O Rio Grande clama por infraestrutura – por Fernando Silveira de Oliveira
“Falo do mínimo, não do que seria o ideal para a nossa terra e a nossa gente”

Vivemos tempos difíceis, que exigem ações complexas e respostas imediatas para garantir não o ideal, mas o mínimo necessário à normalidade de um estado que carece de infraestrutura para o seu desenvolvimento. O Rio Grande do Sul enfrenta, há anos, gargalos gigantescos no setor logístico e em relação à infraestrutura. Porém, diante das enchentes de maio de 2024 – agora agravadas pela repetição de perdas e danos em maio de 2025 – nos deparamos mais uma vez com a insuficiência de um sistema colapsado, que precisa ser reestruturado imediatamente para devolver a normalidade à vida dos gaúchos.
A situação da ponte sobre a várzea do Rio Toropi, na BR-287, na região Central do Estado, que desde as chuvas de maio de 2024 conta com um desvio, mesmo após um ano de sua passagem ter sido comprometida – algo que seria uma anomalia em uma nação desenvolvida -, viu agora até mesmo esse desvio quase ser levado pelas chuvas de maio de 2025. Não há justificativa para que uma obra demore tanto a ser executada, ainda mais diante das promessas de prioridade por parte do Governo Federal. Agora, com a liberação parcial desse desvio, que a cada dia mais se parece com uma solução permanente, a população continua sofrendo.
Na regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em Santa Maria, contamos com apenas cinco servidores, responsáveis por cerca de 720 quilômetros de rodovias. Parece algo feito para não funcionar. A estimativa é de que, para a região Central, sejam necessários aproximadamente R$ 400 milhões para garantir a devida manutenção nesse trecho. Aponto essa fragilidade fazendo apenas um pequeno recorte da realidade do Rio Grande do Sul, sem abordar as inúmeras pontes provisórias instaladas pelo Exército Brasileiro, que parecem cada vez mais permanentes.
É o descaso na gestão, a falta de comprometimento e de priorização com a realidade do Rio Grande do Sul que fazem com que o Estado se submeta a uma condição que não merece. São os interesses políticos e eleitorais que se sobrepõem ao que de fato deveria importar – mesmo às vésperas do período eleitoral. O Estado precisa de uma infraestrutura efetiva, que possa resistir às adversidades climáticas e não se torne perecível em um curto espaço de tempo. Trata-se de uma agenda de desenvolvimento que precisa ser colocada em prática com comprometimento e responsabilidade por parte de todos. Repito: falo do mínimo, não do que seria o ideal para a nossa terra e a nossa gente.
(*) Fernando Silveira de Oliveira, advogado sócio do Jobim Advogados Associados, consultor de empresas, pós-graduado em Direito Administrativo e Gestão Pública pela Fundação do Ministério Público – RS e vereador reeleito de Santiago – RS.
Resumo da opera. Reclamar por reclamar é desperdicio de tempo. A oferta, geralmente, vai atras da demanda. Dinheiro atrai dinheiro (vide Sta Cruz e região da serra). SM agrega pouco valor. Fica com o que cabe no bolso. Pontes? Boatos dão conta que estão pedindo uma fortuna para construir. Problema não é de quem vai pagar, é de onde sai o dinheiro. Nesta hora os comunas da região irão dizer que a empresa concessionaria da 287, por exemplo, tem que arcar com os prejuizos. Só que ela tem um contrato que diz que não. Nada que não possa ficar os proximos 20 anos sendo discutidos na justiça. Para gaudio dos causidicos.
PIB do RS, segundo estatisticas oficiais, cresce quase todo ano descontando as epidemias e as cheias. Para transportar arroz, soja e milho não precisa grandes luxos (principalmente com volume menor devido as secas). O porto que desejavam fazer na região nordeste do estado recebeu oposição.
‘Infraestrutura’ é um termo muito amplo. Causidicos querem, geralmente., uma 287 com quatro pistas e sem pedagio para ir rapidamente a POA. Também querem voos diretos para SP para facilitar os passeios nas Zoropa. Simples assim.
Bueno, não é de hoje que alguns reclamam da infraestrutura do RS. Se a opinião desta gente tivesse algum peso, alguma importancia, o problema já teria sido resolvido. Simples assim. O resto é ‘encheção de saco’.