formou o ataque do segundo Rolo Compressor, nos anos 1950, ao lado de Bodinho. Juntos, eles estão entre os maiores goleadores do clube. Larry é o sexto artilheiro do Inter, com 176 gols, enquanto que Bodinho é o segundo, com 244 gols — o principal goleador do clube é Carlitos, com insuperáveis 485 gols vestindo vermelho.

Larry começou a carreira no Fluminense. Jogou lá de 1951 até 1954, sem grande destaque, quando foi emprestado ao Inter. Veio para Porto Alegre para criar raízes, fazer gols e para não mais sair da cidade. Defendeu o Inter até 1961.

Em 1959, ainda como atacante colorado, foi eleito vereador pela União Democrática Nacional (UDN). Em 1962, já aposentado do futebol, candidatou-se a deputado estadual, ficando na primeira suplência. Larry assumiu uma cadeira na Assembleia Legislativa em 1964, com a saída de Poty Medeiros. Ao final do mandato, voltou a ser eleito vereador por mais três gestões. Foi secretário do Meio Ambiente e da Indústria e Comércio, durante a gestão de Guilherme Socias Villela, entre 1975 e 1983.

Jogador com estilo elegante e técnico, que preferia o drible em vez de a trombada com os zagueiros — em um tempo no qual o centroavante era quase obrigado a trombar com os defensores para ser bem quisto pela torcida —, Larry conquistou o coração dos colorados logo em seu primeiro Gre-Nal: o de 1954, na inauguração do Estádio Olímpico. A histórica goleada por 6 a 2 teve Larry como o autor de quatro gols. Um feito até hoje único nos clássicos.

— Ligou para falar do Gre-Nal de 54? — costumava perguntar Dona Maria Luiza, viúva de Larry, quando atendia o telefone no apartamento do casal, no Menino Deus.

Não demorou para que Larry ganhasse o apelido de “Cerebral”, devido ao novo modelo para centroavantes que ele estabeleceu. Com o Inter, conquistou o Campeonato Gaúcho de 1955 e o de 1961.

Larry também formou dupla com Bodinho na Seleção Brasileira. No Pan-Americano do México, em 1956, o Brasil foi representado apenas por jogadores do futebol gaúcho. Oito deles, do Inter. Larry marcou quatro gols na campanha que levou a Seleção à medalha de ouro.

Perguntado sobre qual era o segredo daquele timaço do Inter e da Seleção que venceu o Pan, Larry costumava ensinar, assim:

— O toque de bola. Tratávamos a bola com muito carinho. Tinha eu, Bodinho, Luisinho, Jerônimo, Canhotinho e Chinesinho. Era um time extremamente habilidoso. Essa foi a base campeã do Pan-Americano de 1956 contra a poderosa Argentina, que tinha feito 5 a 1 na Seleção Brasileira, um ano antes em São Paulo. Lembro que estávamos no México para a disputa, no hotel, e os argentinos chegaram. Perguntados como seria o Pan-Americano, eles disseram que recém tinham goleado o Brasil e que aquela seleção (maioria do Inter) não passava de um time regional. Isso nos deu uma força para entrar em campo que não foi brincadeira. Era assim com a gente.

E Larry Pinto de Faria, agora, virou lenda.” 

PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

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