OBSERVATÓRIO. O PT da comuna e seu maior eleitor

Há questões ainda a ser destrinchadas, pelo PT santa-mariense. Uma é a formação do Diretório, outra a da Executiva. Imagina-se que, embora controvérsia menor sobre quem e quantos de cada corrente interna sejam colocados numa ou noutra instância, isso se resolverá. Não sem antes, claro, porque faz parte da tradição do partido, um bocado de discussão. E até respingos midiáticos.

Dito isto, sobressai, fácil, uma constatação – concluído o processo eleitoral interno da comuna, no último domingo. O que se intuía, sem muita precisão, as urnas petistas confirmaram: o grande eleitor da agremiação, por aqui, é o deputado federal Paulo Pimenta. Mais que ampliar o que se supunha tivesse, de cacife interno, colocou-se acima dos 50% dos votos. Pouco, mas mais que suficiente para afirmar-se.

Indo aos números, o parlamentar e sua corrente, o PT Amplo e Democrático, mantém metade da Executiva, mais o presidente – Sidinei Pereira, eleito com muita folga, ainda que com uma dissidência localizada no PTLM de Fabiano Pereira, que despejou votos, “para marcar” posição, no oponente da aliança Articulação de Esquerda/Democracia Socialista, Vanderlei dos Santos. Isso significa que terá seis dos 12 votos na Executiva (o líder da bancada depende de quem for, pode ser ou não aliado de Pimenta). Logo, nada é aprovado sem ele. E contará, também, com 16 votos no Diretório. Metade menos um, o líder ocasional dos vereadores.

Jogando para o futuro, uma vez que o mandato dos eleitos é de quatro anos, significa, objetivamente, que será a corrente liderada pelo deputado federal quem dará as cartas no PT santa-mariense, com a garantia, o escudo, dos votos internos conquistados no último final de semana.

Até onde vai a memória (e o arquivo) do colunista, se trata de conjuntura absolutamente inédita no PT local. A reciclagem, nesse aspecto, virou ato obrigatório.