Destaque

SEMANA. Dilma conta votos à espera de um milagre

Na quarta-feira, o plenário do Senado poderá determiner a saída de Dilma (e a entrada de Temer) do Palácio do Planalto, por até 180 dias
Na quarta-feira, o plenário do Senado poderá determiner a saída de Dilma (e a entrada de Temer) do Palácio do Planalto, por até 180 dias

Por LIMA POLETTI (texto), do portal Congresso em Foco, e JONAS PEREIRA (foto), da Agência Senado

A semana será decisiva para os rumos do país e pode marcar os últimos dias de Dilma Rousseff na Presidência da República e o início de uma eventual gestão de Michel Temer. E, para o governo, o prognóstico é dos piores: depois de um placar amplamente desfavorável na comissão do impeachment, o desafio agora é reverter votos certos pela deposição em plenário e evitar que 41 senadores votem contra Dilma na próxima quarta-feira (11), quando ela pode ser afastada pelos próximos seis meses de suas funções presidenciais – para tanto, é necessário que um verdadeiro milagre seja operado, como até o líder do governo no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), já admite: os governistas terão entre 21 e 23 votos, em um universo de 81 nomes, avalia o petista.

Após a comissão especial do impeachment aprovar a admissibilidade da denúncia contra a presidente por 15 votos a 5 na última sexta-feira (6), nesta semana o processo segue para apreciação do Plenário do Senado. Na segunda-feira (8) o parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) será lido em plenário e submetido à votação 48h depois, ou seja, na quarta-feira (11) a matéria entra na pauta da Casa julgadora. Para avançar, o parecer precisa alcançar a maioria simples de votos (metade mais um) dos senadores presentes na sessão.

Caso a admissibilidade do processo seja aprovada, a presidente Dilma é notificada e afastada da Presidência da República por até 180 dias. A partir daí, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assume o comando do Palácio do Planalto.

Alta tensão

A medir pelas discussões na comissão do impeachment, a batalha da votação de plenário deverá ser travada em alta temperatura. Certos de que devem ter poucos mais de 20 votos, quando precisariam de pelo menos o dobro para barrar o processo, governistas vão apostar no discurso de que um golpe de Estado está em curso, com o objetivo de dificultar as coisas para a (por enquanto) oposição, atribuindo-lhe o rótulo de golpista.

Durante a votação do relatório do senador-relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) naquele colegiado, o vice-líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), trocou um áspero bate-boca com senadores oposicionistas, como Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), líder da bancada tucana. A certa altura da exposição de seu voto, Lindbergh disse que o programa do provável governo Temer suprimiria, com o apoio do líder oposicionista Aécio Neves (PSDB-MG), direitos dos trabalhadores mais pobres, e repetiu que o impeachment era uma medida de retaliação e vingança do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contra Dilma.

“Fiz uma postagem falando que o senador Aécio Neves e de retirada de direito de trabalhadores. E, aqui, o senador que me antecedeu não vai conseguir esconder isso do Brasil”, provocou Lindbergh. “O senador que me antecedeu não vai conseguir esconder do Brasil que o que está acontecendo aqui é um golpe parlamentar, sim”, acrescentou, sem mencionar o nome de Aloysio Nunes e, assim, dar-lhe o direito à reposta.

“O senhor está reiterando a infâmia, a mentira que está na sua página”, rebateu Aloysio, visivelmente irritado. “É mentira! O senhor vai responder no Conselho de Ética sobre essa infâmia.” O senador paulista foi acudido pelo colega Cássio Cunha. “Não tem humildade nenhuma. É um oportunista”, ralhou o líder tucano.

“Cunha é líder de quadrilha, como bem definiu ontem o STF ao falar de desvio de finalidade. Recebeu o pedido de impeachment no dia em que a bancada do PT decidiu votar contra ele no Conselho de Ética”, vociferou Lindbergh, que se revezou com os colegas da bancada governista na defesa da tese de que Cunha cometeu desvio de poder na abertura do impeachment e, assim, teria tornado nulo todo o rito legislativo.

PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINL, CLIQUE AQUI.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

2 Comentários

  1. Vamos falar sobre Zelotes?
    Ex-ministro Guido Mantega é alvo de condução coercitiva pela Zelotes – InfoMoney
    [http://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/4952278/ministro-guido-mantega-alvo-conducao-coercitiva-pela-zelotes]

  2. Orlando Silva outro dia em chamada do PCdoB conclamava o povo para ir às ruas para impedir o “golpe”. Hilário, esta conversa só cola na militância.
    Petistas continuam brigando com tucanos e quem vai para o governo é o PMDB. Certo ou errado, só sabem polarizar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo