LUNETA ELETRÔNICA. Valdeci e o IFFar, Riesgo e o IPERGS, Sinprosm, e o jornalista processado 59 vezes
Por Maiquel Rosauro
* O deputado Valdeci Oliveira (PT) reuniu-se, na segunda-feira (11), com a reitora do Instituto Federal Farroupilha (IFFar), Carla Jardim, em Santa Maria, para colocar o seu novo mandato parlamentar à disposição da instituição.
* Valdeci reafirmou o compromisso de continuar e ampliar a defesa da educação pública e do fortalecimento dos institutos federais de educação.
* “Assim como as universidades, o papel dos institutos federais é decisivo para o futuro do país e para o futuro da nossa juventude. Temos que trabalhar para que não ocorram retrocessos nessa política pública e nem a asfixia financeira e orçamentária desses espaços”, afirmo o parlamentar.
* Valdeci também pediu o apoio do IFFar nas atividades da Frente Parlamentar em Defesa da Duplicação da RSC-287, cuja criação já foi proposta oficialmente por Valdeci.
* Já o deputado estadual Giuseppe Riesgo (NOVO) utilizou as redes sociais para chamar atenção para o déficit do Instituto de Previdência do Estado (IPERGS).
* Conforme Riesgo, os funcionários inativos custam mais do que os ativos são capazes de contribuir, fazendo necessário o aporte de recursos do Estado para garantir o pagamento das aposentadorias.
* “Desde 2008, o valor aportado pelo estado para cobrir o déficit do IPERGS cresceu 52% em termos reais, atingindo a marca de R$ 99 bilhões acumulados em 2018. Caso não seja feita uma Reforma da Previdência eficiente, que altere a idade mínima para se aposentar, a situação irá apenas piorar”, afirma o deputado.
* Mais detalhes, na postagem de Riesgo:
* O Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria encaminhou pedido de retratação pública ao vereador João Chaves (PSDB) por manifestação na Câmara de Vereadores, no dia 4 de dezembro. Na ocasião, enquanto debatia-se moção de apoio ao projeto Escola Sem Partido, o vereador apontou a EMEF Reverendo Alfredo Winderlich como exemplo de escola que promovia doutrinação ideológica.
*Na tribuna, Chave disse “uma professora do 4º ano fazia lavagem cerebral nos alunos para não votar em Bolsonaro”, configurando, na sua opinião, uma conduta “vergonhosa”.
* De acordo com o Sinprosm, o pedido de retratação baseia-se no fato de que as afirmações são inverídicas. Ocorre que um episódio ocorrido em sala de aula no período anterior ao primeiro turno das eleições mereceu atenção da equipe diretiva, sendo, no entanto, totalmente esclarecido entre a professora, direção, alunos e famílias.
* “Episódios como esse, quando colegas e escolas são expostos com base em relatos errôneos, não podem ser considerados normais. A categoria não se deixará intimidar por tentativas de censura, venham de onde vierem”, pontua Martha Najar, coordenadora de Organização e Patrimônio do Sinprosm.
* Para fechar a Luneta, um caso distante de Santa Maria, mas que merece destaque.
* O primeiro turno da eleição presidencial, ano passado, ficou marcado pelo candidato Ciro Gomes (PDT) defendendo avanços na educação em seu Estado, o Ceará, no qual possui seis dos dez municípios brasileiros com as melhoras notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
* Porém, a realidade pode ser diferente da exibida na campanha. Um jornalista investigativo chamado Wellington Macedo realizou uma série de reportagens chamada Educação do Mal, no qual mostrou supostas fraudes nas avaliações de educação no município de Sobral-CE. Em seu canal no YouTube, em 13 de setembro do ano passado, o profissional trouxe entrevistas com estudantes e pais sobre o funcionamento do suposto esquema.
* Os estudantes com bom desempenho escolar seriam previamente selecionados pela diretoria das escolas para realizar as provas, além de receberem treinamento para dar as respostas certas. O esquema de adulteração dos resultados funcionaria graças a uma articulação entre alunos, professores, gestão escolar e secretaria de Educação.
* Após a divulgação do material, outros veículos como a Folha de S. Paulo e revista Nova Escola também publicaram reportagens sobre o caso.
* O que chama atenção é o fato de que, após a publicação das matérias, Macedo foi processado 59 vezes por danos morais no Juizado Especial Cível.
* As ações são movidas por diretores e diretoras de escolas do município e foram protocoladas em um intervalo de sete dias (entre 19 e 27 de setembro de 2018). O advogado em todas as ações é Charles Antonio Ximenes de Paiva, servidor responsável pelos contratos e convênios da Secretaria de Educação de Sobral.
* O jornalista conseguiu que as audiências de conciliação de todas as 59 ações fossem agendadas para o mesmo dia e horário, na próxima terça-feira (19), às 11h.
* A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou uma nota repudiando o assédio judicial contra Macedo.
* “A prática de mover dezenas de processos contra jornalistas em juizados de pequenas causas é uma estratégia de intimidação e, como tal, um atentado à liberdade de imprensa”, disse a Abraji.
* Abaixo, confira a primeira reportagem da séria A Educação do Mal (as demais podem ser assistidas, na sequência, no YouTube):
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