Presente de Natal – por Bianca Zasso

Essa época do ano costuma mexer com as pessoas tanto quanto um bom filme. E quando digo “bom filme” não estou me referindo ao conteúdo, mas ao poder de uma produção. Aquilo que faz parte da plateia chorar pode garantir as gargalhadas da outra metade.

Natal é um pouco assim. Há quem conte os minutos para a troca de presentes e a família reunida e também tem a turma que corta um dobrado para conseguir passar a tal noite feliz sozinho. E tem também os que só pensam nas rabanadas, núcleo no qual me incluo. Piadinhas inúteis à parte, o cinema sempre fez parte do meus natais e é por isso que ele será o meu desejo deste ano.

Desejo aos leitores desta coluna mais filmes não apenas na quantidade. Desejo que vivam os filmes como nunca, que comentem sobre eles, que cantarolem suas trilhas e os indiquem para os amigos. Desejo que as pessoas escolham os filmes que vão assistir com um mínimo de cuidado, que não entrem na sessão mais próxima nem fiquem chateados se a pipoca acabar. Acredite: filmes sem pipoca costumam ser os mais inesquecíveis. Não temos tempo para mastigar quando nossos olhos estão encantados.

Os mais racionais vão achar tudo um exagero. Que é apenas entretenimento e nada mais. Se fosse possível empacotar todas as lágrimas, sorrisos, dúvidas e amores que a Sétima Arte já provocou em mim, eu queria que ele estivesse embaixo da minha árvore cheia de luzinhas. E de certa forma, eles estão lá, junto com o meu desejo de um ano com mais arte e questionamento e menos puritanismo e retrocesso.

Porque metade de mim é cinema e a outra metade também.