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MEMÓRIA. A morte de Arthur, o neto de Lula, dor do ex-Presidente e a manifestação de ódio dos monstros

Lula se despede de manifestantes que marcaram presença no local onde ocorreu a cerimônia de sepultamento de Arthur, em São Bernardo

Da versão brasileira online do jornal espanhol EL PAÍS, no texto de JOANA OLIVEIRA, informações da agência de notícias britânica REUTERS e foto de RICARDO STUCKERT (Instituto Lula)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou temporariamente a prisão em Curitiba para assistir neste sábado ao velório de seu neto Arthur, de 7 anos, que morreu de meningite meningocócica na sexta-feira. Por volta das 11h, Lula chegou ao Cemitério Jardim das Colinas, em São Bernardo do Campo, seu berço político na Grande São Paulo, escoltado pela Polícia Federal. Parentes, amigos e lideranças políticas acompanharam a cerimônia em meio a um esquema de segurança reforçado e com a presença de um grupo pequeno de apoiadores. Arthur era filho de Sandro, herdeiro do líder petista, e de Marlene, e foi cremado por volta do meio dia. O ex-presidente deixou o local por volta das 13h e retornou ao Paraná.

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“A morte do inocente neto de Lula soltou os monstros do ódio”, de JUAN ARIAS, do El País

Não houve incidentes em uma jornada com alta carga emocional em que o ex-presidente esteve apenas durante poucos momentos exposto ao público e às câmeras da imprensa. Logo após a entrada do petista no cemitério, seguranças fecharam os portões do local e muitos não conseguiram entrar para acompanhar o velório. “Lula, estamos juntos”, gritavam os apoiadores. Antes do presidente, por volta das 9h30, chegou a ex-presidenta Dilma Rousseff, que foi se reunir com os familiares do ex-presidente em uma sala reservada. Outras lideranças políticas petistas também passaram pelo velório, como o ex-presidente do PT, Rui Falcão, Eduardo Suplicy e o governador da Bahia, Rui Costa. “Lula chorou de fato ao se despedir e agradecer a todos. Perante seu neto, ele tomou um compromisso de que vai comprovar a inocência dele e nós esperamos que isso ocorra o quanto antes”, contou o ex-senador Suplicy aos jornalistas no final da cerimônia fúnebre.

O ex-presidente saiu da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde abril,  por volta das 7h da manhã e seguiu em helicóptero para o aeroporto da cidade, de onde tomou um avião cedido pelo Governo do Paraná rumo a São Paulo. É a segunda vez que Lula deixa sua cela, onde cumpre duas condenações por corrupção, desde que foi preso, em abril. Em novembro, ele deixou a carceragem da PF brevemente para prestar depoimento em um dos casos a que responde. No caso deste sábado, Lula foi autorizado pela Justiça Federal a deixar a prisão com base na Lei de Execução Penal, que prevê o direito de detidos de participar de velórios e enterros de parentes próximos. É a primeira vez que o petista, que apareceu nas imagens sem algemas e de blazer preto, consegue essa autorização, que já foi negada quando seu irmão de 79 anos morreu em janeiro – as primeiras instâncias da Justiça vetaram o pedido e quando a permissão finalmente veio, dada pelo Supremo Tribunal Federal, o sepultamento de seu irmão já estava ocorrendo.

Durante a sexta-feira e o sábado, políticos e personalidades, inclusive seus opositores, como José Serra ou Fernando Henrique Cardoso, enviaram mensagens de condolências a Lula. O ex-presidente era bastante próximo do neto, que chegou a visitá-lo na prisão pelo menos duas vezes. Arthur e seus pais moravam com o ex-presidente desde a morte de sua mulher, Marisa Letícia, em 2017, e nas redes sociais de Lula era comum ver fotos com o neto.

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Um Comentário

  1. Óóóóó´! ‘Monstros do ódio’, ‘ódio dos monstros’, óóóóóóó´! Parabéns a todos os envolvidos, inclusive os ‘jornalistas’.

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