ARTIGO. Luciano do Monte Ribas assume condição de protagonismo na eleição. E explica as suas motivações
Opinião e coragem
Por LUCIANO DO MONTE RIBAS (*)
Com o texto publicado hoje fecho um total de 30, desde que retomei a colaboração com o Claudemir Pereira (segundo ele, são 140 artigos produzidos nos diferentes períodos nos quais escrevi para o site).
Quando retomei, a intenção era colaborar com as iniciativas de resistência a esse governo de lunáticos, incompetentes, espertalhões e fanáticos.
Para seguir esse intento, acabei sendo quase monocórdio – e não me arrependo disso. Afinal, um dia poderei olhar para trás e dizer exatamente ao lado de quem e em nome do que eu estava escrevendo e batalhando. Muita gente evitará fazê-lo, como os nazistas na Alemanha e os fascistas na Itália, na Espanha e em Portugal precisaram fazer. Quanto a mim, tenham a certeza de que ninguém achará a idiotice de um “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” nos rastros que deixei (e que ainda deixarei).
Tenho 47 anos, dos quais ao menos 33 foram dedicados a diferentes causas e a um projeto fundamental: a utopia de um mundo onde possamos ser humanamente diferentes e o mais socialmente iguais que o respeito às liberdades fundamentais permitir. Nessa minha utopia, mulheres (trans ou cis) não seriam assassinadas simplesmente porque esse é seu gênero, negros e jovens da periferia não temeriam as autoridades policiais e trabalhadoras e trabalhadores, domésticos ou não, ganhariam o suficiente para viajarem, ao menos uma vez na vida, para onde bem entendessem.
Como parte dessa trajetória, vivi os últimos dias da ditadura criminosa, iniciada em 1° de abril de 64, bem como um lento e errático, porém concreto e animador, processo de redemocratização e evolução social, interrompido em 2016 por um novo golpe.
Provavelmente já tendo vivido mais da metade de meus dias, não esperava que fosse necessário voltar a lutar pelo que existe de mais essencial para que uma democracia exista. Se me dissessem há dez anos que, um dia, seria necessário explicar a uma pessoa que fazer loas a um sádico como o Ustra é ser tão criminoso quanto ele foi, eu gargalharia muito.
Pois é nesse mundo que nos encontramos e nele é impossível se omitir, porque a omissão é uma tomada de posição a favor da corja fascista. Mais uma vez, quem tem opinião e coragem pagará o preço por estar entre os primeiros a levantarem a voz.
Não tenho patrimônio e, sinceramente, o pouco que acumulei em alguns momentos virou (e virará) felicidade vivida, principalmente em viagens e momentos compartilhados com quem amo. Mas opinião e coragem não me faltam, amparadas por um conhecimento muito aquém do que eu gostaria de ter e que, exatamente por isso, alimento todos os dias.
Com opinião e coragem quero usar esse espaço, semanalmente cedido por um dos jornalistas mais sérios que conheço (e são muitos e muitas os que estão nas minhas relações), para comunicar que assumo a pré-candidatura a vereador pelo partido ao qual sou filiado desde 1987, o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras. Nunca fui candidato e não imaginava sê-lo, até que vi um néscio com tendências sociopatas subir a rampa do Planalto.
É contra ele e a favor da democracia, dos direitos humanos, da construção da igualdade e do respeito às diferenças que tentarei ocupar um espaço que, desde que a companheira Misiara Oliveira deixou de ser vereadora, não é ocupado por ninguém.
Antes dela, lá estiveram nomes como Tarso Genro, Adelmo Genro Filho, Beto São Pedro, Marcos Rolim e Paulo Pimenta, representantes de uma corrente de pensamento que, com diferentes nomenclaturas, possui seis décadas de tradição política em Santa Maria. Além deles, vindo de outra vertente, Valdeci Oliveira é outro bom exemplo a ser seguido por quem deseja honrar um mandato.
Modestamente, me vejo um pouco como herdeiro dessas tradições e espero, tendo sucesso eleitoral ou não, ser digno da ousadia de querer representá-las.
(*) Luciano do Monte Ribas é designer gráfico, graduado em Desenho Industrial / Programação Visual e mestre em Artes Visuais, ambos pela UFSM. É presidente do Conselho Municipal de Política Cultural e um dos coordenadores do Santa Maria Vídeo e Cinema, além de já ter exercido diversas funções na iniciativa privada e na gestão pública.
Para segui-lo nas redes sociais: facebook.com/domonteribas – instagram.com/monteribas
Observação do editor: A foto que ilustra o artigo, de autoria de Luciano Ribas, é de ato em apoio ao Presidente Lula, em Curitiba, em maio de 2017.
Editor é um piadista. Qualquer um que sair na rua agora e perguntar para dez pessoas quem é Luciano vai ter uma ideia do tamanho do ‘protagonismo’. O que não tem nada a ver com a elegibilidade, voto petista é de manada, logo qualquer um se elege.
Tom monocórdio é marca registrada da esquerda. Deve ser algum treinamento. Basta ver certos programas de rádio em certos dias, o tom de voz não muda na hora do discurso programático. Parece um mantra, não de meditação, de defecação.
Opinião não é rua de mão única, é avenida com duas pistas de cada lado e cada um pode atacar os moinhos de vento que bem entender. Entretanto, nada do que foi escrito tem minimamente a ver com os assuntos da cidade. Problemas da cidade são buracos, mobilidade urbana, falta de leitos no SUS, elefantes brancos, decadência, desenvolvimento econômico, etc. Não é mimimi ideológico que irá resolver estas questões. Para fazer nada não é necessário trocar de edis, basta manter os que lá estão.
Independentemente de quem seja o candidato, não é suficiente ‘ser do bem’, o que se exige são idéias, soluções para problemas reais. A humanidade não se resolve no Casarão da Vale Machado.
Iniciada a campanha. Candidatura clara.
Parabéns Luciano,com certeza terás sucesso na tua luta,tenho certeza que Santa Maria não abrirá mão de contar contigo!???