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Luciano Ribas. Segunda carta aberta à governadora Yeda e ao vereador Jorge Pozzobom

Desculpa, amigos, mas por um problema técnico que está sendo verificado, embora eu tenha publicado e feito tudo certinho, como manda a cartilha que recebei, você não consegue visualizar, no local devido, o artigo de Luciano Ribas desta semana.

 

Então, o publico aqui mesmo, como se notícia fosse. Confira:

 

 

“Segunda carta aberta à governadora Yeda e ao vereador Jorge Pozzobom

 

Senhora governadora e senhor vereador, seu objetivo parece ter sido alcançado. Finalmente sua política de atraso sistemático no repasse de verbas conseguiu fechar a Casa de Saúde e sobrecarregar o HUSM e o Pronto Atendimento da Prefeitura. Agora, finalmente, os sempre “vigilantes” corvos e urubus podem deliciar-se à vontade com a tragédia do hospital santa-mariense.

 

Aliás, o governo de vocês, senhora governadora e senhor vereador, parece se esforçar bastante para provar que a desgraça nunca vem sozinha. Até mesmo o único setor que vinha tendo um desempenho midiático – e ressalto aqui o midiático, pois fazer pirotecnia pode até criar uma sensação de segurança, mas não resolve estruturalmente o problema – razoável não resistiu ao seu estilo de “Dama de Ferro bandeirante”, um verdadeiro caudilhismo extemporâneo e anacrônico. Sinceramente espero, senhor vereador e senhora governadora, que a bandidagem não esteja mesmo em festa a esta hora.

 

Mas, senhora governadora e senhor vereador, a área que me leva a escrever esta segunda carta aberta não é nem a saúde, nem a segurança, setores que até a mídia conservadora (e golpista, como diz o Paulo Henrique Amorim) vê-se forçada a reconhecer em crise – embora a colunista de política do Diário de Santa Maria estranhamente omita na edição de sábado os meses de atraso nos recursos por parte do governo de vocês e a relação direta disto com o fechamento do hospital.

 

Meus filhos, que são estudantes de uma escola pública, estão entre as vítimas do “novo jeito de governar” que seus tecnocratas estão empurrando goela abaixo dos gaúchos. Há cinco meses as verbas que deveriam ser repassadas através da chamada Autonomia Escolar (aliás, pelo que me lembro, um programa implantado pelo governo Olívio) perdem-se pelo caminho e não conseguem encontrar o cofre da escola.

 

Talvez a senhora e o senhor desconheçam o que uma escola pública faz com estes caraminguás. Sinto-me, então, obrigado a relatar-lhes um pequeno exemplo: seria possível arrumar a pracinha de brinquedos, parcialmente interditada por problemas estruturais, o que até mesmo um tucano empedernido deve considerar justo – a não ser que os senhores só tenham brincado de “noves fora” quando eram pequenos.

 

Tudo bem, crianças até podem ficar sem a área de lazer. Afinal, correr e pular só serve pra deixá-las com “cheiro de cachorro molhado”, não é mesmo? Mas e quanto às aulas de reforço e à hora do conto? Os professores que vocês retiraram da escola e que eram responsáveis por elas, talvez por uma absurda suposição de que não trabalhavam o que deviam, farão o estado sair do buraco? O seu projeto, governadora, é transformar a escola pública do Rio Grande, ainda um orgulho para todos nós que somos gaúchos, em algo parecido com o que é a do seu estado, São Paulo? Quer dizer então que quem paga a conta do “ajuste” são as crianças, os doentes, as vítimas de violência? Será que o caos que vocês estão induzindo esconde a justificativa pra vender o que sobrou do patrimônio do povo gaúcho por alguns tostões? Finalmente, a senhora, governadora, e o senhor, vereador, andam se aconselhando na calada da noite com o famigerado Antonio Britto?

 

Ao que tudo indica, serão quatro anos de agonia e autoritarismo. A não ser, vereador, que o senhor use sua influência (atestada pelas numerosas indicações que o senhor fez para a composição do atual governo) e aconselhe à governadora que “não seja afoita”.

Tal qual o Chapolim Colorado, talvez somente o senhor possa nos salvar…

 

* * *

Vereador Jorge, o senhor pode até não acreditar, mas lhe considero um sujeito inteligente e com um discurso bem estruturado, o que comprovei ao ler a ata da seção de terça passada da Câmara onde o senhor relata ter ido buscar no dicionário o significado literal da palavra “corvo”. É isso que lhe faz se destacar mais que certo colega seu (que também cultiva o perfil “jovial”) que, pelo que demonstra quando fala, não costuma ler nem o Almanaque Sadol.

           

* * *

 

Tenho um amigo que diz que o ser humano é um inço. Pois tem gente que, infelizmente, se esforça pra comprovar isso.

 

Um sujeito a quem atribuem a culpa por uma tragédia ocorrida no fim de semana encontra-se internado no mesmo hospital que minha esposa. Devido a esse grande acaso ouvi nos corredores que, ao ser sondado para retirar urina, teria dito ao profissional “por que não c… aí pra ver se sai”.

 

Sinceramente, não sei se é verdade ou não. Mas, se for, demonstra exatamente o que é a índole de uma “pessoa” assim.

 

Nestas horas até o humanismo balança um pouco.

 

* * *

 

Sobre outros assuntos, nada a declarar.”

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