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Aliança governista. Pimenta se abraça a Lula e Valdeci. E assim pretende seguir até outubro

No debate promovido pela rádio Santamariense e pelo jornal A Razão, há 10 dias, já se percebeu com alguma nitidez qual será a estratégia de campanha do candidato a prefeito Paulo Pimenta, do PT e da aliança “Santa Maria não pode parar”. Como registrei aqui, o petista vai colar em Valdeci Oliveira, muito bem avaliado pela população. O que não disse, nem escrevi, é que Pimenta fará o mesmo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Isso não significa, obviamente, uma “nacionalização” da campanha – inclusive porque, num pleito municipal, o eleitor está muito mais, para não dizer totalmente, interessado é nas questões da comuna. Não da província, menos ainda da nação. Mas realçar que a maior parte das verbas disponíveis para os investimentos feitos em obras vem pela boa vontade presidencial não fará mal à candidatura. Muito ao contrário, raciocinam os articuladores e estrategistas da coligação governista.

 

Convenhamos, faz sentido. Principalmente se você tomar os últimos números disponíveis. E que são os do levantamento de tendência de voto aferido  pela Fato Pesquisa Social e Mercadológica, divulgado pelo Diário de Santa Maria em 12 de julho. Esquecendo o desempenho do próprio candidato, 7% (em percentual redondo) abaixo do principal nome da oposição, Cezar Schirmer, seria conveniente fixar os olhos (e a mente) em outros dados do levantamento. Especialmente sobre a percepção popular dos governos municipal e federal.

 

No caso do prefeito Valdeci Oliveira, somados os percentuais ótimo e bom, se constatará uma aprovação de 42,2% para o governo comunal. Esquecendo o “regular” (que pode pender para qualquer lado), se verá, na contrafação, que apenas 16,5% da população santa-mariense reprovam a administração (somando-se os índices ruim e péssimo). Se você quiser dividir ao meio o “regular”, nem precisa ter muito boa vontade para dizer que Valdeci passaria de ano com alguma folga. E é nisso que Pimenta pretende pegar carona.

 

A estratégia de “colar” em Lula fica mais evidente (e o debate mostrou isso) com os números obtidos, na pesquisa, pelo Presidente da República. O Chefe da Nação é ainda mais aprovado que o prefeito. E nem precisa de parte do “regular”, para garantir aproveitamento. Somando-se o bom e o ótimo, Lula alcança 53,9% de bem-querência. Se tomar metade do percentual intermediário, a aprovação avança para mais de 68%. Quem não gostaria de ser identificado como amigo dele, nesse caso?

 

É provável que, como contraveneno a esse fenômeno de popularidade que beneficia o adversário, Schirmer tente também não se afastar do Presidente da República. E tem até bom argumento: um deles é que o PMDB também faz parte do governo Lula. E como tal,  ele próprio sempre votou com os interesses do Presidente, quando exigido na Câmara dos Deputados.

 

Mas há um problema: quem acreditará nisso, se os aliados schirmistas, exceto o PP, sempre se posicionaram contra Lula e nunca pouparam discursos nesse sentido? E até bem radicalmente, no caso específico do PSDB de Jorge Pozzobom e no DEM. Aliás, os Democratas e os tucanos não podem mudar o discurso neste momento, do contrário correm o risco de, com Schirmer, perder os votos anti-PT e anti-Lula, que são um razoável estoque a não ser desperdiçado.

 

É um dilema. Mas este é da oposição, não de Pimenta e seus correligionários. Se percebeu no debate. E se notará logo, logo, quando a campanha for mais visível à população, bem antes inclusive, imagino, do horário eleitoral no rádio e na TV quando, então, será escancarada a estratégia da Frente Popular Trabalhista.

 

EM TEMPO: em nota posterior, logo em seguida, avaliarei o que pode ser a estratégia oposicionista, para tentar contrapor a visível união que Pimenta pretende realçar com Valdeci e Lula.

 

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