CÂMARA. Nova virada na eleição da Mesa Diretora? Alemão do Gás não garante voto para o Grupo dos 11

Por MAIQUEL ROSAURO (com foto de Camila Porto Nascimento/AICV), da Equipe do Site

A emoção está garantida na eleição da nova Mesa Diretora do Legislativo, na próxima quinta-feira (27). O vereador Leopoldo Ochulaki – Alemão do Gás (PSB), que integra o Grupo dos 11, estuda trocar de lado e votar junto com os governistas. Nos bastidores, ambos os lados pressionam forte o socialista.

A possibilidade de ocorrer uma nova virada na Mesa Diretora eclodiu na tarde dessa quinta (20), durante visita do secretário estadual de Segurança, Cezar Schirmer (MDB), ao presidente do Legislativo, Alexandre Vargas (PRB) e também ao vice, Adelar Vargas – Bolinha (MDB). Não demorou para que Alemão do Gás fosse convidado a se reunir com o trio. Enquanto isso, Juliano Soares – Juba (PSDB) administrava a sessão plenária.

A presença de Schirmer na Casa e reunido a portas fechadas com Vargas, Bolinha e Alemão enfureceu o Grupo dos 10. Lideranças do PP, PSDB e MDB entraram em contato com o site criticando a situação, uma vez que era óbvio que o tema do encontro era a Mesa Diretora.

“Isso é deselegante e repugnante. Não considero mais o Schirmer como uma liderança do meu partido. O dinheiro público está em jogo, ele ainda é secretário e estava em horário de trabalho”, afirmou João Kaus (MDB).

Manoel Badke – Maneco (DEM) também reclamou da visita relâmpago de Schirmer, que não desceu até o Plenário para conversar com os demais vereadores.

“Eu queria falar com ele, mas não pude”, comentou o democrata.

“Ele só veio para ajeitar a Mesa, não veio nos visitar”, emendou a vereadora Cida Brizola (PP).

Alexandre Vargas explicou ao site que Schirmer esteve na Casa para fazer uma visita de cortesia à Presidência. O vereador do PRB disse que sugeriu ao emedebista não descer até o Plenário para não atrasar a sessão, uma vez que Ordem do Dia possuía um festival de moções, diversos projetos e não tinha hora para terminar.

“O Schirmer perguntou como estava a situação da Mesa e respondemos que acreditamos estar tudo certo e que o único vereador que poderia ter alguma dúvida é o Alemão. Então, o Schirmer perguntou se poderia conversar com ele, sobretudo, porque o próximo presidente que pretendemos eleger é o Bolinha, que é do MDB”, explicou Vargas.

O presidente relatou ao site que Schirmer pediu para Alemão votar em Bolinha na eleição da Mesa.

“Vemos o Alemão firme com a gente, só que existe pressão dos dois lados. Nós confiamos na palavra do Alemão”, afirma Vargas.

 “Não tenho palavra nenhuma para ninguém”, diz Alemão

O site entrevistou Alemão do Gás, em seu gabinete, já no início da noite dessa quinta. Em uma conversa de cerca de 20 minutos, que também contou com a presença da chefe de gabinete do parlamentar, Adriana Trindade Vargas, o vereador disse que se sente independente (tanto do G11 quanto do PSB).

“O G11 tem seis dissidentes e os cinco oposicionistas. Quando foi criado, teve um misto destas identidades políticas e não tinha o objetivo de ser oposição, mas de ser independente a favor da comunidade santa-mariense. No decorrer da caminhada, parece que o grupo foi meio que denominado de oposição. Mas como o Alemão tem um perfil independente e possui liberdade política, ambos os lados sentem-se a vontade em chegar até ele e pedir seu voto para a Mesa”, explica Adriana.

Já o vereador deixa claro que, hoje, não sabe se votará com o G11 na eleição da Mesa ou se voltará a fazer parte da base do governo Pozzobom na Câmara. Ele disse ao site que seu compromisso é com o povo de Santa Maria e que pretende estudar nos próximos dias em qual lado votará.

“Eu tenho que ter meu direito de ir e vir. Eu não posso dizer que vou votar neste grupo, vou para aquele outro grupo ou fazer um novo grupo. Eu, por enquanto, não tenho palavra nenhuma para ninguém. É isso né Adriana?”, disse o vereador.