DESPERDÍCIO. Quem são os vereadores com maior número de cartas que não encontram seu destinatário
Por MAIQUEL ROSAURO (texto e imagem), da Equipe do Site
A Câmara de Vereadores de Santa Maria implantou, em abril, um plano de contingenciamento que visa a diminuir os gastos da Casa diante da pandemia de covid-19. Entre as determinações, está a suspensão do envio de cartas. Embora o Legislativo tenha deixado de emitir correspondências, ocorre um efeito curioso: boa parte das missivas está retornando ao Parlamento. E não é pouca coisa.
No primeiro semestre deste ano, 618 cartas enviadas pelos vereadores retornaram ao Parlamento. Os dados foram obtidos pelo Site via Lei de Acesso à Informação.
Janeiro foi o mês que mais teve retorno, com 272 missivas. Isso acontece porque o final de ano é a época preferida dos vereadores para envio das cartinhas. Em novembro, foram 2.587 envios e, em dezembro, 2.969 (AQUI).
O campeão de insucessos no envio de correspondências é Leopoldo Ochulaki – Alemão do Gás (MDB), com 176 cartas devolvidas entre janeiro e junho. Mas o emedebista não está sozinho.
Quem também teve dificuldades com os destinatários foi, por exemplo, o presidente da Casa, Adelar Vargas – Bolinha (MDB), que teve 71 correspondências devolvidas nos seis últimos meses. São dez a mais que o vereador Ovidio Mayer (PTB).
Cada parlamentar tem direito a uma cota máxima de 2 mil cartas simples por ano. A prática é regulada pela Resolução da Mesa 02/2017.
“Em respeito ao dinheiro público, as correspondências deverão ter endereços completos e verificados por quem as envia, visando evitar a devolução das mesmas pelos Correios, coibindo-se assim desperdício e mau uso de recursos públicos”, diz o artigo 5º da resolução.
Não é possível fazer um cálculo exato sobre o valor desperdiçado com as cartas que não encontraram o destinatário. De acordo com as informações repassadas pela Câmara, o valor unitário de uma carta de até 20 gramas, desde fevereiro, é R$ 2,05.
Não possuem registros de correspondências devolvidas no primeiro semestre: Admar Pozzobom (PSDB), Cida Brizola (PP), Deili Silva (PSD), Francisco Harrisson (MDB), João Chaves (PSDB), João Ricardo Vargas (PP), Juliano Soares – Juba (PSDB), Luciano Guerra (PT), Marion Mortari (PSD) e Marta Zanella (MDB).
Este procedimento tem que acabar. Existem tantas outras ferramentar que não dá para argumentar que esta seja necessária.
Somente gasto de papel, envelope e taxação. Bem que poderia ser empregado em outra situação bem mais adequada.
Isto sim, seria uma medida altamente saneadora de nosso Legislativo. Bom seria que a atual Mesa Diretora colocasse este tema em discussão interna.
Esse Alemão do Gás tá sempre envolvido em notícia negativa. Mais ainda è vereador?
Mas não tem ninguém para revisar endereço. Tinham que fazer devolver o dinheiro por cada carta devolvida.