Do portal especializado Congresso em Foco (texto e tabelas), com fotos da Agência Brasil
Se fosse um estudante, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, seria reprovado pelos principais líderes do Congresso. Weintraub recebeu a nota mais baixa entre os 13 ministros avaliados por parlamentares na nova rodada do Painel do Poder, pesquisa trimestral realizada pelo Congresso em Foco com o objetivo de colher as percepções de quem manda no Congresso Nacional sobre diversos temas da conjuntura.
Pela segunda vez, a liderança do ranking ficou com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM). Convidados a atribuir uma nota de 1 a 5 para os principais membros do ministério, os líderes deram a ela uma nota média de 3,6 – um aumento de 0,3 em relação à última pesquisa, feita em março. O prestígio de Tereza Cristina, que teve ativa participação no recente acordo entre o Mercosul e a União Europeia, pode ser creditado em parte ao peso no Congresso da bancada ruralista, da qual ela é uma das principais lideranças. Mas mesmo parlamentares da oposição, que criticam o desempenho da ministra em áreas como a liberação de agrotóxicos, costumam reconhecer que ela é uma das pessoas mais acessíveis do governo Bolsonaro.
Os ministros da Saúde, Mandetta (DEM), e de Infraestrutura, Tarcisio Gomes, aparecem empatados com 3,2. Essa foi a primeira vez que Tarcisio e Weintraub tiveram seus nomes submetidos à avaliação dos parlamentares. Mandetta teve melhora de 0,2 em sua nota. O titular da Economia, Paulo Guedes, com 3,1 (+0,2), foi o quarto mais bem avaliado.
Nome mais conhecido do ministério, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, tem o quinto melhor desempenho, na opinião dos principais líderes do Congresso. Moro recebeu nota 2,9 – queda de 0,1 na comparação com a pesquisa de março. O dado sugere que as reportagens que sugerem que o ex-juiz deu orientações a investigadores da Operação Lava Jato tiveram pouco efeito na avaliação de sua atuação no governo. O ministro tem apoio ostensivo apoio da bancada da bala no Parlamento.
Em sua estreia no Painel, Abraham Weintraub recebeu nota 1,6, na escala de 1 a 5. Desde que chegou ao cargo, o ministro da Educação acumulou declarações polêmicas e segurou recursos orçamentários para as universidades, desencadeando uma crise com professores e estudantes. Na pesquisa anterior, feita em março, a pior avaliação havia sido Ricardo Vélez, justamente o antecessor de Weintraub.
Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) registrou o segundo pior desempenho: oscilou para baixo, de 2,2 para 1,9. A terceira pior nota foi dada ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que ficou com 2,1 (-0,2 na comparação com a pesquisa anterior).
Os dados mostram ainda que a avaliação do presidente Jair Bolsonaro ficou em 2,4 (-0,1), enquanto a do vice-presidente, Hamilton Mourão, permaneceu a mesma (2,9).
A nova rodada do Painel do Poder, realizada entre 13 e 19 de junho, também revelou que a maior parte das lideranças acredita na aprovação da reforma tributária ainda em 2019.
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Coincidentemente os ministros que os vermelhinhos menos gostam.