Impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia para as economias mundial e do Brasil – por José Maria Pereira
Punhado de produtos indo e vindo (commodities em geral) e choque econômico
A Rússia e a Ucrânia são grandes exportadoras de commodities agrícolas e metais. Os principais produtos exportados pela Rússia somaram US$1,1 trilhão entre 2016 e 2020, com destaque para o petróleo bruto e derivados e combustíveis fósseis (gás natural, carvão), que correspondem a 56,9% do total exportado pelo país e 11% das exportações mundiais desse produto (dados do site da BBC, de Londres).
A economia da Rússia depende significativamente da exportação de petróleo e gás. O país é o terceiro exportador de petróleo do mundo e um dos maiores exportadores de gás. Segundo a BBC, antes da invasão da Ucrânia, a Rússia fornecia 1 em cada 10 barris de petróleo que o mundo consumia. Hoje, entretanto, com a guerra e as sanções dos EUA, a participação russa na oferta mundial de petróleo diminuiu e o petróleo enfrenta sua maior turbulência desde a década de 1970 (criação da OPEP).
Rússia e Ucrânia são também grandes exportadores de produtos alimentícios. Os dois países, conhecidos como o “celeiro da Europa”, representam 29% das exportações globais de trigo e 19% das de milho, segundo a reportagem do site da BBC. O impacto da guerra na produção de grãos pode chegar a duplicar os preços internacionais do trigo. Isso poderia afetar gravemente vários países que dependem das importações de grãos.
Entre os pontos que mais geram preocupação em nível mundial são o aumento generalizado do preço do barril de petróleo, pressionando uma inflação mundial do produto, que já está bastante elevada. Já o aumento do preço dos grãos pode ter efeitos sobre a segurança alimentar, principalmente no caso da proteína animal, em função do comportamento do milho no mercado internacional
A Rússia é um dos maiores fornecedores do mundo de metais utilizados em todo tipo de produtos, de latas de alumínio até cabos de cobre e componentes de automóveis. O país é o quarto exportador global de alumínio e um dos cinco principais produtores mundiais de aço, níquel, paládio e cobre. A Ucrânia é um dos principais provedores de gases raros purificados, como o néon, essencial para a fabricação de semicondutores. Mais de 90% do néon utilizado pela indústria de chips dos Estados Unidos vem da Ucrânia. Qualquer alteração em seu abastecimento poderia agravar a escassez de microchips, que já foi um problema significativo em 2021.
Qual o efeito da guerra Rússia e Ucrânia sobre a economia brasileira? Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Rússia e Bielorrússia respondem por 30,5% das exportações de fertilizantes potássicos e o Brasil é o maior importador mundial, seguido por EUA, Índia e China. Mais da metade dos produtos russos adquiridos pelo Brasil são fertilizantes potássicos, nitrogenados e compostos. Portanto, o Brasil enfrentaria dificuldades para substituir a oferta daqueles dois países por outros fornecedores, dado o seu peso na balança comercial entre os países. Porém, o próprio Ministério da Agricultura afirma que os estoques brasileiros são suficientes, pelo menos até meados do segundo semestre.
Outra preocupação relacionada com a guerra russo-ucraniana, diz respeito às importações brasileiras de trigo. O Brasil é o quinto maior importador mundial do cereal e, mesmo que não importe da Ucrânia, pode ser indiretamente afetado pela pressão na oferta sobre os países que fornecem o produto para o Brasil, como a Argentina, que é responsável por quase 80% das importações brasileiras.
Por outro lado, o aumento da participação brasileira nos mercados internacionais de soja e milho podem representar um problema de abastecimento interno, com pressões inflacionárias sobre os preços dos alimentos, que já apresentam tendência de alta no mercado nacional. Vale lembrar que o preço do milho é decisivo para a formação dos preços de carnes de suínos e frangos. Apesar de ser grande parceiro da China em diversos produtos agrícolas (como a soja), o Brasil não exporta milho para a China, enquanto a Ucrânia foi seu maior fornecedor. É possível também que o país possa se beneficiar por uma alta dos preços do produto, pela escassez de oferta.
(*) José Maria Pereira é Doutor em Economia, professor aposentado do departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM. O artigo acima foi publicado originalmente no site da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (AQUI) e reproduzido com a autorização do autor.
Russia já reabriu as lojas do McDonald’s. Pedra cantada, não existe muito segredo para fazer aquilo, basta a celula de manufatura, ingredientes e mão de obra treinada. São franquias, dá-se um jeito. Petroleo? China e India estão comprando petroleo russo. Mais barato, obvio. Aperta o Irã que exportava para a Russia. Muita expansão monetaria desde 2008 por todo lado. BC tupiniquim manteve os juros muito baixos muito tempo. Dawn Fitzpatrick é formada em Wharton, faculdade conhecida pela proficiencia em finanças. Casada, mãe de tres, não teve tempo de militar pelo feminismo. E CEO e CIO (chefe de investimentos) do fundo de George Soros. Perguntada sobre a queda no mercado financeiro afirmou que é esperada uma recessão para o começo do ano que vem e o mercado já estava precificando. Ao que um Vermelhinho chiaria com as bobagens de sempre, cassino, rentismo e outras bobagens. Informação chega primeiro no mercado financeiro e o preço de uma ação reflete, de certa forma, o fluxo de caixa futuro das empresas. Brasil? Querem aplicar soluções da decada de 70 em problemas do século XXI. O que poderia dar errado?
Bom, para começo de conversa 99,99% do que sai na midia sobre a guerra esta furado. Sem acompanhar muito observa-se que muitos ‘epecialistas’ repetem analises que o Kissinger fez sobre a Russia do século XIX. Sem citar a fonte obvio. Alás, Kissinger já farejou o perigo, sugeriu que a Ucrania deveria ceder territorio e acabar com a guerra. Alguns criticaram, alguma baboseira sobre ‘humanismo’. Idealistas, principalmente no Brasil, estão sempre dispostos a sacrificar os outros pelos proprios ‘ideais’.