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CÂMARA. Construtora distribui presentes para edis. Mas nem todos os parlamentares aceitaram o mimo

Nas embalagens, havia artigos religiosos, pão e um vinho que custa R$ 56,90. O mimo foi distribuído por funcionárias da empresa

Por MAIQUEL ROSAURO (com fotos de Divulgação), da Equipe do Site

A rotina da Câmara de Vereadores de Santa Maria foi alterada, na manhã dessa quinta-feira (8). Gabinetes do Casarão da Vale Machado receberam a visita de funcionárias da Construtora Jobim, que entregaram presentes aos vereadores. No interior das embalagens havia pão, vinho, vela, água benta, um rosário e um livro religioso. Porém, nem todos aceitaram o mimo.

Entre os que recusaram a oferta, está o líder da oposição, Valdir Oliveira (PT).

“Não faço nenhuma crítica aos colegas que estão recebendo o mimo. Talvez seja uma cortesia, mas não me sinto a vontade, como parlamentar, para receber um presente. Há inclusive um artigo no Regimento Interno que fala sobre este tema”, relata Valdir.

O petista se refere ao Capítulo III, que trata do decoro parlamentar. Conforme o Artigo 21, inciso V, é incompatível “não perceber vantagens indevidas, tais como: doações, benefícios ou cortesias de empresas, grupos econômicos ou autoridades públicas, ressalvados brindes sem valor econômico significativo”.

No início da tarde, a reportagem do site conversou com os vereadores Marion Mortari (PSD), Daniel Diniz (PT) e Francisco Harrisson (MDB), os quais confirmaram o recebimento do presente. O trio ressaltou que não vê problema em receber o agrado da empresa.

O tema, porém, repercutiu no transcorrer da sessão plenária. Ao fim da tarde, os 21 vereadores se reuniram a portas fechadas, na Sala da Presidência, para discutir diversos temas, entre eles, os presentes da construtora.

Após a reunião, a assessoria da vereadora Deili Silva (PTB), o vereador Daniel Diniz e o presidente do Legislativo, Alexandre Vargas (PRB), entraram em contato com o site para comentar o assunto. Em comum, os três informaram que aceitaram receber o presente por tratar-se de um ato simbólico-religioso.

Rejeitou, mas…

O vereador Juliano Soares – Juba (PSDB), em um primeiro momento, não aceitou a oferta. Mas reconsiderou o presente.

“Presente? Não considero presente. Um mimo sem valor econômico, que possui uma questão religiosa. Depois voltei atrás e resolvi aceitar”, disse o tucano.

Vale ressaltar que o mesmo vinho presenteado aos vereadores, Rastros Do Pampa Tannat 2017, da Guatambu, é encontrado em lojas online por R$ 56,90 (AQUI).

Homenagem

Na terça (6), o vereador Marion Mortari defendeu no Plenário uma moção de congratulações à Construtora Jobim. Na ocasião, vários vereadores elogiaram o trabalhado desenvolvido pela empresa.

Plano Diretor

Esta não foi a primeira vez, este ano, que a construtora ganhou destaque no Parlamento. Durante os debates a respeito do Plano Diretor, a empresa fez uma forte campanha no Legislativo para aprovar a construção de prédios mais altos.

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4 Comentários

  1. Estes pessoal nouveau riche religioso não tem jeito. Tannat harmoniza melhor com um churrasco. Pão? Como assim pão? E um alimento simples que pode ser muito sofisticado.
    Pão e vinho lembram refeição comunal porque ecclesia é assembleia. Existe significado transcendente, mas também o mundano. Não é um xis, ‘vai comer aqui ou vai levar pra casa’.
    Significado político é para dar risada.

    1. Queria saber a origem desta Água Benta.
      Ela pode ser doada por uma CNPJ para CPFs e manter a bendição?
      Ou foi um padre quem entregou a Água Benta mantendo sua “DO” Denominação de origem e qualidades especiais?
      Ateus recebendo presentes “de Deus”. Religiosos recusando presentes divinos.
      Santa Maria por vezes é muito santa.

      Houveram Santos do Pau Oco. Houveram “Santas do pau oco!?

    2. Depois que inventaram o tal turismo religioso, para o marketing religioso foi um pulinho.

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