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ELEIÇÕES 2020. Ex-candidato a prefeito de Santa Cruz do Sul prepara-se para o pleito majoritário em SM

Gerri Machado atuou como secretário municipal de Captação de Recursos e Relações Internacionais de Santa Maria, no governo Valdeci. Foto Allysson Marafiga / Câmara de Vereadores / Arquivo

Por Maiquel Rosauro

O ex-candidato a prefeito de Santa Cruz do Sul pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Gerri Machado,  45 anos, transferiu seu domicílio eleitoral para Santa Maria, onde prepara-se para entrar no pleito à majoritária. Ele está de saída do PT e deverá, em breve, filiar-se ao PTB. Nos bastidores, projeta-se que ele será o vice na chapa liderada por Marcelo Bisogno (PDT).

Machado é natural de Santo Antônio das Missões, antigo distrito de São Borja. Atuou por mais de 20 anos à frente de administrações públicas, nas áreas de gestão, planejamento, captação de recursos, elaboração de projetos e execução e realização de grandes obras de infraestrutura.

Atualmente, ele é dono da Fábrica de Projetos, empresa que atua no ramo de consultoria em gestão pública, organização de cidades e elaboração de projetos para captação de recursos para empresas e órgãos públicos. Além disso, também é o presidente da Associação Brasileira dos Usuários de Ruas, Estradas e Rodovias (ABUR).

Iniciou sua carreira na área pública como secretário de Município em São Vicente do Sul, na década de 1990, época em que era filiado ao PDT. Não demorou para se filiar ao PT e passou a atuar como assessor especial no gabinete da então senadora Emília Fernandes (PT), em Brasília. Em 2003, no primeiro ano de mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atuou como assessor especial da Presidência da República.

No ano seguinte, em Santa Maria, ele integrou a coordenação da campanha que reelegeu Valdeci Oliveira (PT) à Prefeitura.

“Após a reeleição, recebi a tarefa do Valdeci e do Ivo Cassol de coordenar a política de Captação de Recursos da cidade. Assumi a Diretoria Geral da recém-criada Secretaria de Captação de Recursos e Relações Internacionais. Dois anos depois, assumi como secretário de Município na Secretaria de Captação de Recursos e Relações Internacionais de Santa Maria”, relata.

Em seguida, foi convidado a integrar a coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de Santa Maria, atuando também na coordenação da Feira Mundial de Economia Solidária e como coordenador financeiro do Fórum Mundial de Educação.

Terminada a gestão de Valdeci, Machado se mudou para Santa Cruz do Sul, onde atuou como secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico e secretário municipal do PAC durante o governo da prefeita Kelly Moraes (PTB), que tinha como vice Luiz Augusto Costa Campis (PT).

“Em Santa Cruz, também participei da coordenação geral da Oktoberfest durante três anos”, comenta.

Entre 2013 e 2014, nos dois últimos anos de Tarso Genro (PT) no governo do Estado, Machado integrou o gabinete da Secretaria Estadual do Planejamento, em Porto Alegre, coordenando a Captação de Recursos do Governo Estadual, junto ao BNDES, Banco Mundial e Governo Federal. No Piratini, ainda acumulou os cargos de Conselheiro do DAER e Conselheiro de Administração da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).

Também atuou na Assembleia Legislativa, onde integrou o gabinete do deputado estadual Adão Villaverde (PT) e coordenou a Comissão Especial de Mobilidade Urbana Sustentável.

 

Campanha impugnada

O ano de 2016 foi o que ganhou maior visibilidade, uma vez que concorreu à Prefeitura de Santa Cruz do Sul pelo PT. Todavia, durante a campanha, sua candidatura acabou impugnada devido a irregularidades em um contrato de licitação no valor de R$ 1,7 mil feito pela Prefeitura de São Vicente do Sul, no fim dos anos 1990, quando Machado era secretário.

A condenação, que transitou em julgado em 22 de dezembro de 2006, previa dois anos de reclusão, substituídos por duas penas de prestação de serviços à comunidade. Em 4 de março de 2009, o processo foi extinto por cumprimento de pena. Com base na Lei da Ficha Limpa, que determina que políticos condenados fiquem inelegíveis por oito anos, a Justiça Eleitoral entendeu que ele não possuía a condição de elegibilidade.

Machado concorreu sub judice e fez apenas 1.444 votos, ficando na quarta colocação. Telmo Kirst (PP) foi reeleito prefeito com 42.158; Sérgio Moraes fez 31.250; Fabiano Dupont (PSB) registrou 6.852 e Afonso Schwengber (PSTU) conquistou 423 votos.

Sobre a experiência de ter concorrido a prefeito na terra do Fritz e da Frida, Machado diz que foi um momento gratificante, no qual adquiriu uma experiência única.

“Uma campanha com cobertura de TV, a exemplo de Santa Maria, com debates e programas eleitorais diários na TV. Adquiri uma experiência que dá condições de disputar qualquer eleição”, justifica.

 

Volta a Santa Maria

“Acredito que é hora de dar a minha contribuição para tirar Santa Maria das atuais condições”, diz Machado. Foto Divulgação

Machado disse ao Site que transferiu seu título de eleitor de volta para Santa Maria porque esta sempre foi a sua a cidade. No município moram seus filhos, sua mãe e a maior parte de sua família.

“Mesmo nos anos que estive assumindo funções em outras cidades como Santa Cruz, Porto Alegre e Brasília, sempre mantive minha casa em Santa Maria e minha família ficou aqui”, argumenta.

Ele revela que, nos últimos, tem sido instigado por amigos de Santa Maria a contribuir com a cidade, uma vez que possui experiência e conhecimento técnico na Administração Pública.

“Acredito que é hora de dar a minha contribuição para tirar Santa Maria das atuais condições, com muitos problemas administrativos, desemprego, precisando de indústrias, segurança, saúde e pessoas comprometidas em defender a todos os setores da nossa cidade. Acho que posso ajudar as pessoas que pensam como eu, aqueles que acreditam que Santa Maria pode mais”.

Em relação a outubro, ele tem uma certeza: não concorrerá à vereança.

“Estou conversando com muitas pessoas, de diferentes partidos e até sem partidos, construindo uma proposta para uma Santa Maria focada nas pessoas, nas necessidades de todos, que seja diferente do que é hoje, em que partidos políticos se digladiam por seus projetos individuais”.

Machado comenta que já foi convidado a concorrer a prefeito e a vice-prefeito por mais de uma legenda e está analisando se aceita o convite.

“Mas o que mais tem me animado é a proposta de construir uma Frente Trabalhista para disputar as eleições municipais”, declara.

Na semana passada, Machado informou ao presidente do PT/SM, Sidinei Machado, sua decisão de deixar o PT.

Nos bastidores, lideranças graúdas do petebismo santa-mariense indicam que Machado será o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Marcelo Bisogno (PDT).

“Fui convidado pelo presidente do PTB municipal (Jair Binotto) e também por dirigentes estaduais do partido que acreditam que posso contribuir com o PTB de Santa Maria. Nós próximos dias devemos nos reunir novamente para decidir”, afirma.

 

Principais conquistas da carreira pública de Gerri Machado:

– Responsável pela elaboração da proposta técnica do PAC Santa Maria, que originou os loteamentos Cipriano Rocha e Loteamentos no KM 2/Brenner;
– Em Santa Cruz do Sul, conquistou mais de R$ 400 milhões para a cidade, sendo em torno de 3 mil unidades habitacionais, pavimentação de 100 ruas, construção de creches, escolas, unidades de saúde, praças e áreas de lazer, regularização fundiária, construção do viaduto Fritz e Frida na RSC 287, entre outras;
– Na Secretária de Planejamento do Estado, coordenou a elaboração de projetos e a negociação em Brasília para a captação de mais de R$ 3 bilhões em obras para diversas regiões do Estado, incluindo os recursos do BNDES para parte das obras de duplicação da Faixa Velha de Camobi. Obras de pavimentação de rodovias, duplicação de vias, pavimentação em cidades, construção de corredores de ônibus, etc;
– A participação no Conselho de Administração da EGR possibilitou a conquista dos recursos para duplicar quatro quilômetros da RSC 287 e a construção do viaduto Fritz e Frida.

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7 Comentários

  1. E foi Ficha Suja, será que o PT irá se associar com uma pessoa que recuperou faz pouco os direitos políticos.
    Concorreu sob judice, fez pouco mais que 12% dos votos, votação de vereador.
    Tosa de porco, muito trabalho pra pouca lã.
    Agora, o CV do cara foi bem preparado, quem escreveu conhece a pessoa

  2. Capincho pega um ilustre desconhecido para vice pela fofoca de bastidores. Ou seja, não rolou aliança com outros partidos. Ou o PT resolveu fazer um seguro e plantou um ‘cumpanhero’ na chapa trabalhista. Ou plantou justamente para fortalecer a ideia de puxadinho do PT. No mais, de cabide em cabide a gente chega lá.

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