Negócios (1): os funcionários em 1° lugar – por Carlos Costabeber

No jantar do Dia do Comerciante, insisti de que o Titulo de Empresário do Ano tinha uma razão muito especial. Era o reconhecimento (ao menos para mim) de uma filosofia de trabalho que adotei há mais de 12 anos, onde a prioridade na empresa são os funcionários. Afirmei que, para mim, “o cliente está em segundo lugar”; porque “se eu cuidar bem do meu pessoal, eles automaticamente irão cuidar bem dos meus clientes”.

E a prova de que essa filosofia está correta está expressa nos resultados da Superauto, em termos de liderança na participação de mercado, na satisfação máxima dos clientes (sempre entre os cinco melhores do País na avaliação da montadora), e nos resultados financeiros.

E a repercussão foi muito grande !

É comum ouvir empresários afirmarem que o “seu maior patrimônio” são os que com ele trabalham. Mas, na realidade, não é nada disso ! E até se justifica, pois é um assunto muito difícil de se lidar. Além disso, é preciso ter uma visão de longo prazo, pois tem-se que apostar na “formação de talentos”, ao invés de procurar profissionais experientes no mercado.

A busca do imediatismo e a falta de uma cultura de recursos humanos inibem ações inovadoras dentro das empresas. Por isso, acaba-se sempre fazendo o óbvio, o convencional, o de sempre. Só que os resultados também serão sempre previsíveis.

O primeiro passo para adotar uma nova filosofia de RH é a decisão do dono da empresa. Só ele pode liderar todo o processo de mudança, desde que tenha coragem, esteja preparado, orientado e consciente das consequências. Porque gradualmente será o fim da hierarquia convencional, verticalizada, em troca de uma hierarquia horizontal, linear, mais democrática e participativa.

Consciente da necessidade de mudar, e da estratégia a ser adotada, o primeiro passo é o trabalho de RECRUTAMENTO e SELEÇÃO de pessoal. 

Começam aí os problemas, pois as empresas, via de regra, não gostam de selecionar pessoas; por falta de preparo, por não saber encontrar talentos, e principalmente, por não definir claramente qual o PERFIL desejado para cada função. “Toca um horror” quando tem-se que preencher uma vaga.

E a prova disso é que a maior lamúria que ouço dos empresários, é de que “não se acha gente boa para trabalhar”. Enquanto isso, dezenas de jovens foram até a sua empresa procurar uma oportunidade, e nem ao menos foram recebidos – na maioria das vezes, pelo simples motivo de que “não tinham experiência”.

Se os leitores e o Claudemir toparem, posso dar sequência a esse assunto, pois fui criador do Programa Nacional de Treinamento (PNT) da Rede Ford, onde pude conviver por 10 anos, com os melhores especialistas da área no Brasil.

Enfim, credito o sucesso nessa mudança que mudou a minha vida profissional, num aprendizado moderno e consistente.