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ESPAÇO ALVIRRUBRO. O sol era o nosso aliado, diz Leonardo da Rocha Botega. E aí, de repente, ele se foi

Quando o sol se vai

Ah, o sol! Domingo de sol é dia de alegria! Pela manhã os cães e os gatos procuram o melhor local da casa para aproveitar aquela claridade que absorve a preguiça e relaxa os pelos. Aos poucos o Parque Itaimbé fica movimentado, o Kalu comemora que o Brique da Vila Belga não precisou ser adiado e, nas redes sociais, adolescentes confirmam seus pontos de encontro para aquele rolé, que entre paqueras e sorrisos sempre será inesquecível.

Não é por menos que os astecas acreditavam que o Sol, símbolo do Deus guerreiro Huitzilopochli, morria todas as noites e renascia no dia seguinte para combater as estrelas e a Lua com seu facho de luz. O sol é tão mágico que até Mario Quintana dizia que o luar era a luz do Sol que estava sonhando.

Sol e futebol é quase uma combinação perfeita. O Doutor Sócrates, maestro da seleção de 1982, dizia que queria morrer em um domingo de sol com o seu time sendo campeão. E não é que Huitzilopochli atendeu! Este mesmo sol abrilhantou a Baixada Melancólica no domingo de estreia.

Estreia é sempre um momento tenso. Quando sai o calendário dos jogos é o primeiro dia a ser reservado. A semana que antecede, então… Os dias parecem que não passam, quando menos se espera, o torcedor está mentalmente antecipando a hora do jogo. Quando chega o grande dia, o café é pensando na escalação e o almoço é pensando em como digerir o adversário.

As horas lentamente vão passando até o encontro para a pré-jornada na esquina, onde se pode conferir que se a cerveja ainda segue gelada e reencontrar os outros torcedores, amigos anônimos ou de longa data. A entrada no estádio e aquele olhar para a arquibancada acompanhado do suspiro de quem diz: “eu voltei e agora vou ficar o ano todo” (Afinal, depois de muito tempo o nosso Inter SM jogará no segundo semestre também). Uma conferida no gramado (que esta uma belezura), na nova copa, na reforma nos banheiros e os protagonistas entram em campo.

Jogo tenso! O Inter SM é um time em formação! O adversário é um time que jogou junto quase todo o ano passado, foi Campeão da Copa FGF e só não passou de fase na Copa do Brasil por detalhes. Além do mais, alguns jovens meninos do Aimoré fizeram frente contra o Flamengo na Copa São Paulo e foram responsáveis pelo time carioca não ter sido campeão invicto.

Jogo tenso, jogo parelho! Mas o sol! Ah, o sol! O sol é nosso aliado! Ele fez o gol através do Maldonado! Aos 43 minutos do primeiro tempo, o lateral-direito, remanescente do time que nos fez sonhar ano passado, cobrou uma falta (como o Ronaldinho Gaúcho contra a Inglaterra em 2002) e o sol carinhosamente beijou as vistas do goleiro adversário para que este fosse saudado aos gritos de “Frangueiro! Frangueiro!”.

No intervalo, o sol ainda esteva lá, acompanhando a resenha das arquibancadas. E eu sinceramente, gostaria de ter encerrado este texto por aqui, mas não é possível, futebol tem 90 minutos e seria um sacrilégio diminuir este tempo!

No segundo tempo, o sol foi se pondo, mas seguiu dando esperança a torcida alvirrubra, afinal o sol é um misto de amarelo e rubro! Uma, duas, três, quatro chances e o time santa-mariense podia ter liquidado o jogo. Mas vem a parada técnica para hidratação e o sol não gostou, foi indo embora.

Aos poucos fomos perdendo o nosso décimo segundo jogador. Enquanto isso o Índio Capilé foi crescendo (talvez cultuando a lua, sabe se lá). Aos 28 minutos, Elton, ex-Grêmio, empatou o jogo. Aos 35 minutos, como se fosse um líder religioso asteca em um ritual de sacrifício ao sol, o juiz Wagner Echevarria com uma energia desproporcional ao fato, literalmente, deixou o nosso time sem o Cabeça.

Com um jogador a menos, principalmente, com um volante a menos e com o sol se escondendo atrás do espaço reservado para a torcida adversária é que assistimos ao último lance do jogo. Em um momento em que o sangue nos olhos diz “isola esta bola”, o time marcou bobeira e o menino Santoris, em seu primeiro jogo oficial como profissional, flechou o coração alvirrubro, abrindo uma ferida que durará até o próximo sábado (10/03), quando em um jogo que já se anuncia triste (será em campo neutro e sem torcida) o Inter SM enfrentará o Grêmio Bagé.

Só espero que desta vez o Sol não nos abandone e que nossos jogadores olhem para ele e com mais sangue nos olhos busquem a vitória.

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