Voltamos – por LUCIANO DO MONTE RIBAS (*)
Dizem que precisamos nos distanciar das coisas quando queremos compreendê-las melhor para, assim, construirmos opiniões mais racionais.
Mas sobre o 12º Santa Maria Vídeo e Cinema, por enquanto, eu não quero racionalizar muito. Aliás, nem um pouco. Por algum tempo quero essa chama da emoção ardendo e quero escrever tentando transmiti-la a quem estiver lendo o texto.
Então, assim, de pertinho e no dia posterior ao evento, eu começo dizendo que essa retomada foi um sucesso. Direto e simples, sem medo de errar ou de fingir que não estou com um baita orgulho por tudo que todxs nós, juntxs, fizemos acontecer. Nesse tempo de tantas derrotas para o humanismo, cada pequena vitória precisa ser celebrada.
O SMVC não apenas voltou, mas voltou para a Praça Saldanha Marinho, de onde JAMAIS deveria ter saído. As pessoas voltaram a ver filmes na praça, sentadas nas escadas, entre o dia e a noite, fazendo uma paradinha antes de ir para casa, com um cachorro caminhando no canto do palco e os “bebuns” pedindo licença porque também queriam enxergar a tela. E, antes disso tudo, nas tardes as crianças com sua inocência linda e suas pequenas mentes abertas para o mundo, vendo curtas-metragens que jamais veriam em outro lugar. Muitas delas sentiram pela primeira vez o gostinho do “cinema”, mesmo que não fosse na sala escura e na tela gigante, e eu me arrisco a dizer que jamais esquecerão dele.
Voltou para a Cesma, com longas-metragens reunindo um belíssimo público e diretores debatendo as suas obras, olho no olho. Voltou para a UFSM, reunindo mais de 600 pessoas para verem “A Cabeça de Gumercindo Saraiva” no Centro de Convenções, um verdadeiro templo da cultura, do conhecimento e da arte. Voltou para as páginas dos jornais e telas de computadores, tablets e celulares, para as televisões e para as rádios. Voltou para a boca das pessoas, que falavam felizes sobre “o festival”. Voltou para a Santa Maria do Vento Norte, do calorão e da chuva torrencial. Voltou e abriu um novo espaço, no Brique da Vila Belga, realizado no coração histórico da cidade, uma ideia que trava uma guerra de guerrilhas para se manter pulsante.
E só voltou e foi um sucesso porque as pessoas precisavam dessa volta.
Diversas delas ajudaram, muito ou um pouquinho, sendo imprescindível o apoio de cada um e de cada uma. Seus nomes precisam ficar registrados, pois a todxs somos profundamente gratxs. Vamos agradecer, então.
Na UFSM, ao reitor Paulo Burmann, ao pró-reitor Flavi Lisboa, ao assessor do gabinete Marionaldo da Costa Ferreira, à professora Vera Vianna e sua equipe, em especial à Danusa Frazzon da Cunha, à Josieli Guidolin Rossi e ao Edison Borges.
Na Prefeitura de Santa Maria, ao prefeito Jorge Pozzobon, à secretária Marta Zanella, ao João Carlos Lima e à jornalista Ana Bittencourt.
No Sinprosm, à Celma Pietczak, à Martha Najar, à Juliana Moreira, à Eva Trindade Borges e ao Paulo André Dutra, bem como ao restante da diretoria.
Na Ensaio Formaturas, ao Gustavo Camponogara, ao Roberto Camponogara, ao Eduardo Souza, ao Bruno Bertoncini e ao restante da a equipe.
Na Cesma, ao Télcio Brezolin e ao Gilmar Sartori, à direção da cooperativa, ao Júnior e aos demais colaboradores.
No Diário de Santa Maria, às e aos jornalistas Gabriela Perufo, Rafael Guerra, Cassiano Cavalheiro e Suelen Soares, bem como ao grupo de empreendedores santa-marienses que trouxeram o jornal para a comunidade, em especial ao amigo Paulo Ceccim.
Na Finish, ao Christian Lüdtke e ao Evandro Rigon. Deu tudo certo, mais uma vez.
No Brique da Vila Belga, ao Kalu da Cunha Flores, à Schirlei Stock e a todas as pessoas que têm o privilégio de morar lá, sobretudo às que ajudam a fazer o Brique.
Na Gabardo Transportes, ao Edmilson, ao Eduardo e aos motoristas que tornaram possível o deslocamento das crianças à praça e à Cesma.
Na TV Ovo, ao Marcos Borba, à Neli Mombelli, ao Paulo Tavares, ao Marcelo Canellas e a todxs os que fazem esse projeto fundamental para o audiovisual santa-mariense acontecer.
No Zepellin, à Mila e a todxs que trabalham no bar.
No Dom Rafael, ao Alisson e aos proprietários do hotel, que apostaram nesse reinício do SMVC.
No Bianco Nero, à Iza, ao Caco Pereira e à Raquel, pelo suporte.
Na RBS TV, à Vanessa Backes, à Fabiana Lemos, à Gabriela Fogliarini, ao Fiapo e aos demais câmeras e editores.
No site do Claudemir Pereira, ao próprio, parceiro desde sempre do Santa Maria Vídeo e Cinema.
Na TV Câmara, ao Fabrício Vargas e a toda a equipe responsável por colocar no ar em canal aberto a primeira TV pública de Santa Maria.
Na UniFM, à Rejane Miranda e à Camila Vermelho, sempre apoiando a cultura.
E, para os diretamente envolvidos, um agradecimento mais do que especial.
Ao Ricardo Paim e à Patrícia Garcia, da Companhia Armazém, e à Cândice Lorenzoni, simplesmente geniais na apresentação do SMVC, desde sempre.
Ao pessoal que fez as imagens fotográficas do festival de forma voluntária, por amor à camiseta mesmo: Alice Pozzobon, Joelison Freitas, Marcelo Cabala e Nícolas Lobato.
Ao júri, composto por cinco profissionais de primeira qualidade e que também são grandes seres humanos: Alexandra Zanela, Bianca Zasso, Gelton Quadros, Gilvan Dockhorn e Márcio Negrini.
Ao Fábio Maciel e ao Fernando Vieira, que sempre estão prontos para ajudar em qualquer empreitada.
Às quase quarenta pessoas que colaboraram no financiamento coletivo que fizemos no Catarse e que ajudaram o festival a ter uma sustentação financeira mínima.
Aos realizadores e realizadoras, que inscreveram os seus filmes para as mostras competitivas.
Aos diretores Tabajara Ruas, Juan Zapata, Hique Montanari, Rondon de Castro, Paulo Nascimento e às produtoras Lígia Walper e Marilaine Costa, que cederam seus longas-metragens para exibição e estiveram presentes às sessões e aos debates.
À Padrinho e à Veleiro, que para nós são representadas pela Alexandra Zanela e a Liciane Brum, duas jornalistas perfeitamente sintonizadas com a comunicação digital e que vestem a camisa de verdade.
Ao Ricardo Blattes, consultor jurídico e amigo que ajuda “até na gasolina”.
Ao Leonardo Machado, por ter feito cinema e por ter sido parte das nossas vidas, e à Ane Siederman, por ter recebido pelo Léo a homenagem e ser mais uma parceira do SMVC.
À Maria Luiza, filha do Cassol, que praticamente nasceu e cresceu no festival.
Ao Beto São Pedro, que ajuda “até mais do que na gasolina”, ao Rafael e à Carol, que puderam estar presentes, e à Raquel, que me acompanhou e me ajudou todos os dias, desde antes do SMVC, incentivando, sugerindo e vibrando sempre.
À Santa Maria, cheia de virtudes e de defeitos, da qual não desistiremos.
Voltamos e seremos resistência.
(*) LUCIANO DO MONTE RIBAS é designer gráfico, publicitário e mestre em Artes Visuais pela UFSM e, sobretudo, um dos organizadores/curadores do Festival Santa Maria Vídeo e Cinema.
OBSERVAÇÃO DO EDITOR: A foto que ilustra este texto, de uma das sessões do SMVC na Praça Saldanha Marinho, é de Joelison Freitas.
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