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MEIO AMBIENTE. “Jardim sensorial” da UFSM busca aguçar os sentidos pelo contato com a natureza

Jardim Botânico ganha atração que une sustentabilidade, educação e inclusão

Jardim sensorial fica no Jardim Botânico, no campus da UFSM, e pode ser visitado por toda a comunidade (Foto Gabriel Escobar)

Por Gabriel Escobar / Da Agência de Notícias da UFSM

Sentir cheiros, tocar em diferentes texturas, ouvir sons, conhecer sabores, admirar paisagens são atividades comuns na vida de qualquer pessoa, que no dia a dia até passam despercebidas. Ao visitar um jardim sensorial, esses sentidos são estimulados de forma individual e criativa. Esse é um dos objetivos do jardim sensorial localizado no Jardim Botânico da UFSM, que, além de estimular os cinco sentidos, busca ensinar através das plantas e promover a inclusão e acessibilidade. 

A coordenadora do projeto “Jardim Sensorial: Espaço de Aprendizagem e Inclusão”, a técnica do Departamento de Biologia do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) Liana Veronica Rossato, comenta que a ideia de implementar esse tipo de jardinagem na Universidade surgiu após ter visto uma reportagem sobre o desenvolvimento das crianças e a importância do contato com a natureza. “Em uma sociedade cada vez mais voltada para o mundo digital, onde as crianças e adultos estão cada vez mais utilizando telas, fornecer ambiente onde as pessoas possam explorar novos sentidos com contato direto com a natureza é vital para a saúde física e mental”, conta Liana. 

O jardim foi implementado no início de maio, mas o projeto é discutido e planejado desde 2022. Para estimular os cinco sentidos são encontrados plantas como alecrim, lavanda, gerânio, capim-limão, boldo chinês, que estimulam o olfato; manjericão, hortelã, menta, que focam no olfato e paladar; cavalinha, carqueja, espadinha-anã, mil-folhas e suculentas visam ao desenvolvimento do tato. A diretora do Jardim Botânico, Simone Messina, comenta que no futuro o estímulo sensorial da audição será a partir de sons da natureza. 

A implantação do jardim sensorial foi idealizada com base em uma proposta sustentável. De acordo com Simone, “as estruturas foram feitas utilizando bambus, paletes, troncos, pedras, enfim, coisas mais naturais possíveis. Até o próprio chão, que tem areia”.

As visitas são feitas a partir de um roteiro que envolve todos os atrativos disponíveis no Jardim Botânico. No jardim sensorial as visitas são feitas com vendas nos olhos. Dessa forma, a experiência pode acontecer de uma forma mais profunda. O roteiro dura mais ou menos uma hora e meia. 

O atual público-alvo do projeto são crianças e adultos da comunidade interna e externa da UFSM. “Os próximos passos para esse projeto são expandi-lo, aumentando a área do jardim sensorial, e promover visitas para alunos com deficiência. E tornar o projeto de extensão, levando para fora dos limites da UFSM, inserindo-o em escolas públicas”, relata Liana. 

Acessibilidade e inclusão 

Um dos principais objetivos de um jardim sensorial é promover a inclusão de pessoas com deficiência no contato com a natureza. Além de servir como conscientização para a população no geral. É por meio do estímulo de cada sentido – audição, olfato, tato, paladar e visão – que as pessoas podem expandir suas perspectivas. 

No jardim sensorial da UFSM o espaço foi pensado para promover o fácil acesso e locomoção. Assim, pessoas em cadeira de rodas, por exemplo, podem facilmente conhecer e usufruir das experiências oferecidas no jardim. Idosos também têm acesso facilitado. “É uma atividade para todos os públicos, acho que isso que é legal, que a pessoa vai ter esse contato com as plantas, vai trabalhar essa questão dos sentidos, vai poder experimentar lá pimentinha, o tomatinho, enfim, as coisas que tem ali”, exemplifica Simone.

Ensino fora da sala de aula 

Além das questões de inclusão e acessibilidade, os jardins também são uma forma de ensinar. Para Simone, a educação através do contato com a natureza permite uma maior liberdade para os estudantes, afinal, nesses espaços eles podem se movimentar, tocar, cheirar, além de incentivar a criatividade.

“As crianças vão querer multiplicar essa ideia no pátio da casa delas, no pátio da casa da avó. Traz também uma coisa muito legal das conexões afetivas que a gente tem. Então, eles vão sentir o cheiro, vamos supor, da lavanda, e vão lembrar que um dia a avó fez um chá. Quanto mais tu conecta com memórias, mais tu aprende”, comenta Simone. 

De acordo com as entrevistadas, o objetivo principal do jardim sensorial na Universidade é, justamente, promover um espaço educativo não formal. Nele são trabalhados conceitos relacionados à biodiversidade e consciência ambiental, unindo o estudo feito dentro da sala de aula com o que é encontrado no local. A ideia de conservar o que se tem, aproveitando, mas sem esgotar os recursos naturais, também é trabalhada no projeto.

Visitar um jardim sensorial oferece a oportunidade de saber mais sobre questões relacionadas ao meio ambiente, além de possibilitar novas experiências. “Eu acho que isso é uma das coisas que as pessoas mais buscam hoje, experiências diferentes, experiências afetivas, experiências que toquem na alma”, relata Simone. 

As visitas no Jardim Botânico podem ser feitas de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h. Visitas de grupos, institucionais/escolares devem ser agendadas pelo site do Jardim. Alguns domingos também são liberados para visitação, sempre divulgados no Instagram

Para mais informações, o Jardim Botânico pode ser contatado pelos telefones (55) 3220-8973 (administração) e 99193-8183 (visitações). O email é [email protected].

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