JudiciárioMídiaPolítica

MAGISTRATURA. Ministro Roberto Barroso, o STF e sua decisões recentes: “o Juiz não joga para a plateia”

Barroso: “sirvo à Justiça, e não à opinião pública. Juiz digno desse nome não joga para a plateia.”
Barroso: “sirvo à Justiça, e não à opinião pública. Juiz digno desse nome não joga para a plateia”

Há um clamor, em muito repercutido pela mídia tradicional, em torno das “facilidades” para que uns e outros cumpram pena menor do que gostariam e, no caso de mudança de regime prisional, reclamam ostensivamente. Por razões diversas, há críticas severas a ministros do Supremo Tribunal Federal, em relação, objetivamente, ao caso dos condenados na Ação Penal 470, também conhecida como “processo do Mensalão”.

Nesse caso, mas também em outros, semelhantes, é importante ouvir a opinião do ministro Luis Roberto Barroso, considerada uma das vozes mais lúcidas do Supremo. Ele a concedeu em uma entrevista exclusiva ao jornal O Estado de São Paulo, repercutida no portal especializado Consultor Jurídico. Vale conferir. A foto é de Nelson Júnior/Divulgação. Acompanhe:

CUMPRIMENTO DA LEI – “Juiz digno desse nome não joga para a plateia”, diz Luís Roberto Barroso

A sociedade brasileira deve saber como funciona o sistema penal brasileiro para discuti-lo e, se achar necessário, modificá-lo. A avaliação é do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, ao jornal O Globo. Relator da Ação Penal 470, o processo do mensalão, Barroso respondeu às reações causadas com as progressões de regime que permitiram que condenados cumprissem suas penas em casa.

Barroso reforçou que os juízes devem aplicar a lei. “Quando o preso progride para o regime aberto, ele deve passar para uma casa de albergado. Como praticamente não existem estes estabelecimentos, a jurisprudência antiga e pacífica é que eles devem, então, passar para a prisão domiciliar”, explicou.

O ministro ainda afirmou que quem julga deve aplicar a lei com imparcialidade, sem ceder a paixões, ódios ou espírito de vingança. “É justamente quando esses sentimentos afloram na sociedade que você precisa de um juiz corajoso para fazer o que é certo”, disse Barroso, que completa: “Sirvo à Justiça, e não à opinião pública. Um juiz digno desse nome não joga para a plateia.”

Leia abaixo trechos da entrevista concedida ao jornal O Globo:

Há a impressão de que a prisão domiciliar para parte dos condenados veio cedo, com menos de um ano de pena. Mesmo seguindo todos os trâmites legais, isso pode reforçar a sensação de impunidade?
Eu, geralmente, só aceito dar entrevista quando acho que há alguma questão relevante a ser trazida ao debate público. E essa questão está refletida na sua pergunta. O país tem um sistema punitivo definido pela legislação. Essa legislação é mais branda do que a de muitos países do mundo. Há dois pontos relevantes aqui. De acordo com a lei, a execução das penas se dá em três regimes: fechado, que é cumprido em penitenciárias; semiaberto, em colônias agrícolas ou industriais; e aberto, que deve ser cumprido em casa de albergado. Depois de cumprir um sexto da pena, o condenado tem o direito de progredir de um regime para o outro. O que tem acontecido entre nós? Quando o preso progride para o regime aberto, ele deve passar para uma casa de albergado. Como praticamente não existem estes estabelecimentos, a jurisprudência antiga e pacífica é que eles devem, então, passar para a prisão domiciliar…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Um Comentário

  1. Problema é que os lobbies que trabalham para manter o sistema como é são mais fortes que a sociedade civil. Eles são mais organizados.
    Juristas de esquerda, iluministas e abolicionistas (acham que pena de prisão é algo medieval e que já deveria ter acabado no século passado) trabalham juntos. E surgem uma variedade de pérolas: gastar dinheiro em prisões e não em escolas (e o investimento não vai para um nem outro), deixar de lado os crimes contra o patrimonio e focar nos de sangue (decisão tomada democraticamente em gabinete), proliferação de fatores deminuidores de pena e penas alternativas, conciliação penal (tudo se revolve conversando). Polícias com falta de pessoal, equipamento e dinheiro. Judiciário lento.
    Quando o sistema for para o ralo, irão achar alguma desculpa esfarrapada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo