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Então quer dizer que discordar do governo agora é Fake News… – por Giuseppe Riesgo

“Fato é que muitos gaúchos estão vivos porque voluntários somaram esforços”

Têm sido dias cada vez mais difíceis para os gaúchos! Estamos todos em meio a uma tragédia jamais antes vista e vivida no Rio Grande do Sul. As consequências das chuvas dos últimos quinze dias ainda serão perceptíveis por muitos meses à frente e quase todo o Estado vislumbra, hoje, um cenário catastrófico que poderia figurar algo bem pior não fosse a solidariedade histórica que temos presenciado.

Fato é que muitos gaúchos estão vivos porque voluntários somaram esforços para isso. Foram e são milhares de pessoas mobilizadas para auxiliar nos resgates e na arrecadação e entrega de doações. Seja daqui ou de outro Estado, cidadãos entraram nas águas lamacentas, emprestaram embarcações, dinheiro, experiência profissional, força, influência, despenderam tempo e o que mais pudessem oferecer para salvar e manter vidas.

Já deixei registrada a minha crítica à falta de agilidade dos governos tanto para os resgates quanto para a tomada de decisões sobre as soluções imediatas à tragédia, bem como, à falta de um plano de ação que poderia estar sendo executado para que os impactos desta tragédia já fossem bem menores do que ainda se apresentam.

Em meio a tudo isso, ao invés de ajudar de alguma forma, boa parte da imprensa, que é financiada pela esquerda, jogou sujo e politizou a tragédia do RS. Primeiro, vimos o ministro da Secom Paulo Pimenta atuando como Censurador Geral da União e acionando o aparato estatal para perseguir quem mostra o óbvio: a inoperância do governo federal em meio à tragédia gaúcha.

Depois, tivemos ainda o episódio de uma jornalista que ofendeu cada cidadão que protagonizou o mais importante ato de solidariedade que já vimos por aqui. Conforme ela, é uma mentira, ou melhor, uma fake news, que os voluntários foram mais ágeis na resposta imediata aos resgates.

Se antes tínhamos um único culpado por todos os males do país, agora temos uma “socialização” de responsabilizações. É bem possível, como já afirmou Lula e o Xandão, que a única “culpada” seja a natureza “que cobra o preço pela ação humana”. Maldade e leviandade ocupam o mesmo espaço na narrativa lulopetista com a anuência de uma imprensa generosamente bem paga pelo meu e o seu dinheiro.

Os gaúchos que estão se mobilizando, dia e noite, contaram com uma tímida resposta do Estado e das próprias Forças Armadas. Todos, em maior ou menor grau, deram uma resposta tardia ou que não correspondeu à altura dos acontecimentos. As águas ainda estão longe de baixarem. Portanto, ainda é desconhecida e difícil de mensurar a real dimensão dessa tragédia que é, sim, ambiental, mas com desdobramentos humanitários, econômicos e sociais sem parâmetros na história da Federação.

A efeito de comparação, a imprensa internacional aponta que o que ocorreu no Rio Grande do Sul é como se toda Itália, em termos territoriais, tivesse sido inundada. Mas o que vemos, por enquanto, é Lula se valendo do momento para suas bravatas e projetar seu porta-voz da crise, o petista Pimenta, para ser o nome deles ao governo do Estado.

Aliás, não só ele (Pimenta) está fazendo dessa “marola” um tsunami de projeção política de olho ao pleito eleitoral deste ano. O tão falado perdão da dívida do RS com a União nada mais é que um engodo, uma perfumaria. O que será aportado, aqui, já estava previsto no orçamento, ou, então, é meramente sinalização de recursos ou adiamento de passivo.

Pirotecnia ao melhor estilo do PT. O governo Leite que, até ontem, se comportou como um “fiador” petista aqui no Rio Grande do Sul parece que, agora, acordou e percebeu que, ao fim das contas, são os gaúchos e brasileiros pelos gaúchos.

Há muito a ser feito, e, mais uma vez, os gaúchos mostrarão que o Estado, sim, deve fazer minimamente o que lhe compete. Mas é a sociedade civil e os setores produtivos, que não beijam a mão do rei, que farão e reconstruirão um Rio Grande do Sul que, desta vez, sairá novamente grande e pujante.    

(*) Giuseppe Riesgo é ex-deputado estadual pelo partido Novo. Ele escreve no Site às quintas-feiras

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19 Comentários

  1. Esse jovem mancebo, cujo único mérito é ser bem nascido, exalta o povo voluntário corretamente, mas como todo golpista, enviesa o assunto pra criticar, quem? Adivinha? Deve ter pesadelos com o sapo barbudo e correr pra cama de papai e mamãe. O choro é livre, mas o protagonismo é pra poucos.

  2. Para não deixar de falar das flores. Petrobras vai ser detonada? Politicas dilmisticas irão trazer outra recessão? Se der errado a culpa será da conjuntura internacional e da cheia no RS? Futuro do BC é incerto. Burros com iniciativa são mais perigosos que revolver carregado em mão de chimpanzé. ‘Deixa que eu sei o que estou fazendo’.

  3. Ha que ver o que corre por fora. Agua que por aqui caiu deixou o centro do pais sem. Por la começa a estação seca. Reservatorios não sei como estão. Com La Niña e bloqueios. Ainda por aqui ocorreram alguns tornados, podem se tornar mais frequentes?

  4. Ha muitos detalhes em aberto ainda por cima. Muita gente não tinha seguro (casa, automovel). Muitos tinham seguro parcial, só a lataria, por exemplo. Pagam apolice e assinam sem ler. Midia vai começar a catar milho e querer que resolvam a vida de todo mundo. Não vai rolar. Infelizmente.

  5. Falar besteira é do alvitre de cada um. Alguém andou falando que ‘o muro da Mauá é antiquado e tem que ir na Holanda ver o que fazem de mais moderno por lá’. Bueno, tem um pessoal ali em POA que passou a vida inteira estudando o assunto. Seria impressionante se não soubessem o que acontece nos Paises Baixos. Não acredito que precisariam de alguem de SM que sabe m. nenhuma do assunto dizer para eles o que fazer. Mais, Brasil não é pais desenvolvido e não faz parte da Comunidade Europeia. A solução que sair vai demorar e não será a ideal. Alas, locais diferentes terão soluções diferentes. Blumenau teve o problema mitigado com tres ou quatro barragens. Midia da capital já captou que as bombas funcionaram em alguns lugares. Vai surgir a pergunta também, ‘no Centro Historico fizeram obras para evitar a enchente, por que tenho que sair da minha casa?’.

  6. Agua não baixou ainda. Despertou o stalinzinho interior de muitos, esquerda, direito e centro. ‘Vamos tirar a cidade daqui e reconstruir acola’. Acredito que exista uma desapropriação e uma indenização no meio do caminho. Ninguém é obrigado a morar onde o Estado determina. Não poucos irão mudar de cidade e até de estado.

  7. Dudu Milk levou uma bola nas costas. Achou que receberia uma montanha de dinheiro e ‘agora eu se consagro’. Gnomo viu o barquinho dele afundar. No anuncio até Nota de Tres Reais tava com a cara comprida. Kuakuakuakuakua! Detalhe: Dudu com aquela pinta de filho unico criado pela avó e fala de quem tem diploma de bacharel debaixo do braço. Capsicum, china véia, parecendo um parafuso de patrola falando parece até que sabe o que faz. Quem a plebe rude escolhe? O que levaria a outro debate, a dicotomia que surge, as ‘zelites’ em contraposição ao ‘povú’. Que não tem a ver com esquerda-direita, tem a percepção de uma aristocracia (o establishment). Sociologia de buteco.

  8. Alas, comandante do exército, um despreparado, foi abrir a boca para falar que ‘as fake news estão atrapalhando os resgates’. Deve estar há tanto tempo esfregando a barriga na mesa que esqueceu como é. Alas, quem deveria falar é o ministro da defesa, comandante do exercito está subordinado a autoridade civil.

  9. ‘[…] tímida resposta […] das próprias Forças Armadas’. Assunto mais complexo. Primeiro há que descartar o pessoal que tenta desgastar a imagem das FFAA. A esquerda e a direita (que engloba malucos que desejavam o golpe). Segundo, há muita catação de milho em geral. Mostram o que deu errado (aconteceu, não é ‘fake news’), ignorando o que deu certo. Terceiro, querem cobrar um desempenho de força profissional (que é cara) de uma força baseada em conscritos (que é mais barata). Incorporação do efetivo variavel, pessoal que presta o serviço militar, foi em março. Quarto: querem utilizar as FFAA como ‘pau para toda obra’ mesmo sem pessoal especializado e sem condições materiais. BASM tem helicopteros, por exemplo. Uma parte de Canoas e Eldorado quase toda deixaram de existir. Aviação do Exercito fica em SP. E ninguém se movimenta sem ser convocado, governador tem que ligar para BSB e dizer ‘deu m. e não tenho como resolver’.

  10. Fica assim, todo mundo toda hora falando em ‘planejamento’. Falta gestão. Toda ‘politica publica’ é ad hoc e resolve o ultimo problema que bateu na mesa dos burocratas. Alas, anuncios que podem ou não se materializar.

  11. ‘[…] agora temos uma “socialização” de responsabilizações.’ De fato, há um mimimi de ‘não é hora de procurar culpados’. Quando a falta de capacidade do establishment fica evidente ‘ninguém foi’. E justamente isto que mina as bases da ‘democracia’. Alas, foi comentado aqui em plena seca: ‘por que não aproveitam as aguas baixas e vistoriam as pontes? ou utilizam retroescavadeiras para desassorear os riachos, rios, etc.’.

  12. ‘[…] uma jornalista que ofendeu cada cidadão que protagonizou o mais importante ato de solidariedade que já vimos por aqui.’ Problema dela não é ser de esquerda, é a baixa capacidade cognitiva. Fazer o que, é jornalista. Além disto abandonou a função de informar para ‘combater o cavalismo’ e, nenhum espanto, não soube se expressar direito.

  13. ‘[…] vimos o ministro da Secom Paulo Pimenta atuando como Censurador Geral da União […]’. Capsicum é limitado. Quando fala esquece que só tem credibilidade na turminha dele.

  14. ‘[…] à falta de um plano de ação que poderia estar sendo executado para que os impactos desta tragédia […]’. Planejar para algo de uma magnitude que nunca ocorreu antes é complicado.

  15. No quesito ‘voluntarios’ é bom lembrar que existem bombeiros voluntarios Brasil a fora. Civis que doam tempo para desempenho da função sob orientação dos profissionais de carreira. No RS não são muitos (Carlos Barbosa, Eldorado, etc), aparentemente em SC são mais.

  16. Estado é lento, ineficaz e ineficiente. Centralização da tomada de decisão e burocracia também não ajudam. Também há limitações, os bombeiros do estado não podem ser deslocados todos para as regiões mais atingidas. O mesmo vale para a Brigada. O resto do mundo não para por conta da catastrofe, existe crime e possibilidade de sinistro noutros lugares.

  17. Caro Claudemir, foi a pá de cal, este rapaz só abre aboca para falar absurdos e me admira você dar espaço a ele. Fui!

  18. Inoperância, senhor CC da Câmara Federal?

    Dizer isso é faltar com o respeito a milhares de homens e mulheres das Forças Armadas, dos Bombeiros, da BM, da Defesa Civil, dos serviços de saúde, das áreas assistenciais e de outros setores das prefeituras e de diversos órgãos públicos. Sem esse esteio, não haveria suporte ou coordenação e nem todos os voluntários do mundo dariam conta da tarefa.

    Mas isso é típico dos fundamentalistas neoliberalóides: gritam por Estado mínimo mas, na primeira crise, reclamam que faltou governo…

    Se tem coisa que o mercado não regula é o oportunismo.

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