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Fé e Solidariedade nos 166 anos de Santa Maria – por Valdeci Oliveira

Todos nós, santa-marienses, gostaríamos de hoje estar festejando com muita alegria a passagem dos 166 anos da nossa Santa Maria, o que não será possível. No momento, nosso foco, nossa principal tarefa coletiva é o enfrentamento às duras consequências das enchentes que atingiram fortemente o Rio Grande do Sul, a região e a nossa cidade.

Santa Maria é a terra onde as pessoas que nela chegam, seja para iniciar ou recomeçar suas trajetórias, encontram acolhimento, um novo lar, encontram um novo rumo e um novo caminho às suas vidas. Não de hoje, Santa Maria é sinônimo de amizade, de carinho e de amor, principalmente por quem nela vive, por quem com ela convive. Ela é sinônimo de resiliência diante dos desafios, é sinônimo de esperança, de dias melhores que estão por vir. Ela é sinônimo de sonhos que sonhamos juntos. E isso faz uma baita diferença.

Mas assim como o nosso estado, Santa Maria vive momentos difíceis, tristes. Desde o dia que as chuvas começaram a cair, no final de abril, temos visto nossa capacidade de resistência ser colocada à prova. Vimos o medo tomar proporções até então inimagináveis. Com exceção da tragédia da boate Kiss, nunca antes havíamos experimentado tal sentimento de insegurança e perplexidade, principalmente quando olhamos nossos irmãos e irmãs de outras localidades.

Mas a minha fé, essa coisa tão misteriosa quanto incorrigível que carrego dentro de mim, faz com que eu tenha certeza de que Santa Maria e o nosso querido Rio Grande do Sul irão voltar a sorrir em breve, pois não nos faltam vontade nem força para reconstruir, para seguir em frente, recomeçar, para estender a mão ao próximo e a quem mais precisa.

Que neste momento, que nos exige superação e empatia, o coração do Rio Grande, esse ícone da mais pura emoção humana, simbolize também a solidariedade e a fé de que tanto precisamos. Que o coração do Rio Grande simbolize o deixar de lado as diferenças políticas, as disputas regionais e as visões distintas que temos sobre o mundo. Mais do que um desejo, essa é a minha convicção, pois o povo de Santa Maria, reitero, sempre foi reconhecido pela capacidade de acolher e de ajudar, mesmo nas horas mais difíceis.

Agora, cada dia conta e cada gesto pode ser a diferença entre ter ou não ter um abrigo, uma roupa seca, um prato de comida, um punhado de empatia com as pessoas afetadas e um ombro para, se assim quiser, também chorar. E que ao olhar para o lado não viremos a cabeça como se nada tivéssemos a ver com a realidade posta, realidade esta que insiste em bater à nossa porta clamando por ajuda, por um minuto que seja de atenção.

E que a nossa Santa Maria, siga de mãos dadas, siga abençoada pela Mãe Medianeira e pela Nossa Senhora da Conceição (padroeiras do nosso RS e da nossa cidade, respectivamente) e siga iluminada pela devoção às mais diferentes religiões. O que vale e o que importa são os objetivos e as nobres razões.

Ao cumprimentar cada santa-mariense pelo aniversário dessa terra tão especial, também reforço meu pedido para que sigamos doando mantimentos e engajados em ações voluntárias que minimizem o sofrimento do povo gaúcho e dos nossos irmãos e irmãs de caminhada.

Santa Maria da Boca do Monte, uma coisa tu podes ter certeza: mesmo não podendo comemorar como mereces, nós te amamos e, de coração, de corpo e de alma, estaremos junto a ti sempre, em qualquer tempo ou lugar. Juntos iremos superar, juntos nós vamos passar por mais essa. Viva Santa Maria! Viva o Rio Grande do Sul. Viva a solidariedade do nosso povo!

(*) Valdeci Oliveira, que escreve sempre as sextas-feiras, é deputado estadual pelo PT e foi vereador, deputado federal e prefeito de Santa Maria.

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