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Quem tem medo da História? – por Luciano Ribas

Compreender a história é fundamental para todos nós, gostemos ou não.

Essa relevância a torna, quando disciplina educativa, alvo permanente dos grupos que têm interesse na ignorância das pessoas sobre o mundo em que vivem, o que aconteceu nele ao longo dos anos (e dos séculos) e quais as responsabilidades de cada “ator” em momentos relevantes da vida em comum. Por certo, não foi à toa que Henry Ford disse que a única história que “vale alguma coisa é a que fazemos hoje”, apenas para citar um exemplo.

Portanto, é óbvio que me causa embaraço ouvir um “detesto história” saindo da boca de alguém. Se este alguém for um jovem ou adolescente, mais ainda, pois as atitudes e os valores que começamos a consolidar nesse período da vida nos acompanharão por anos, talvez por toda a nossa existência.

Não deixo de compreendê-los, porém. Certamente, grande parte desse desinteresse é culpa dos mecanismos de dominação que promovem o desprezo pelas disciplinas que integram o campo das humanidades. Mas há responsabilidades também entre aqueles que integram esta grande área do conhecimento.

Mesmo sendo eu apenas um curioso que gosta do tema e que busca ler e refletir sobre ele (e que convive com jovens e adolescentes), modestamente penso que, na ânsia de negar o ensino positivista que restringia o aprendizado de história à decoreba de datas, nomes e fatos, acabou-se por focar excessivamente nas (reais e fundamentais) contradições decorrentes da luta de classes, perdendo-se nesse “exagero metodológico” muito dos aspectos que dão “graça” aos fatos históricos.

Falo de elementos típicos das grandes narrativas, presentes nas tragédias, dramas, comédias e suspenses, e que alimentam fartamente toda uma indústria de entretenimento baseada em histórias da história.

Caso já existam e minha ignorância desconheça, peço desculpas e parabenizo quem os utiliza; caso não existam, penso que se fossem desenvolvidos métodos de ensino que mantivessem a formação da capacidade de crítica e, ao mesmo tempo, tomassem partido da riqueza narrativa inerente aos acontecimentos históricos, haveria muito mais encantamento e aprendizado. Provavelmente, as pessoas que “detestam história” seriam exceções e os cartazes de “intervenção militar constitucional já” se resumiriam a sintomas isolados de portadores de sofrimento mental necessitando de internação.

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