ANÁLISE. O problema não são os votos nulos ou em branco. É prudente ficar de olho, sim, nas abstenções
Um fato chamou a atenção do editor logo no meio da manhã, quando esteve na Corsan, onde fica a sua seção eleitoral. Ali, havia apenas duas pessoas na fila da seção 019. Ambas estavam justificando a ausência no pleito.
Pois bem, conhecido o resultado oficial divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral, descobre-se que a quantidade de gente que não votou foi, sim, um fenômeno. Nas cidades daqueles eleitores, provavelmente, e em Santa Maria com absoluta certeza.
É um fator a ser levado em conta pelos candidatos ao segundo turno. Embora, habitualmente, esse número se reduza, inclusive porque o debate tende a ser mais direto e incisivo, é algo a ser considerado com a devida seriedade.
Conforme os números finais, deixaram de votar no município nada menos que 42.409 eleitores. Isso é praticamente 21% do total. Tomando a média histórica, na casa dos 12%, é 60% mais que o habitual. Algo a preocupar. Mais: as abstenções só perderam para os classificados para o segundo turno, Valdeci Oliveira e Jorge Pozzobom. E ganharam, com folga, dos outros seis concorrentes.
O desencanto com a política, mais até que com os candidatos postos, pode ser a melhor explicação. Pode. Mas merece investigação.
Já os votos nulos e brancos, 6.444 e 6.796 respectivamente, convenhamos, estão dentro da média histórica. E até devem aumentar, no segundo turno. Devem. Não necessariamente isso acontecerá. A conferir.
Santa Maria, somando brancos, nulos e abstenções, chegou a 29% dos eleitores. São Paulo capital chegou a 38%. Cidade maravilhosa chegou a 41%.