Política

CÂMARA. O que provocou o desabafo da vereadora Celita da Silva (PT) ao final da sessão dessa terça (3)?

Ao final de sessão, vereadora Celita da Silva (PT) disse que se sentiu desrespeitada por seus colegas de parlamento. Foto TV Câmara / Divulgação

Por Maiquel Rosauro

A sessão dessa terça-feira (3), na Câmara, registrou um momento constrangedor na formação de uma comissão especial e terminou com um desabafo público da vereadora Celita da Silva (PT). A parlamentar disse ter se sentido desrespeitada por seus colegas de parlamento.

A petista requisitou a criação de uma comissão especial para análise do Projeto de Lei Complementar 8.468/2017, de sua autoria, que visa trazer mais segurança para as pessoas do sexo feminino que utilizam o transporte público. A proposta, basicamente, determina que, após as 22h, os condutores devem possibilitar o desembarque, do público-alvo da proposta, em qualquer local que seja permitido estacionamento, no trajeto regular da linha, mesmo que não exista ponto de parada regulamentado.

O problema que desagradou Celita ocorreu durante a formação da comissão, composta por três vereadores. A autora já fazia parte da comissão de forma automática e cabia as bancadas governistas elegerem os outros dois representantes. Porém, todos votaram no vereador João Kaus (PMDB), que desde o início havia colocado seu nome a disposição. O fato inédito gerou risadas no plenário e, de certa forma, diminuiu a iniciativa da petista.

Para dar fim ao momento constrangedor, o vereador Juliano Soares – Juba (PSDB) tomou à frente e retirou o voto do PSDB em Kaus e repassou para Leopoldo Ochulaki – Alemão do Gás (PSB), a fim de completar a comissão.

Ao final da sessão, Celita usou o microfone de aparte e criticou a postura de seus colegas de parlamento.

“Sempre tratei tudo e todos com a maior dignidade, maior animosidade e quero registrar meu descontentamento com muitos destes parlamentares. Começo a repensar meus conceitos a partir de hoje”, disse Celita.

O site entrou em contato com a vereadora para entender melhor o seu Projeto de Lei Complementar e também o papel que terá a nova comissão. Confira abaixo:

Site – Qual a importância desta comissão especial?
Celita da Silva – É importante esclarecer, que as comissões especiais existem cujo objetivo é fazer cumprir o regimento interno da Câmara. Por se tratar de uma Lei Complementar exige que a mesma seja analisada por uma Comissão Especial para que, após a apreciação, seja ou não encaminhada ao Plenário para votação. Esta Comissão Especial, especificamente, é importante porque irá analisar a Lei Complementar que propõe que mulheres, idosos e portadores de deficiência possam desembarcar do transporte coletivo após as 22h em local próximo a sua residência desde que não mude o itinerário do coletivo. Refere-se a um público vulnerável que necessita de um atendimento diferenciado.

Site – Por que a senhora acredita que os vereadores não se interessaram pela comissão? Será que eles não entenderam a proposta?
Celita – Bom, eles alegaram a indisponibilidade de tempo para analisar o projeto em virtude de já fazerem parte de outras comissões. Porém, esse é um projeto que precisa da atenção dos parlamentares. Pois trata-se de uma alternativa legal para tentar reduzir a vulnerabilidade de mulheres, idosos e pessoas com deficiência que usam o transporte coletivo à noite e são obrigados a descer nos pontos convencionais de ônibus. Com esta prerrogativa de desembarcar fora do ponto, após as 22h, este público poderá escolher o local mais seguro e próximo as suas residências, já que existem paradas em locais escuros que favorecem a ação de ladrões e criminosos. Em Santa Maria, os casos de estupros contra adolescentes crescem quase 20% a cada ano. Os casos são ainda mais frequentes com jovens próximos dos 18 anos de idade, principalmente, o público feminino que utiliza os ônibus após as 22 horas. Saliento que este Projeto já tem um parecer favorável da Procuradoria Legislativa, que entendeu a sua relevância social. Agora, aguardamos a Comissão, para que, uma vez aprovado, possa ir para votação de todos os vereadores. Tenho convicção que, por se tratar de um projeto de suma importância e segurança pública, e por considerar o papel do vereador que é o de representar os interesses dos cidadãos perante o poder público e o de propor melhorias para a população, inclusive de segurança, que este Projeto vá para votação e seja aprovado por unanimidade.

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3 Comentários

  1. Estamos vivenciando algo extremamente desolador, nossos representantes que deveriam estar a serviço do povo, estão tratando de uma maneira debochada algo essencial para a população no que diz respeito a segurança e proteção das pessoas em suas necessidades diárias. Será que precisarão ser vítimas da violência que impera em nossa cidade para se dar conta do quanto seria importante a implantação desse recurso? Ou será que concordam com estupro, asalto mortes de inocentes… chega ser nojenta essa atitude pra não baixar o nível. Por favor queridos representantes, se não forem fazer coisa que preste tomem vergonha na cara e se exonerem. Sem Mais Lenir.

  2. Não entendi nada. Mas , por que sou um idiota, mesmo. Mas o magnânimo, brilhante, esfuziante vereador Kaus recebe, por unanimidade, todos os votos. E isso é motivo de desdem dos coleguinhas , ou de constrangimento da nobre proponente? Quéisso, gente.?!Tô contigo, Kaus. Vamo trabaiá!!! Uiiiii…

  3. Não é possível acompanhar todos os assuntos, mas não existia um decreto do Schirmer a respeito deste assunto? Algo semelhante?

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