CÂMARA. Entidades empresariais e cinco vereadores divulgam notas contra medida para conter covid-19
Legislativo anunciou volta do home office para conter surto de coronavírus
Por Maiquel Rosauro
Entidades empresariais de Santa Maria e vereadores do PP, PSL e MDB divulgaram notas contra a medida adotada pela presidência da Câmara de Vereadores para conter a proliferação de covid-19 na sede do Parlamento. Na tarde deste sábado (8), foram confirmados três casos entre servidores do Legislativo, o que provocou a publicação de uma Ordem de Serviço adotando trabalho remoto até 21 de janeiro.
O Conselho de Presidentes das Entidades Empresariais de Santa Maria divulgou uma nota de posicionamento criticando o que chama de “volta as medidas do fique em casa”, classificando a decisão do presidente Valdir Oliveira (PT) como “anseio demasiado” e “típico de quem nega a ciência e as vacinas”.
“Em um momento onde o setor produtivo, cumpridor de todas as normas sanitárias impostas, se recupera das perdas realizadas em virtude dos fechamentos, ainda considerando o avanço da vacinação da população, resultando em baixos índices de internações hospitalares, entende que tal atitude demonstra dar pouco crédito as vacinas, ignora as normas das autoridades Municipais e Estaduais e mesmo com a maioria da população vacinada, volta as medidas do “fique em casa”, adotadas quando não haviam alternativas de prevenção. Estas medidas, vão além de um zelo demasiado, mas beira a descrença total nos imunizantes, típico de quem nega a ciência e as vacinas”, diz trecho da nota do Conselho, formado por entidades como Cacism, CDL, Sindicato Rural, Sindilojas, entre outras.
Até as 22h deste sábado (8), também haviam se manifestado publicamente de forma contrária à medida os vereadores: Roberta Pereira Leitão (PP), João Ricardo Vargas (PP), Pablo Pacheco (PP), Tony Oliveira (PSL) e Tubias Calil (MDB).
Algumas dúvidas:
– o que uma entidade empresarial tem a ver com uma decisão administrativa interna tomada pela Câmara? Quer dizer que a Câmara também pode se intrometer em medidas administrativas das empresas, como reduzir número de funcionários, por exemplo?
– alguma das lideranças empresariais é da área da saúde, tem condições técnicas de dizer o que se deve ou não fazer diante de um surto de covid?
A defasagem intelectual tanto de alguns vereadores quanto de alguns empresários é tamanha, que parecem nunca ter ouvido falar que home office existe. E funciona.
Aliás, o “mito” que boa parte deles cultua, vendo a “economia” que o home office gerou durante a pandemia, já estabeleceu a possibilidade de tornar essa modalidade de trabalho permanente em várias áreas.
No Casarão tem o Home Ócio e o Ócio Presencial. Além do feijão com arroz diário e burocracia habitual, qual foi o último problema da aldeia abordado por lá com algum resultado útil?