CÂMARA. Ricardo Blattes renuncia cargo na Mesa Diretora devido a conflito com João Ricardo Vargas
Clima entre os dois vereadores na Direção da Casa se tornou insustentável
Por Maiquel Rosauro
O vereador Ricardo Blattes (PT) tomou uma atitude inesperada nesta quinta-feira (2). O petista renunciou ao cargo de 2º vice-presidente da Mesa Diretora devido a conflitos com o presidente da Casa, João Ricardo Vargas (PP).
A relação entre ambos está arranhada desde a sessão plenária de 12 de agosto, quando o progressista convidou o colega para “conversar” na garagem da Casa após um bate-boca sobre a extinção de uma comissão especial (AQUI). O caso acabou gerando a instauração de um processo disciplinar que corre contra o presidente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) (AQUI).
Blattes faz parte do grupo minoritário dentro da composição da Mesa Diretora, que perdeu a eleição no início do ano. Sua saída do colegiado não altera o equilíbrio de forças políticas na Direção da Casa, mas expõe os problemas da gestão Vargas.
“Fazemos parte de grupos distintos. Temos ideias distintas sobre o andamento da Casa e a minha presença nas reuniões da Mesa não tem sido produtiva. Especialmente depois dos últimos episódios, há uma espécie de constrangimento do presidente ao enfrentar questões encaminhadas, independente do seu objeto. Quero deixar claro que não faço parte dessa gestão e por isso renuncio ao cargo da Mesa, garantindo assim maior liberdade para fazer os encaminhamentos, sem qualquer constrangimento”, diz o petista.
Blattes é o mais crítico dos vereadores em relação à administração da Casa Legislativa. O petista, por exemplo, cobrou explicações sobre a presença de um enfermeiro atuando na Procuradoria Jurídica; reclamou da surpreendente ausência de atas das sessões plenárias; além de ter feito críticas à forma como Vargas age em relação à obra inacabada de ampliação do Legislativo.
Na fatídica sessão de 12 de agosto, o estopim ocorreu quando Blattes perguntou no microfone de aparte em qual artigo do Regimento Interno se baseava a extinção de uma comissão, ato prontamente autorizado por Vargas. O presidente, que havia prometido uma resposta por escrito, acabou sendo humilhado na sessão seguinte, quando admitiu que não havia previsão no Regimento Interno para tal ato. Ou seja, o questionamento do petista era pertinente (AQUI).
Com a saída de Blattes da Mesa Diretora, quem deve assumir o posto é o primeiro suplente, Danclar Rossato (PSB).
Blatantemente irrelevante (sim, neologismo). Há que se escolher as brigas.
O Blattes que se cuide pra não apanhar na saída ou na garagem, afinal é muita ousadia questionar os coronéis…