ARTIGO. Jorge Pozzobom, a relação otimista com Santa Maria e um não ao tal “complexo de vira-lata”
Uma cidade autoconfiante
Por JORGE POZZOBOM (*)
Nelson Rodrigues criou, após a derrota da Seleção Brasileira para o Uruguai, na Copa de 1950, a expressão “complexo de vira-lata”. Para o escritor, o brasileiro sofria de um problema de baixa autoestima e se colocava sempre em situação de inferioridade em relação a outros países, a outros povos. Dentro de campo, no futebol, o Brasil superou esse complexo, mas ainda nos deparamos com situações em que tendemos a reparar e achar que a grama do vizinho é mais verde do que a do nosso jardim. Fazemos isso com Santa Maria, muitas vezes.
Elogiamos as cidades da Região Metropolitana, destacamos o potencial da Serra Gaúcha e não enxergamos (ou não valorizamos) o que a nossa casa tem de aspectos positivos. Peço desculpa aos pessimistas. Eu sou, sim, um otimista, amo a minha cidade e acredito sempre no que ela tem de melhor. Embora, às vezes, precise que venha alguém de fora para nos chamar a atenção para as nossas qualidades.
Na semana passada, assinamos e concedemos a licença para que a Havan iniciasse a construção da sua loja no terreno na Avenida Hélvio Basso. Esteve aqui, na cidade, o diretor de expansão da empresa catarinense, Nilton Hang, que, ao compartilhar o seu entusiasmo pelo novo empreendimento, revelou para mim que a Havan estava tentando vir para Santa Maria há oito anos. Isso mesmo: uma gigante do varejo, uma das maiores redes de lojas de departamentos do Brasil estava mirando o Coração do Rio Grande desde 2011. E, agora, aterrissa na nossa cidade, gerando 150 empregos diretos, outros 30 na praça de alimentação na loja e, num gesto de solidariedade, repassando, antecipadamente, R$ 720 mil em aluguel ao Lar das Vovozinhas.
A vinda da Havan deve ser saudada, assim como outros tantos empreendimentos, em diversos setores, que estão chegando a Santa Maria para fortalecer a nossa economia e comprovar algo que os empresários locais já sabem, já vivenciam: temos, aqui, um terreno fértil para empreender, seja no comércio, na indústria ou no serviço. Temos problemas? Temos algumas dificuldades? Com certeza, e a burocracia, naquilo que diz respeito às responsabilidades do Poder Público, talvez seja o que mais me incomoda como prefeito. Mas, vou repetir: eu sou um otimista. Eu insisto em enxergar o copo d’água meio cheio, e não meio vazio. Eu olho para Santa Maria e vejo tudo o que ela tem melhor. Trabalho para alcançar todas as suas potencialidades, assim como milhares de santa-mariense fazem todos dias. Com fé e muita esperança, sempre. E, claro, autoconfiança.
(*) JORGE POZZOBOM é o Prefeito Municipal de Santa Maria. Sua trajetória como agente político começou com dois mandatos de vereador, tendo depois se alçado, pelo voto popular, à Assembleia Legislativa. Em meio ao segundo período, em 2016, foi eleito para conduzir o Executivo santa-mariense. Ele escreve no site às terças-feiras.
OBSERVAÇÃO DO EDITOR: A foto (de divulgação) da entrega da licença para que a Havan construa sua loja no terreno na Avenida Hélvio Basso
Questão de ponto de vista. Olhando daqui para lá Cladistone não é otimista, é completamente sem noção.