EDUCAÇÃO. Reitores e deputados gaúchos se mobilizam contra cortes no ensino superior
Por Tiago Machado e Marcelo Antunes
A convite do presidente da Assembleia Legislativa, Edegar Pretto, reitores e pró-reitores de 11 universidades e institutos federais gaúchos participaram de uma reunião com os deputados estaduais em Porto Alegre, nessa quarta (16). O encontro serviu para os dirigentes exporem a grave situação enfrentada pelas instituições de nível superior a partir dos cortes no repasse de recursos realizados em série pelo governo federal Presente na audiência, o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, classificou como “aterrador” o momento atual e citou números preocupantes.
“A UFSM deixou de receber, com os decretos de contingenciamento, de 2014 para cá, R$ 270 milhões. Não é dinheiro para reitor ou para os professores. É dinheiro para a comunidade, para a sociedade, para o Rio Grande do Sul”, afirmou.
Burmann confirmou que o cenário dificulta a continuidade de obras em andamento, como no caso do campus da UFSM em Cachoeira do Sul. ” É terrível ver as obras dos prédios lá estarem mais da metade concluídas, e se ter perspectiva zero de ter recursos para a continuidade delas”, lamentou ele.
O deputado Valdeci Oliveira (PT), que também participou do debate, apoiou a realização de uma ampla mobilização social em defesa das universidades. “Temos que levar esse debate para a sociedade em geral. As lideranças, vereadores, prefeitos e lideranças empresariais precisam saber de fato o que está ocorrendo, porque o impacto é muito grande e se dá nas cidades. Lamentavelmente há um desinteresse dos governos estadual e federal por questões que são prioridades para a sociedade. Educação é e sempre tem que ser prioridade”, reforçou ele.
Medidas – Ao final da reunião, foi definido uma série de ações dentro da mobilização contra os cortes orçamentários. Entre as iniciativas previstas, está o lançamento de uma moção e a realização de reuniões dos reitores e reitoras com a bancada federal gaúcha e com o ministro da Educação. Também será criada a Frente Gaúcha em Defesa das Instituições de Ensino Federais e a realização de uma audiência pública no próximo dia 15 de setembro, no Teatro Dante Barone, em Porto Alegre.
Quem sabe vamos antes saber, colocando em planilhas, comparando-se com metas de qualidade e retorno, o quanto do atual orçamento das federais estava sendo improdutivo e ineficiente? Mal aplicado? Tem-se hoje qualidade, pesquisa e cursos de ponta pelo que estava sendo investido? Tempos de crise são uma grande oportunidade para reavaliação geral de tudo. Mas quem tem vontade e poder para fazer essa análise?
Aliás, ninguém se deu conta que o investimento em infraestrutura nos anos não sóbrios da dama de vermelho foram montanhas de dinheiro colocadas no ralo, numa política de expansão ineficiente e mal planejada? Campus de Cachoeira é um bom exemplo disso.