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Bandeira Preta + – Por Orlando Fonseca

O cronista, a covid-19 e a minuta de um decreto encaminhado ao governador

Preocupado com a situação pandêmica do RS, preparei a minuta de um decreto para o Governador.

DECRETO Nº XX.XXX de 15 de março de 2021. Altera os Decretos relativos ao Sistema de Distanciamento Controlado para fins de prevenção e de enfrentamento à epidemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, e dá um ultimato ao agente causador da pandemia no Estado.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições que lhe confere o art. 82, incisos, II, V e VII, da Constituição do Estado (e no pleno de suas faculdades mentais),

– Considerando que a população do Estado não tem se comportado de acordo com os protocolos, fazendo aglomerações indevidas;

– Considerando que ainda existem atividades recreativas clandestinas, reunindo pessoas desapercebidas e incautas;

– Considerando a pressão que têm feito empresários e comerciantes do setor varejista para a volta à normalidade do livre mercado;

– Considerando a falta de consideração do governo federal que não providenciou as vacinas no devido tempo, e, a saber, “Povo que não tem virtude, acaba contaminado”;

– Considerando a iminência do colapso do Sistema de Saúde, com a falta de leitos clínicos e leitos de UTI;

– Considerando que o kit-covid, apesar da recomendação de médicos entendidos do assunto, não tem surtido o efeito esperado (além da fé nos mitos, continua o aumento nas mortes e as internações de usuários até mesmo em UTIs);

– Considerando que a epidemia se espalha e a curva de contágios já está na Terceira Onda, e, como a população formada por humanos não consegue entender a gravidade do tema,

DECRETA:

Artigo Primeiro: Que o coronavírus se retire imediatamente dos limites territoriais do Rio Grande do Sul, se não o fizer por livre e espontânea vontade, será retirado à força, pela Brigada Militar. Portanto, concede-lhe o prazo de 48 horas para que reúna a sua família, seus micro-milicianos, variantes e simpatizantes, para que saiam do nosso Estado. A fim de que seja cumprida essa ordem, de acordo com nossos tratados diplomáticos, tanto com o restante da República Brasileira – a começar por nosso vizinho estado-balneário – quanto por nações irmãs sul-americanas, instamos para que essa retirada se dê pelas extensas saídas marítimas, usando as terras na costa do Atlântico, evitando as áreas portuárias. Orientamos, outrossim, que se vá para além das 200 milhas náuticas, a fim de que a nossa Guarda-costeira não os apanhe em pleno mar, pois do contrário, sofrerão as duras penas da lei.

Artigo Segundo: Passa a vigorar a Bandeira Preta + em todo o Estado, a fim de alertar todos os agentes SARS-COV-2 que, se não obedecerem ao decreto, a coisa vai ficar muito preta para eles.

Artigo Último: Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

“Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra”

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 15 de março de 2021.

P.S.(1): Se a coisa continuar nesse ritmo, a Bandeira Preta, além de muito preta, vai ostentar o famoso símbolo da caveira com as tíbias cruzadas, para esse tal de Coronavírus ver com quem está se metendo.

P.S.(2): Onde se lê “virtude”, leia-se “vacina” ou, na falta dessa, ao menos “prudência”.

(*) Orlando Fonseca é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura e Mestre em Literatura Brasileira. Foi Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados e prêmios literários, entre eles o Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia.

Observação do Editor: a ilustração (sem autoria determinada) do alto do texto foi reproduzida do site do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

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6 Comentários

  1. Vizinho estado-balneário já foi noticiado como exemplo. Pois é.
    Alguns noticiosos já falam em ‘grande esforço coletivo’ (ou seja aumentar tributos) com ‘grande campanha de conscientização’ (para entrar grana na mídia e salvar empregos de jornalistas). Só dando risada.
    Resumo da ópera é a esquizofrenia, Estado resolve tudo, logo o individuo não tem responsabilidade nenhuma. Estado inoperante, nada funciona direito porque nunca funcionou, indivíduos fazem o que der na veneta.
    O resto é bobagem.

  2. Kit Covid não é minha praia. Não sou médico. De qualquer maneira está registrado quem defendeu o que e quando, não irá para o esquecimento. Alás, muitos médicos receitam azitromicina por aí. Existem testes clínicos, é verdade, que não confirmam algum efeito. Só que antibiótico talvez possa prevenir alguma infecção oportunista. Ivermectina, é sabido, altera a microbiota (abundancia diminui). Conhecido também é que 70% do sistema imunológico esta situado no trato digestivo.
    Resumo da ópera, biologia não é monopólio da classe medica, estatística não é biologia molecular e algum premio Nobel deve sair desta confusão. Alás, informação deve estar se perdendo todos os dias, gostaria de saber o que os patologistas estão fazendo.

  3. Colapso do sistema de saúde que trancou o pais inteiro o ano passado no inicio da pandemia. Mandetta teve ‘relançada’ a candidatura semana passada (candidato fraco oriundo do sistema para trancar a terceira via). ‘Fiquem 15 dias trancados para evitar o pico, é a ciência que diz’. Pois é. Sabe-se desde o ano passado que o Covid não pode ser comparado com a gripe espanhola (que teve três ou quatro ondas). Além disto o veraneio (praia e serra) correu solto por motivos econômicos. Logo a culpa não é só da população (que tem sua parcela, aqui na aldeia há rumores de festas com 30, 40 pessoas na maciota em casas de gente ‘bem’).

  4. ‘Não providenciou vacinas no devido tempo’, mais uma ‘narrativa’ dos vermelhinhos, fácil detectar, é orquestrado, repetem o tempo todo. Depois de todo o circo armado 14 governadores no inicio do mês pediram ajuda ao governo federal para comprar vacinas. Descobriram que não é comprar cachaça no buteco.
    Comic Com San Diego, evento nerd da Califórnia, um dos maiores do mundo, vai acontecer de modo virtual este ano novamente. Ritmo das vacinas não aconselha e julho está muito em cima. Enquanto isto os EUA estoca vacinas e negou pedidos do Canadá, México e Comunidade Europeia. Desculpa é o imprevisível, não sabem qual vacina será mais efetiva nas crianças, o impacto das cepas novas e qual a necessidade de reforço ou o prazo para o mesmo. Alás, segundo o New York Times existem mais de 30 milhões de doses da Oxford paradas na geladeira porque não foram liberadas pelo FDA, não fizeram a ultima etapa dos testes.
    Alás, na etapa inicial do desenvolvimento da Johnson & Johnson foram utilizadas linhas de células fetais provenientes de abortos efetuados na década de 80 (amplamente noticiado por lá). Obvio que os crentes se rebelaram apesar da vacina não ter nenhuma matéria fetal. EUA pressionou o Brasil para não comprar a Russa, governadores do NE compraram (intermediação do Ministério da Saúde) e os petistas já dizem que é mérito do Molusco (adoram uma mentira). Enquanto isto o porta-voz da Rússia declarou que a oferta é muito menor que a demanda e a prioridade é vacinar a população daquele pais. Resumo: é briga de foice no escuro dentro do elevador parado entre dois andares.

  5. Empresários e comerciantes têm direito a defender seus próprios interesses. Coisas que a esquerda autoritária não consegue compreender. Estão com as atividades prejudicadas, haverá consequências. Não, o governo federal não tem como ajudar todos porque se a economia para não são pagos impostos. É uma prisão de ventre econômica seguida de uma diarreia atingindo o ventilador. Alás, semana passada o presidente argentino foi visitar uma região atingida por incêndios florestais e o veiculo onde se encontrava foi apedrejado por manifestantes.
    Final de semana fiz um grande investimento na aldeia. Mais de dois milhões e meio. Comprei um jornal. Recebi mais de 660 mil de troco. Bolívares Soberanos Venezuelanos óbvio. Um Real compra 332 mil.

  6. O mesmo de sempre escrito de outra forma numa tentativa infrutífera, como de hábito, de fazer ‘humor’.
    Não é particularidade do estado as pessoas não se comportarem como preconizado. Festas Rave no Reino Unido, protestos anti-lockdown na Alemanha no final do ano passado. Festas clandestinas na França e Bélgica, alguns dizem que acontece em toda a Europa.

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