Quem afinal está do lado do povo? – por Giuseppe Riesgo
A semântica da palavra “política” deriva do grego antigo e trata da relação aos procedimentos relativos à Pólis ou as cidades-estado gregas que, na época, compunham a organização daquela sociedade berço da democracia representativa. A compreensão do termo política pode ser expandida para os procedimentos, portanto, acerca dos interesses das cidades, das comunidades e das relações da vida urbana e/ou rural.
Reflito no tema porque, na última terça-feira (21), após participar da reunião do grupo de trabalho que debate o orçamento para o próximo ano na Comissão de Finanças, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa, fiquei pensando sobre o que a política vem entregando para a sua comunidade e os cidadãos que ela deveria representar. Ou ainda: será que estamos mantendo alguma relação com aquilo idealizado pelos gregos quanto à política e a democracia representativa?
O Rio Grande do Sul, sabemos, vive uma severa crise fiscal e os gaúchos já estão fartos de sempre pagar a conta. Por isso, eu (inocentemente) julgava que as reuniões do grupo de trabalho supracitado serviriam para encontrarmos alternativas à crise que não fossem apresentar, de novo, a conta para a população do Rio Grande do Sul pagar. Ledo engano! O que eu ouvi ontem dos prefeitos de Pelotas, Santa Rosa e Harmonia segue a mesma cartilha surrada que estamos cansados de ouvir: precisamos manter o aumento “temporário” de impostos oriundo da majoração de alíquotas de ICMS ou as prefeituras irão colapsar e o caos nos serviços públicos prevalecerá. Uma aposta no pânico para convencer os gaúchos a permanecerem subservientes ao Estado.
Mas será que essa é a única alternativa que os nossos prefeitos têm a apresentar para a sociedade gaúcha? Ou seja, a única solução possível passa por seguirmos pagando impostos elevados para o Estado e os municípios não quebrarem? Mas e o povo e os empreendedores? Podem quebrar? A grande verdade é que a relação de suserania e vassalagem entre os nossos políticos e a população gaúcha nunca esteve tão clara: – “paguem a conta, porque o governo não pode quebrar.”. Ora, isso é um deboche que nem a desacreditada política brasileira deveria aceitar.
Foi por isso que, aqui na coluna, semana atrás, saudei a entrada do NOVO na política brasileira. Por acreditar que entramos para restabelecer, aos poucos, a ordem e a hierarquia das coisas em nossa democracia (não à toa eu fui o único a me levantar e defender o fim do aumento de impostos naquela fatídica reunião). Para relembrar quem está a serviço de quem e colocar os governos e os políticos para, efetivamente, servir a nossa população.
Benjamin Graham, conhecido investidor americano, gostava de dizer que esperava fazer algo “tolo, criativo e generoso” todos os dias. Por aqui, nossos políticos há tempos esqueceram da generosidade e da criatividade tão necessárias para governar. No entanto, continuam a proferir e a realizar tolices, todos os dias, às custas da miséria e do desalento que quase todos os governos relegam ao pagador de impostos. Eu, sinceramente, não entrei para jogar esse jogo. Não contem comigo para me somar à tolice de aumentar impostos enquanto vejo o atraso das nossas cidades e o sofrimento da nossa gente. A política brasileira segue na valsa trágica do subdesenvolvimento e se depender dos mesmos de sempre seguiremos atolados por lá.
(*) Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.
Observação do editor: a imagem (sem autoria determinada) que ilustra este artigo é uma reprodução da internet, e foi extraída do site Econet: AQUI.
Haverá nova tentativa de aumentar tributos, sem duvida. A pausa tem como causa a eleição próxima. Outra característica dos políticos, acham que são ‘espertos’.
A resposta é a mesma de sempre por pura incompetência. Serviços públicos são deficientes pelos motivos que todos conhecem e a resposta é sempre ‘dobrar a aposta’. Leite, o impostor, mesmo com índices de violência baixos continua contratando policiais para satisfazer uma estatística feita sabe-se lá onde e por quem (índice relativo a população). Pior, delegacias especializadas que não se justificam pela estatística (segundo as mas línguas folgadas para o titular ter mais tempo para poder tratar de assuntos particulares). Outra, falam em ‘abrir o capital da Corsan’, ou seja, primeiro passo para a privatização. Outra, venda da CEEE por quase nada, confissão de incompetência do Estado (entre dividas trabalhistas e divida de ICMS não se sabe o que sobra).
Resumo da ópera é simples: a instituição Estado está completamente quebrada no RS; quer dar um abraço de afogado no setor privado. É dever resistir.