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EDUCAÇÃO. O prêmio para um projeto que investigou e biografou 13 personalidades negras de Santa Maria

Representantes do CTISM receberam o prêmio pelo projeto que mobilizou os 75 alunos e investigou e biografou 13 personalidades negras

Da Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor, com foto de Divulgação

No início de 2016, quando a professora da disciplina de História Roselene Gomes Pommer apresentou aos estudantes dos terceiros anos integrados do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM) o desafio de desenvolver uma pesquisa de campo sobre a história e cultura afro-brasileira, logo uma inquietação surgiu entre os alunos: quem foram os negros e negras que ajudaram a construir a história de Santa Maria? Dos debates em sala de aula ao trabalho de campo, ao longo de todo o ano passado, o grupo de cerca de 75 estudantes investigou e biografou 13 pessoalidades negras do município. O resultado do projeto foi reconhecido nacionalmente, na última semana: o Ciclo de Estudos sobre História e Culturas Afro-Brasileiras foi um dos 11 projetos premiados pelo Desafio Criativos da Escola, organizado pela Fundação Alana. A entrega da premiação ocorreu no dia 5 de dezembro, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

Evento anual promovido pelo CTISM, desde 2010, o Ciclo de Estudos sobre História e Culturas Afro-Brasileiras tem como objetivo dar visibilidade aos trabalhos sobre história e cultura afro-brasileiras e africanas, que os alunos dos terceiros anos produzem na disciplina de História. A cada ano, uma temática é escolhida pelos estudantes e desenvolvida ao longo de todo o ano letivo, envolvendo desde o planejamento e pesquisas de campo, até a produção, apresentação e publicação de resumos. O projeto culmina com a realização de um evento, em novembro, integrando a programação da Semana Municipal da Semana da Consciência Negra.

De acordo com a professora Roselene, que organiza o evento desde sua primeira edição, no ano passado, ao discutir a presença dos negros na história local, a temática do projeto surgiu entre os próprios estudantes. “Santa Maria é uma cidade em que monumentos e nomes de ruas evidenciam homens brancos, militares ou clérigos. Começamos a nos questionar, então, sobre os negros que sabíamos que também tinham contribuído com a história da cidade. Uma história fundamentada na viação férrea, no militarismo, na formação educativa. Onde estão os negros que participaram dessa história?”, sintetiza Roselene. Como os estudantes não encontraram, na história oficial da cidade, essas personalidades negras, os estudantes saíram à campo. A investigação resultou na construção da biografia de 13 personalidades históricas marcantes do município.

Inscrito no Desafio Criativos da Escola, em agosto deste ano, o Ciclo foi escolhido, dentre os 1.492 projetos inscritos, como um dos 11 melhores do país, o único representante do Rio Grande Sul. Programa da Fundação Alana, o Criativos da Escola tem como objetivo encorajar crianças e jovens a transformarem suas realidades e comunidades, a partir do incentivo ao protagonismo social, a empatia, a criatividade e o trabalho em equipe. A iniciativa faz parte do Design for Change, movimento global originário da Índia e presente em 60 países.

Para a professora Roselene, a premiação simboliza o reconhecimento de um trabalho coletivo que vai além da obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira em estabelecimentos de ensino fundamental e médio, determinada pela Lei 10.639/2003. “Estudar a história de um país negro como o nosso sem dar visibilidade à história e cultura africana e afro-brasileira é impossível. Por isso, pessoalmente, esse prêmio é extremamente importante porque é o reconhecimento público do trabalho que nós viemos desenvolvendo com esses jovens, com o objetivo principal de formar cidadãos com consciência histórica”, avalia a professora.

As discentes do CTISM Ana Flávia Souza e Gabrielle Sanger, participantes da edição deste ano do Ciclo (cuja temática foram a história e cultural dos povos originários do continente africano) acreditam que as discussões desenvolvidas por meio do projeto são de extrema importância, principalmente para o reconhecimento dos estudantes negros do Colégio. A partir de palestras e pesquisas, elas relatam que os próprios alunos identificam seus laços históricos com o município: “Depois que nós participamos do ciclo, nós mesmas estamos nos reconhecendo, identificando e ocupando o nosso espaço no colégio”, observa Ana Flávia.

As estudantes, junto com o colega Jackson Moraes, estiveram no Rio de Janeiro, entre os dias 2 e 5 de dezembro, representando os cursos técnicos do CTISM durante a programação de premiação promovida pelo Desafio. Os estudantes participaram de atividades de integração e puderam conhecer os demais projetos premiados. “Nós conhecemos pessoas de vários Estados e os projetos que eles desenvolvem. Foi sensacional, porque nós não sabíamos que em outros lugares também tem gente fazendo projetos para ajudar a sociedade, seus colégios, a comunidade em que as suas escolas estão situadas. Nós aprendemos muito, foi uma experiência enorme estar lá”, relata Gabrielle.

Para saber mais sobre os projetos desenvolvidos no Ciclo de Estudos sobre História e Culturas Afro-Brasileiras do CTISM, confira os Cadernos de Resumos das edições de 2016 e 2017.

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