Deboche. Deputados federais conseguem rodar mais de 300 quilômetros por dia, em média
Funciona assim. Os deputados federais têm à sua disposição R$ 15 mil reais, a título de verba indenizatória. Na prática, significa uma acréscimo salarial aos R$ 12 mil que recebem de subsídios, mensalmente. Só tem um porém: a utilização da verba precisa ser comprovada. Seja para alimentação, hospedagem, serviços de consultoria ou o que seja – tudo para facilitar o trabalho dos parlamentares.
No entanto, boa parte dos edis federais justificam o uso dos recursos, e são ressarcidos (até o limite de R$ 15 mil), pela apresentação de Notas Fiscais de aquisição de combustível. Aí, cá entre nós, fica muito fácil saber que eles simplesmente mentem. Não há outra palavra para o que é feito. A menos que se acredite que cada deputado, em média, percorra (pessoalmente ou com seus auxiliares, ou apenas eles) qualquer coisa parecida com 325 km a cada 24 horas. E ainda trabalhar, comer, dormir, ir ao banheiro, etc, etc. Isso que os mortais comuns costumam fazer.
Como cheguei a esse número estratosférico? Simples: nos primeiros dois meses da Legislatura, em números redondos (veja sugestão de leitura, mais abaixo), os parlamentares dizem ter gastado R$ 2,5 milhões em combustível.
Vai daí que essa montanha de dinheiro, ao preço médio da gasolina de R$ 2,50 (não é o que custa em Santa Maria, que é maior), significaria a aquisição de 1 milhão de litros do combustível. Ao desempenho médio de 10 km por litro, teríamos 10 milhões de quilômetros rodados. Deu pra acompanhar até aqui? Não é tão difícil, não?
Pois bem. São 513 deputados federais. Caberia, a cada um, com essa dinheirama, dividindo 10 milhões por 513, qualquer coisa como 19,5 quilômetros. Dividido por dois meses, temos 9.750 quilômetros a cada 30 dias. O que significam os 325 quilômetros a cada 24 horas.
A pergunta que cabe é: quem acredita nisso? Aqui, não.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a reportagem Deputados declaram à Câmara que usaram 1 milhão de litros de gasolina, assinada por Guilherme Scarance e Silvia Amorim, e publicada pelo jornal O Estado de São Paulo.
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