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ARTIGO. Paulo Pimenta e a conspiração revelada, de integrantes da operação ‘Lava Jato’ contra o Supremo

Vaza Jato mostrou que procuradores não respeitam nem mesmo o STF

Por PAULO PIMENTA (*)

A série de reportagens do site Intercept Brasil – em parceria com outros veículos da grande imprensa – que conhecemos pelo nome autoexplicativo de “Vaza Jato”, iniciada em junho, mostrou ao Brasil e ao mundo os métodos ilegais e criminosos utilizados pela Operação Lava Jato.

Profissionais da imprensa, formadores de opinião, atores do mundo jurídico e cidadãos comuns ficaram escandalizados diante da face verdadeira da operação que havia sido intensamente anunciada como um marco no combate à corrupção no Brasil.

As revelações da “Vaza Jato” nas últimas duas semanas, entretanto, demonstraram que a sanha criminosa dos procuradores comandados por Deltan Dallagnol não respeita nem mesmo a Suprema Corte do Brasil. Sim, a turma do “procurador longilíneo, de bochechas rosadas, cabelo bem aparado e óculos de aro fino” conspirou para atacar um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a corte cuja finalidade é garantir o cumprimento da Constituição em nosso país.

Em matéria publicada no blog do jornalista Reinaldo Azevedo, nesta segunda-feira (16), descobrimos que o advogado Modesto Carvalhosa, notório por suas posições políticas vinculadas à extrema-direita, pediu à procuradora Thaméa Danelon, coordenadora da Lava Jato no Ministério Público Federal em São Paulo, que redigisse a minuta do pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes.

Procuradores da República são proibidos, por lei, de realizar tarefas para escritórios particulares de advocacia. Thaméa Danelon, no entanto, não apenas aceitou o pedido, mas também comunicou Dallagnol de forma eufórica. E o Dallagnol, que deveria repreender a colega e afastá-la da Lava Jato – especialmente porque Modesto Carvalhosa tem entre os seus clientes a Petrobras – imediatamente, apoiou a “missão” e ainda se dispôs a revisar o texto que seria preparado pela procuradora.

Essa teia de relações promíscuas já seria gravíssima por si só em qualquer circunstância. Mas o episódio torna-se ainda mais estarrecedor porque se trata de uma conspiração urdida contra o Supremo Tribunal Federal, o órgão mais importante do Poder Judiciário no Brasil.

Em outras palavras, Dallagnol e Danelon utilizaram seus cargos e a estrutura do Ministério Público Federal para atacar uma instituição que é um dos pilares da democracia brasileira.

A sequência de fatos revelados não deixa mais nenhuma dúvida, a Lava Jato violou a democracia seguidas vezes: ao atuar para viabilizar o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff; ao condenar Lula sem provas; ao trabalhar pela exclusão do ex-presidente das eleições de 2018; ao trabalhar para prejudicar a candidatura de Fernando Haddad para impedi-lo de vencer a eleição; ao conspirar contra o STF, entre outros casos que a Vaza Jato expôs de forma cristalina e inequívoca.

Os órgãos de controle do Ministério Público e do Judiciário precisam agir. E os sinais, felizmente, são de que os procuradores-criminosos não sairão impunes desse esquema mafioso de poder.

(*) PAULO PIMENTA é Jornalista e Deputado Federal, líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados

OBSERVAÇÃO DO SITE: a imagem que ilustra este artigo é uma reprodução.

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