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EDUCAÇÃO. Mais 2.724 bolsas de pós-graduação são bloqueadas pelo Governo Federal. 35 delas na UFSM

UFSM terá cortadas 35 bolsas de mestrado. Os três cursos afetados são Ciências da Computação, Matemática e Agrobiologia

Do jornal eletrônico SUL21, com texto de ANNIE CASTRO. A foto é de Reprodução

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), anunciou na terça-feira (4) que irá bloquear 2.724 bolsas de pós-graduação a partir de junho, atingindo 330 programas no Brasil. Segundo a Capes, a medida é uma forma de tentar cumprir o contingenciamento de R$ 300 milhões previstos pelo Governo Federal para a pasta em 2019.

Do total de bolsas congeladas, 2.331 são de mestrado, 335 bolsas de doutorado e 58 de pós-doutorado. Diferentemente dos cortes realizados pelo Governo em maio, que afetaram bolsas de cursos com diferentes notas na avaliação da Capes, a medida desta terça é direcionada somente a programas que tiveram nota 3 em duas avaliações consecutivas ou que possuíam nota 4 na Avaliação Trienal de 2013, mas que receberam nota 3 na Avaliação Quadrienal de 2017. De acordo com a Capes, a medida não afeta os bolsistas que recebem o benefício atualmente. Porém, conforme esses alunos concluírem seus cursos, as bolsas serão congeladas, não podendo ser ofertadas para novas pessoas.

O contingenciamento também afeta o PrInt (Programa Institucional de Internacionalização), que das 5.913 bolsas previstas para 2019 terá somente 4.139. As outras 1.774 serão transferidas para 2023. O programa, criado em 2018, disponibiliza bolsas para que brasileiros possam realizar cursos de pós-graduação no exterior e para que estudantes estrangeiros possam estudar no Brasil.

Além da mudança no número de bolsas, o PrInt também sofreu alteração no tempo de duração, que passou de quatro para cinco anos. De acordo com a Capes, a modificação “atende as necessidades das instituições de ensino brasileiras, que iniciam neste ano o processo de implantação do Programa, e de adequação ao calendário das universidades do hemisfério norte, que começam suas atividades em setembro”, disse o órgão em nota.

Para entender como os cortes irão afetar os programas de pós-graduação no Rio Grande do Sul, o Sul21 conversou com universidades federais no Estado. Confira:

UFRGS

Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) existem atualmente 10 Programas de Pós-Graduação avaliados com nota 3, mas somente três deles serão atingidos pelo corte, o que afetará 26 bolsas de mestrado e doutorado. No ‘Programa de Pós-Graduação em Ciências Pneumológicas’ serão nove bolsas de doutorado e sete de mestrado que deixarão de existir, já o ‘Programa de Pós-Graduação em Medicina Animal: Equinos’ e o ‘Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Cirúrgicas’ perderão cinco bolsas de mestrado cada. As 26 bolsas que serão cortadas estão sendo utilizadas atualmente e deixarão de existir a medida que os alunos concluírem os cursos.

O pró-reitor de pós-graduação da UFRGS, Celso Loureiro Chaves, explica que, tanto os cortes realizados anteriormente pela Capes, quanto os divulgados agora, não só irão prejudicar a pesquisa, mas também as pessoas que precisam de uma bolsa para poder realizar um curso de pós-graduação. “Qualquer corte significa um prejuízo para a continuidade da pós-graduação e a pesquisa. Uma bolsa que é cortada significa que uma pessoa que está entrando nesse programa não poderá ter bolsa. Isso prejudica imensamente quem precisa da bolsa para fazer a pós-graduação”, disse…

UFSM

Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) serão cortadas 35 bolsas de mestrado no Programa de Pós-Graduação. Os cursos afetados são Ciências da Computação, que passou de 22 para sete bolsas, Matemática, que de 12 bolsas ficará somente com quatro, e Agrobiologia, que possuía 18 e terá seis bolsas. Em nota, a Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor da UFSM afirmou que os programas de Ciências da Computação e Matemática foram afetados pois receberam nota 3 em duas avaliações consecutivas. Já o curso de Agrobiologia passou de nota 4 para 3 na última avaliação da Capes.

A UFSM também sofreu alterações nas bolsas disponibilizadas pela Capes PrInt, programa que foi implementado em 2018 na Universidade, mesmo ano em que ele foi criado. De acordo com a Universidade, 35 das 99 bolsas previstas na modalidade para este ano foram realocadas para 2023. “O maior impacto nas bolsas do Capes PrInt foi nas da categoria de Doutorado Sanduíche, com um percentual médio de congelamento de 65% do total de bolsas”, afirma a UFSM.

Para Thiago Machado Ardenghi, pró-reitor adjunto e Coordenador de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UFSM, congelamentos realizados na educação impactam os estudantes, os cursos da Universidade, quem gostaria de realizar um programa de pós-graduação e também a economia. “O impacto direto é você ter novos talentos que talvez não irão conseguir fazer esses cursos, é uma possibilidade de conhecimento que pode ser represada. São pessoas que poderiam vir fazer cursos na UFSM, mas que não virão porque não têm condições financeiras de se manter na cidade. Tem o impacto nestes cursos que estavam se organizando para subir de nota na avaliação e, indireto, para toda a comunidade, pois acaba influenciando na economia da cidade”…”

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Um Comentário

  1. Bom deixar claro que a nota máxima de um curso de pós-graduação é 7. UFSM tem dois cursos com esta nota, Veterinária e Quimica.
    Engenharia Elétrica, Ciências do Solo (agronomia) e Bioquímica Toxicológica (biologia) tem nota 6. Agronomia, Ciências Farmacêuticas Odonto, Comunicação , Engenharia Florestal, Filosofia, Geografia e Letras têm nota 5. Os demais foram avaliados com nota 3 e 4. A nota para ‘passar’ é 5 (equivale a um 7 na prova). Um dos critérios para a nota é a produção cientifica.
    IFES estão acostumadas com o ‘mandem o dinheiro que la garantia soy yo’., infelizmente perde-se uma oportunidade para debater o ensino superior do pais, ambiente está polarizado.
    Finalmente é bom tomar cuidado com a propaganda que fazem por aí. Mostram o pouco que dá certo para justificar tudo o que está errado. Fundação Osvaldo Cruz, por exemplo. Todos falam nas vacinas e remédios que produzem lá, como é indispensável. O fato de existirem grupos de ‘pesquisa’ em sociologia, comunicação e história é deixado de lado (assuntos que poderiam ser ‘pesquisados’ em outro lugar). Alás, a fundação é presidida por uma socióloga atualmente.

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