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MÍDIA. Márcio Chagas credita sua demissão da RBS a casos de racismo. Empresa nega e repudia preconceito

Do portal especializado Coletiva.Net, com foto de Reprodução/Facebook

Em texto publicado no UOL Esporte, nesta sexta-feira, 21, o ex-árbitro Márcio Chagas (foto acima), que atuou como comentarista esportivo da RBS, afirmou que sua demissão do grupo teve ligação com casos de racismo sofridos por ele. O profissional apresenta relatos de situações em que teria sido interpelado pela chefia por conceder entrevistas a outros veículos de imprensa sobre ofensas recebidas durante jornadas. A RBS negou que o desligamento tenha sido por este motivo e disse repudiar e denunciar atos preconceituosos.

O conteúdo assinado por Chagas cita um caso ocorrido no estádio Alfredo Jaconi, em que uma torcedora do Juventude lhe chamou de “negro de merda”, “negro sujo”, “morto de fome” e “favelado”, além de ameaçá-lo. O profissional afirma que, após relatar esse caso ao UOL Esportes, teria sido chamado por seu então chefe e repreendido por “traição”, em função da matéria ter sido publicada na concorrência. O ex-colaborador afirma que a RBS ‘assistia calada’ as agressões, além de não lhe disponibilizar as imagens para denúncia ao Ministério Público.

Segundo Chagas, seu espaço foi sendo reduzido na emissora e, em novembro, após participação no ‘Redação Sportv’, na semana da Consciência Negra, voltou a ser acionado pela chefia. “Cara, estou pensando em te desligar no final do Campeonato Gaúcho, mas não quero que pense que seja por ser negro. Teus posicionamentos estão causando muitos desgastes”, teriam lhe dito. Ele foi DEMITIDO em abril deste ano, em meio à pandemia. No texto, ainda citou Martin Luther King: “O que me preocupa não são os gritos dos ruins, mas sim o silêncio dos bons”.

Confira a nota que a RBS enviou ao UOL Esporte e ao Coletiva.net sobre as acusações:

“O Grupo RBS defende e respeita a diversidade, seja ela de opinião, costumes, raça, credo, orientação sexual, e repudia de forma veemente qualquer tipo de preconceito. A empresa não só denuncia regularmente episódios discriminatórios em seus espaços editoriais como também apoia a formação e o desenvolvimento de grupos internos de diversidade de gênero, sexual e racial.

No caso específico das acusações do ex-juiz Márcio Chagas, a exemplo de qualquer de seus profissionais que sofrem ameaças ou agressões durante sua atividade, a empresa ofereceu apoio jurídico ao comentarista em razão dos indignos ataques sofridos por ele, que preferiu recorrer a advogado próprio que já o assistia em processos anteriores à atividade na RBS. Sobre sua saída da empresa, ela ocorreu em meio a uma reestruturação da área de esportes que incluiu a movimentação de outros profissionais.

Ressalte-se que as agressões sofridas por Márcio Chagas sempre tiveram amplo destaque e repúdio nos veículos da RBS, como demonstram alguns exemplos relacionados abaixo: 

 https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/noticia/2020/07/marcio-chagas-carta-aos-meus-filhos-ckcm28x69002s0147g0ldo8d4.html 

https://gauchazh.clicrbs.com.br/esportes/noticia/2019/12/ex-arbitro-marcio-chagas-da-silva-e-vitima-de-injuria-racial-durante-jogo-em-ajuricaba-ck47rdz9b022e01qhdwilukvk.html 

https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/noticia/2019/11/marcio-chagas-os-arbitros-nao-sabem-o-que-realmente-e-racismo-ck2unbqdh00b001pnr35545tj.html 

https://gauchazh.clicrbs.com.br/esportes/noticia/2014/03/arbitro-marcio-chagas-da-silva-e-vitima-de-racismo-apos-partida-em-bento-goncalves-cj5viv8yb0dfkxbj02ipgrsqc.html 

https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/diogo-olivier/noticia/2019/05/o-desabafo-do-marcio-chagas-e-o-conveniente-incomodo-branco-na-hora-de-falar-de-racismo-cjv4e3s3l001a01pt4294clki.html 

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Um Comentário

  1. Sujeito largou o futebol (é também professor de educação física) segundo declarações por conta do racismo. No mesmo ano, 2014, foi contratado para desempenhar a função de comentarista de arbitragem.
    Quando todo evento adverso na vida de alguém tem relação com racismo é melhor, para os interessados, procurar maiores esclarecimentos. Como regra geral, quem alega tem o ônus da prova, não existe fé publica de quem legalmente não a possui.
    Estamos em tempos bicudos. A Rede BullShit tem nos quadros o jornalistas Diori Vasconcelos que fez o curso de arbitragem (gostem ou não).
    Regra geral nas empresas, se alguém tem a mesma qualificação é concorrente porque na hora do passaralho alguém vai dançar. Com razão ou sem razão (não interessa), fama de criador de caso, não importa a etnia, não soa bem no currículo, ainda mais em casos de grande repercussão.

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